logo RCN
EDITORIAL

Contra a evolução

Na quarta-feira, 6, dois ativistas do grupo Just Stop Oil foram detidos ao atacar a 'Vênus ao espelho', obra que já havia sido cortada a faca em protesto de uma sufragista canadense, em 1914. Essa vez o ataque foi com martelo a tela de Velázquez, na National Gallery, em Londres.

A dupla, de 20 e 22 anos, entrou no museu pela manhã e atingiu com um martelo o perfil de vidro a prova de balas que protege a tela, que chegou a ser quebrado. O museu informou que os ativistas foram retirados da sala pela equipe de segurança e que a tela foi retirada da exposição para ser examinada por especialistas da instituição.

O grupo atua contra o uso de combustíveis fósseis e justificaram a ação em suas redes sociais em um vídeo, com a seguinte legenda: "Nosso governo revelou planos para mais licenças de petróleo, sabendo que isso matará milhões. Em resposta, dois apoiadores do Just Stop Oil destruíram a Vênus Rokeby – destruída por Mary Richardson em 1914". O texto faz referência à sufragista canadense Mary Richardson (1889-1961), que cortou a mesma tela com uma faca, na mesma National Gallery.

Em 2022, ativistas do grupo espanhol Futuro Vegetal usaram duas pinturas de Francisco de Goya para fazer um protesto contra o aquecimento global, em mais um episódio da série de manifestações na Europa que usam obras de arte para chamar a atenção para a crise climática.

Sempre a mesma situação, o aquecimento global, e sempre buscando destruir obras de arte patrimônio da humanidade e que tornam seus idealizadores imortais.

Se estes vândalos e os que os apoiam são contra a extração de petróleo e gás,  comecem a não mais andar sobre rodovias pavimentadas com asfalto, de ônibus, trem, avião, navio, carro, moto, bicicletas, deixem de usar celular, computador, copos descartáveis, escova de dentes, sapatos, garrafas pete, óculo, eletricidade que é conduzida por fio encapado com plástico e tudo o mais que é feito com derivados do petróleo.

Como bem disse Alexandre Garcia: “Vejam a imbecilidade desse fanatismo... teremos então de voltar às cavernas abdicando de tudo aquilo que a civilização descobriu, aperfeiçoou, conquistou aproveitando a natureza melhorando a qualidade de vida... uma idiotice sem tamanho.”

“O tema da Vênus ao Espelho assistida pelo Cúpido foi popularizado por Ticiano. A marcante influência veneziana sobre a tela de Velázquez levou alguns críticos a suporem que ela fora pintada na Itália e transportada de volta à Espanha. Com este nu palpitante, ele presta uma grande homenagem a Ticiano, à liberdade rica e carnosa da cor, à plenitude tátil da pincelada. A intensa carnalidade, a palidez das carnações e a luz vibrante e uniforme são sublinhadas pela sucessão de linhas curvas: o tecido negro argênteo sobre o branco luminoso do lençol, o sinuoso arquejar da anatomia da mulher e, por fim, a cortina apenas semiaberta. No século 18 o quadro esteve sob o poder da Duquesa de Alba, amiga de Goya, que talvez tenha se inspirado em Velázquez para pintar sua Maja Desnuda um século mais tarde.

Muito além dos sonhos Anterior

Muito além dos sonhos

O fim dos tempos Próximo

O fim dos tempos

Deixe seu comentário

EDITORIAL