OPINIÃO

A Crise Social e a Sustentabilidade de Santa Catarina

  

Santa Catarina consolidou-se, merecidamente, como um dos estados mais prósperos da Federação. Este sucesso é fruto de uma cultura de trabalho duro, mérito e responsabilidade fiscal que o diferencia. A infraestrutura de ensino, a qualificação profissional e as condições para o crescimento econômico são, de fato, oportunidades amplas. O mercado de trabalho catarinense é dinâmico e exigente; neste contexto, afirmar que o desemprego é, muitas vezes, uma questão de escolha ou falta de qualificação ecoa a realidade da nossa meritocracia regional.

No entanto, este sucesso atrai, inevitavelmente, um fluxo migratório intenso. E é aqui que a urgência de uma política de planejamento e ordem se impõe ao debate.

A defesa da liberdade de ir e vir e a acolhida são princípios cívicos, mas o liberalismo não é sinônimo de desordem. O que se observa hoje é a chegada em massa de indivíduos e famílias sem o mínimo de qualificação para o mercado formal local, e sem os recursos ou a moradia básica para sua subsistência.

Essa migração desordenada está gerando uma emergência social que afeta diretamente a qualidade de vida do cidadão catarinense que contribui. A proliferação de ocupações irregulares e o surgimento de favelas em áreas de risco e em morros, muitas vezes em zonas de preservação, são o sintoma mais visível do colapso no planejamento. Quando os morros estiverem irreversivelmente invadidos, a crise habitacional se tornará uma crise de segurança pública e ambiental de proporções incontroláveis.

A atitude não pode ser a omissão. É necessária uma política de Controle e Planejamento Já. O Estado precisa garantir que a chegada de novos residentes seja sustentável, exigindo qualificação e condições mínimas de moradia.

A deterioração da ordem pública é notória, especialmente nas grandes cidades, onde a situação dos moradores de rua atingiu um ponto de absurda complexidade social e sanitária.

A resposta conservadora não é meramente a remoção, mas sim o resgate da dignidade através da ordem. É imperativo oferecer internação e recuperação para aqueles que vivem em situação de dependência química ou transtornos mentais, garantindo a reinserção social e profissional.

Mas, para os casos em que a assistência e o tratamento forem recusados ou ineficazes, e constatando-se que o indivíduo não possui vínculos sociais ou familiares no Estado, é justo e necessário debater a repatriação assistida para a cidade ou estado de origem. A responsabilidade social não pode ser unilateral e a inércia, neste caso, é um ato de negligência para com a segurança e a saúde pública de Santa Catarina.

O Estado de Direito exige que o poder público atue com firmeza e planejamento para defender o seu patrimônio, o seu desenvolvimento e, acima de tudo, a ordem social pela qual nossos cidadãos lutaram.