EDITORIAL 319

Bem mais do que 40...

Não podem ser vencidos por um homem

Provavelmente você já leu o livro, assistiu ao filme ou ouviu falar de "Ali Babá e os 40 ladrões.

As pessoas costumam confundir as coisas e transformam Ali Babá no chefe dos 40 ladrões. Não! Ele era um adversário da bandidagem, né?!, e os venceu, com a ajuda da astuciosa Morgiana.

O personagem é fictício e baseado na Arábia pré-islâmica (antiga Pérsia). O conto está descrito nas aventuras de Ali Babá e os Quarenta Ladrões, que faz parte do Livro das Mil e Uma Noites. Segundo historiadores, sua origem está na saga do rei Ali Babá do Sudão, o rei que recusou-se a pagar os impostos a Al-Mutawakkil, o décimo califa legatário de Bagdá. O rei rebelde selou todo o ouro nas montanhas na região do Mar Vermelho. Bagdá enviou o seu exército para manter o seu poder sobre a comercialização do ouro do mundo islâmico e esmagou a rebelião. Uma exibição pública do grande tesouro e do rei derrotado passou em todas as cidades importantes no caminho até a capital Samarra, criando o mito da caverna e da lenda dos quarenta ladrões. No final, foi concedida anistia a Ali Babá em Samarra e, ao seu retorno, ele deu o ouro aos necessitados, em todas as principais cidades, ao longo da estrada, como um bom sinal aos muçulmanos contra quem ele lutou.

O nosso livro de aventuras não é de mil e uma noites e sim de 517 anos de saques e da "miserabilização" de uma nação.

Nesse conto tupiniquim não são somente 40 ladrões. Talvez 40 mil ou 40 milhões, não se sabe ao certo, mas os mesmos encontram-se inquietos reivindicando o direito de continuarem assaltando os pobres e enchendo a caverna (cofres) do que não lhes pertence.

Nesse conto, os ladrões não poderão ser vencidos por um homem mas sim, serão necessários milhões.

Nessa tão perigosa aventura, nós somos o "Ali Babá", e somente nós, unidos, poderemos vencer.