OPINIÃO

A renovação da ordem judicial é um voto de confiança à criminalidade

  

Não há mais espaço para meias palavras ou discursos mornos. O Brasil vive um estado de sítio imposto por facções criminosas que, em essência e em atuação, não passam de grupos terroristas. A soberania do Estado, garantida pela Constituição, está sendo corroída pelo poder paralelo que dita regras e submete o cidadão honesto. Estamos testemunhando a lenta, mas implacável, subversão da ordem estabelecida por criminosos que agem à luz do dia, enquanto o aparato estatal hesita.

Diante desse cenário de guerra declarada contra a nação, causa-nos perplexidade e profunda indignação a sugestão recente do Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de que as operações policiais no Rio de Janeiro sejam encerradas. Tal pronunciamento não é apenas um erro tático; é um perigoso endosso à estratégia do crime e um sinal de fraqueza institucional que será lido e explorado pelos nossos inimigos internos.

O que significa o fim das operações? Significa, de maneira inaceitável, o Estado se desarmando, erguendo a bandeira branca e, pior, legitimando o domínio de organizações como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV). Isso é uma capitulação dada à bandidagem pela mais alta Corte do país. O Judiciário, guardião da Lei e da Ordem, não pode advogar por uma tese que retira das forças de segurança a única ferramenta capaz de confrontar o crime organizado em seus redutos. A defesa da vida, dos direitos e da propriedade não pode ser feita à distância, com base em teorias acadêmicas que ignoram a realidade brutal. O Estado só se sustenta onde tem o monopólio legítimo da força, e deve exercê-lo sem hesitação.

E não pensem que é só no Rio de Janeiro, Bahia e outros que estão vivendo o problema. Enquanto Santa Catarina quer enviar tropas para o Rio de Janeiro, vários municípios de Santa Catarina já estão dominados e bem debaixo dos olhos do Governo. Basta olhar para as barricadas em ruas do município de São José na grande Florianópolis.

O direito à vida é o primeiro a ser pisoteado por esses grupos criminosos quando o Estado, sob pressão, se recolhe. E é aí que o debate descamba para a mais pura hipocrisia. A retórica de setores progressistas sugere que a violência se combate exclusivamente com "políticas sociais" e "não-confronto". Como enfrentar facções criminosas que portam fuzis, montam arsenais de guerra e subjugam o povo, exigindo pedágios, sem o uso da força legítima do Estado? Com flores? Essa é uma narrativa ingênua, senão cínica, que apenas serve para reforçar a impunidade. O crime organizado não se curva a palestras; ele entende apenas uma linguagem: a força da reação estatal, rápida, proporcional e implacável.

É preciso ter a coragem de nomear o inimigo que são verdadeiras células terroristas. Elas buscam desestabilizar a ordem social e política, minando a autoridade do Estado. É a dura realidade de uma guerra: no confronto direto e necessário, a perda de vidas inocentes, embora lamentável, é um risco inerente ao combate ao mal que se entrincheira. O dever primordial do Estado é restaurar o controle e proteger a imensa maioria dos cidadãos que cumprem a Lei, mesmo que isso exija ações duras e sacrifícios. A vida de quem cumpre a Lei deve ser a prioridade absoluta.

Nosso princípio é claro: o combate deve ser conduzido com todo o rigor, mas sempre dentro das leis vigentes e não interpretativas. As polícias, que arriscam suas vidas, merecem nosso apoio incondicional e o aval inegociável do Judiciário. O Brasil precisa de coragem institucional, não de covardia. O Judiciário tem a obrigação moral e legal de defender a Lei e a sociedade ordeira, e não flertar com a tese da rendição. A ordem deve ser restabelecida pela força, antes que a nação sucumba de vez ao terrorismo doméstico, e o recuo não é uma opção para um Estado sério.