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CONVERSA AFIADA

Seu eu falar tudo o que eu penso, serei preso!

Eu não era nascida em 1964, entretanto, mas parece que não vivemos muito diferentemente daquela década. Talvez até de maneira pior. Há um único homem cuidando e decidindo tudo pelo Brasil.

Alexandre de Moraes, Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), com base em uma notícia de um portal na internet (portal bastante canhoto), decidiu investigar e mandar a Polícia Federal confiscar computadores, celulares e derrubar as redes sociais de oito empresários brasileiros.

O que todos os empresários têm em comum?

São apoiadores do atual governo e estavam num grupo de WhatsApp que teve a seguinte ponderação: “Prefiro golpe à volta do PT. Um milhão de vezes. E, com certeza ninguém vai deixar de fazer negociações com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras no mundo”.

O Ministro indicou em sua decisão que os empresários “passaram a defender abertamente um golpe de Estado, a depender do resultado das Eleições Gerais de 2022, valendo-se de ataques ao SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL e ao TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, e seus Ministros e às urnas eletrônicas.”

Além do mais afirmou serem de extrema periculosidade, indicando serem uma associação criminosa (quase como o PCC), bem como, indicou que não se revelaram apenas crimes de opinião. Sim, o Ministro criou um crime de opinião novo sem alterar o Código Penal e sem passar pelo Congresso Nacional. O crime de preferência (risos).

Crimes de opinião no Brasil seriam os considerados a injúria (que seria um xingamento), a calúnia (atribuir falsamente um crime a outra pessoa) ou a difamação (atribuir uma atitude imoral a outra pessoa que não seja tipificada como crime), isso previsto no Código Penal Brasileiro, além das possíveis cominações civis como indenização.

Os crimes de lesa pátria ou contra a democracia estão previstos no Código Penal, mas não se tratam de opinião. Aliás, crimes são sempre verbos: impedir, restringir, dificultar com violência o processo eleitoral, por exemplo. NÃO CABE tentativa neste caso. Um dos crimes indicados na decisão do Ministro é o de “incitação ao crime” que exige que a incitação seja PÚBLICA. Ou seja, não se configura o crime previsto.

Realmente, parece que chegamos na era do “seu eu falar tudo o que eu penso, serei preso!”.

Outra mensagem destacada no grupo de WhatsApp foi: “Alguém aqui no grupo deu uma ótima ideia, mas temos que ver se não é proibido. Dar um bônus em dinheiro ou um prêmio legal pra todos os funcionários das nossas empresas”.

Isso é mera cogitação! Não há crime aqui.

Outro destaque da decisão: “milhares de bandeirinhas para distribuir para os lojistas e clientes do Barra World Shopping a partir de setembro”. Nesse contexto, não há dúvidas de que as condutas dos investigados indicam possibilidade de atentados contra a Democracia e o Estado de Direito, utilizando-se do modus operandi de esquemas de divulgação em massa nas redes sociais, com o intuito de lesar ou expor a perigo de lesão a independência do Poder Judiciário, o Estado de Direito e a Democracia; revelando-se imprescindível a adoção de medidas que elucidem os fatos investigados, especialmente diante da existência de uma organização criminosa identificada no Inq. 4.874/DF e no Inq. 4.781/DF, ambos de minha relatoria.

Se estivéssemos no governo anterior certamente teríamos um imposto novo sobre a comercialização e bandeiras do Brasil. 

De qualquer forma, ainda que seja possível a investigação, há supressão de instância, pois nenhum dos empresários tem foro privilegiado. Certamente, o que vemos é um absurdo sem precedentes (depois de 1988).

Caros leitores, só há um remédio contra esse regime totalitário que está se formando no Brasil. Esse remédio é nossa UNIÃO NAS URNAS. Lembrando que a eleição do Presidente mudará o Supremo Tribunal Federal (STF) que terá dois novos ministros, além de termos a renovação do Congresso Nacional (ainda que sejam eleições indiretas dado o quociente eleitoral).

Não esqueçamos que a Rússia também se diz democrata (democracia populista) onde o povo é representado na pessoa do ditador.

Não podemos esmorecer e deixar que cartéis governamentais suprimam nossos direitos básicos. O golpe não é um pé na porta, ele está acontecendo dia a dia e vem de cima. Progressivamente estamos adentrando num estado totalitário e não é pelo Poder Executivo, não é por um gestor que foi escolhido pelo povo.

*Se alguém quiser a decisão do Ministro Alexandre de Moraes, basta entrar em contato com a redação do Jornal.

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