logo RCN
CONVERSA AFIADA

O casamento pode mudar o mundo – PARTE II

Na edição passada a conversa afiada ousou falar de um tema bastante complexo o casamento como forma de mudança no mundo. Moldou-se, por políticas estapafúrdias, uma mentalidade anti casamento como se cada um de nós, pelos menos a geração com mais de 35 anos, não tenha sobrevindo de uma relação de casamento duradouro.

As relações humanas começam (ou deveriam começar) com o casamento no agrado matrimônio, para a troca e para a criação de seus filhos. O que precisa, indiscutivelmente, do esforço dos dois para ser levada adiante. E é preciso entender que a estrutura e a herança dos antepassados com relação ao casamento não é mero deleite.

Relacionamento sincero tem brigas, tem discussão, tem diferenças, não é só amor e pura felicidade. É troca, união é tentar cada dia mais e melhor. Felicidade não é a satisfação das nossas paixões e desejos. Isso a gente compra em produtos supérfluos. A felicidade, notadamente conjugal, está no fato de um casal olhar juntos para o bem, para a verdade e para Deus. É o ser e o sentir integral. 

Hoje, em razão dos processos de libertinagem e da sexualização precoce criaram-se as famílias monoparentais entre outras que demonstram mais uma desestrutura sucessiva das famílias do que a construção de famílias em si.

Vende-se a ideia de que o sexo livre é o caminho para a liberdade, autodeterminação e felicidade, mas só coloca as pessoas em mais solidão com a responsabilidade de criar filhos que foram concebidos sem qualquer intenção familiar. Literalmente filhos indesejados que se tornam estorvos. Daí, uniões (pelo casamento ou não) cuja solução de problemas se pensa ser viável pelo divórcio, como se isso fosse resolver uma situação complexa que envolve seres humanos e sentimentos, muitos sentimentos dolorosos brotados mesmo antes da relação marital ou meramente sexual, na vida pregressa da própria família.

Na vida, nem sempre (ou melhor, raras vezes) há respostas fáceis. As imoralidades não se justificam e elas destroem a estrutura social que labuta na evolução humana pelo exercício difícil de se manter na retidão. Por isso o mundo está assim.

O conflito que existe hoje se dá entre éticas – a ética do dever e a ética do sentimento que hoje se volta para paixões confundindo felicidade com saciar desejos. Idealizou-se o amor como uma ideia de amor-próprio (necessário sim) como se não dependêssemos dos outros e cuja lente para olhar relacionamentos fugiu para o irreal. O amor-próprio é um dos alicerces para se ter momento felizes, mas isso é impossível na solidão. Somos seres gregários, isto é, feitos para viver com o outro. É preciso reconhecer valor no parceiro, mesmo que haja dias difíceis.

Todos temos defeitos, não existe o par perfeito. É preciso ter atitudes corretas, dosar deveres e sentimentos. Não há como abdicar de deveres pela busca incessante de algo que não existe circunscrito.  Felicidade não é um momento encerrado, não cabe dentro de uma caixinha.

Quer dizer que divorciar é sempre imoral? Com a realidade de hoje é uma afirmação difícil. Porém, a estrutura social se modificou diante da imaturidade no início dos relacionamentos, da libertinagem trazida pelo feminismo de que ninguém é de ninguém e de que ninguém manda em mim (e aqui voltamos dois parágrafos para releitura).

Daí a resposta à pergunta inicial do livro de que falamos na edição passada: Famílias felizes se parecem porque no fundo a felicidade é simples e composta dessas três coisas: bem, verdade e Deus.

Tanto é que o personagem Liev encerra o livro/filme dizendo: “O que eu descobri sobre felicidade não encontrei em livros, nem na lógica. Eu encontrei na vida.

Na união com o outro é preciso o balanço entre dever e sentimento. O caso o ser humano tem pecado no uso dos dois. Não se pode esperar que no casamento você se sinta numa constante. Isso não existe. A vida é fluxo e oscila. E não dá para desistir sumariamente. Somente o tempo para sedimentar o relacionamento. Amor é construção, é sacrifício, é vida dia após dia. Com o bem encontramos harmonia, dentro da verdade estamos próximos da liberdade e tudo isso nos remete a Deus com a insuperável beleza que é a oportunidade da vida diária. Todo dia é uma glória.

Para um mundo melhor: uma família voltada ao bem, à verdade e a Deus.

Beleza existe? Anterior

Beleza existe?

O casamento pode mudar o mundo – PARTE I Próximo

O casamento pode mudar o mundo – PARTE I

Deixe seu comentário