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CONVERSA AFIADA

Vamos brincar de índio

Enquanto uns choram outros vendem lenços, diz o ditado popular. Verdade é que ainda que o Estado catarinense tenha passado por mais um longo período de chuvas, do qual já fomos bastante vitimados em 1983, 2008, 2011 e agora, é preciso estar atento para a criação de caos para colher bonança, ou melhor dinheiro.

A pandemia trouxe muitos ensinamentos: a virtualização de muitos negócios, os transtornos mentais, e, sobretudo, foi uma faculdade aos políticos. Quando se fala em Governo, o dinheiro ou vem pela doença ou pela catástrofe. Logo, aumentemos ao máximo tudo. Neste caso, o rio está sempre muito cheio.

É claro que cidades realmente sofreram com as fortes chuvas, veja-se nossa querida Taió, porém, muitas entraram na onda (sem trocadilhos, pois nosso rio não tem ondas, só correnteza mesmo). Algumas visando decretar calamidade e receber as benesses financeiras e outras visando ‘discretamente’ a pré campanha.

Também, nesta conversa afiada não poderíamos deixar de observar a negociação com os índios de José Boiteux. Primeiro que não há que se negociar quando a questão é necessidade pública da qual inúmeras cidades se beneficiariam e, mais que tudo, vidas estavam em xeque, mais de 1 milhão de habitantes poderiam sofrer consequências. Faltou um Nixon, Presidente americano, para dizer “Não negociamos com terroristas”! mas sabemos o porquê, é muito cacique pra pouca oca.

Só essa medida com relação à barragem movimentou polícia militar, polícia federal, Ministério Público Federal, Ministério dos Povos Indígenas, Funai, Procuradoria Geral do Estado, a Justiça Federal e muitas ONGs ligadas a preservação aborígene. Nem preciso dizer o quanto isso significa aos cofres públicos.

Porém, nos chama atenção que fecharam comportas de uma barragem que está inativa há quase uma década, ou seja, não se sabe se está estável, pois tiveram maquinários quebrados pelos índios, ainda que engenheiros afirmem que as barragens em si estejam estáveis.

Tudo nos mostra que sim, vivemos na incerteza. Sim, teoria da conspiração. Sim, choveu muito, muito mesmo, porém, é possível aproveitar-se de momentos horrendos para beneficiar alguns. Isso é assim desde que o mundo é mundo.

Tudo isso para proteger uma minoria que se recusa a progredir, ou melhor, progride no que lhe convém porque dizem querer preservar a cultura, porém, são os povos originários que andam de Hilux e Iphone, que pegam avião para chegar a Brasília e reivindicar mais e mais e que só sabem fazer a dança da chuva e consumir fundos de preservação da raça. É hora de fazer a dança do sol, mas parece que o sol não beneficia a ninguém: nem a políticos nem a índios (ou suas ONGs).

E claro, tudo isso acontece quando o marco temporal das terras indígenas é derrubado pelo STF. Os povos originários estão bem cientes de possíveis indenizações que possam lhe caber inclusive com a participação de lucros em hidrelétricas. É demais, não é? É como se os índios tivessem usufruto de todas as terras ocupadas por eles mesmo depois da Constituição de 1988.

A Barragem de José Boiteux foi inaugurada em 1992 e tomou 92% de áreas cultiváveis dos xoklengs que segundo a FUNAI foram expulsos o que resultou na ação do marco temporal, onde o povo Xokleng defende que o direito dos povos indígenas à demarcação de suas terras tradicionais é originário e, por isso, não pode ser limitado por nenhum marco temporal. 

Imaginem uma nova demarcação e terras indígenas. Além do José Boiteux, nossas cidades também estariam na mira. Mas não se preocupem, a ideia é que o Ministério da Justiça inicie essa avaliação e inspeção da área e, se aprovados pelo Ministério, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) reassenta eventuais não-indígenas que estavam no local. No final, o presidente da República pode aprovar por meio de decreto a criação da nova Terra Indígena no Brasil. No Brasil de 2023, quem fez o ‘L’ também vai tremer. Quem lembra da história da família Degracia (lá da Guaricanas) que teve um ente querido morto por uma flecha em Ascurra por ataque de índios?

Parece que entre políticos e índios há mais sabedoria que do povo branco que não entendeu nada do sistema.

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