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CONVERSA AFIADA

Num dia se ganha, noutro se perde

"Perdeu mané, não amola!" Foi assim que o Ministro Luís Roberto Barroso respondeu quando abordado por um brasileiro em Nova Iorque, EUA. O mesmo ministro também verbalizou que “eleição não se ganha; se toma”. Isso traz à tona uma verdade da qual, a mim, não é novidade: Ministros nomeados por interesse pessoal não são absolutamente nada além de mim ou qualquer mortal dos mais mortais. Aliás, normalmente, o são piores, porque todos os dias me esforço no caminho da retidão. Ali, aqueles togados apenas vislumbram o poder e a caneta que detém. Sequer o céu é o limite.  Os 11 supremos pensam estar acima do bem e do mal, acima de Deus e esmagam toda e qualquer criatura abaixo. Não é novidade que os supremos estão sempre acima, até mesmo da própria Constituição. Desde 2016 resolveram fabricar as próprias leis.  Episódios como as lágrimas de Gilmar Mendes ao elogiar o advogado do pior ladrão deste país, réu condenado desde o 1° grau até o Superior Tribunal de Justiça, e que agora tem projetada também uma cadeira no STF, mostram o circo que vivemos. Contudo, não vejo a menor graça nesse espetáculo.  A escolha dos Ministros do STF é estritamente POLÍTICA, nunca teve relação a questão jurídica (muito menos com Justiça). Neste quesito, porém, a Constituição se cumpre, basta que o indicado tenha "reputação ilibada e notório saber jurídico". Então, você deve estar se perguntando: - mas eles realmente têm reputação ilibada? São critérios subjetivos e o Presidente da República (no caso do nove dedos, um iletrado) indica quem quiser (é a chamada discricionariedade) e o indicado passa por um sabãozinho, digo, por uma sabatina no mais acovardado dos Congressos do mundo. Uma formalidade para disfarçar os conchavos políticos.  Aliás, o amigo do amigo de meu pai, o tal Excelentíssimo Senhor Dias Tofolli, foi advogado da CUT e assessor jurídico do PT. Precisa explicar mais? Inclusive, nosso Congresso, nesse momento, na calada da Copa e outros desastres nacionais, promovendo o aumento dos próprios salários cujo montante será de mais de 569 milhões ao ano. Ou seja, é preciso de PEC kamikaze para manter o auxílio Brasil em irrisórios R$ 600,00, mas para manter o funcionalismo público e eletivo dá-se um jeito. É aí para onde vai nosso dinheiro. Para sustentar a máquina e não para desenvolver o país.  As ações arbitrárias efetivadas pelo STF ganham força porque não temos congressistas, com algumas admiráveis e raras, raríssimas, exceções, capazes de usar a Constituição em favor do país e abdicar de si para que o todo evolua. Na verdade, nossos parlamentares usam os acessos para librar a si próprios de ações que suas empresas e outros amigos (que pagam bem pela agenda ministerial) têm e que o STF dá um jeito legislando quando minimamente lhes cumpre guardar a Constituição.  A única coisa que realmente se vislumbra é uma larga nuvem escura a pairar neste país. Como se diz, a emenda é pior que o soneto. É preciso resetar e começar do zero. A única luz no fim do túnel é o início da percepção de que é preciso diminuir a importância dos políticos e do Estado como o norteador da sociedade. Os patriotas que estão há mais de 20 dias em seus frontes estão a dizer que não aceitam o sistema estadista e lulopetista da corrupção e do totalitarismo que já se apresenta. E isso também significa dizer, nos termos de Roger Scruton citado por Bruno Garschagen, que nosso desafio é menos político do que cultural – uma educação da compensação, que nos exige virtudes que tem espaço cada vez menor no mundo da política. Se a armadilha não pode ser totalmente desarmada, podemos mostrar às pessoas que ela existe e como não cair na arapuca intervencionista (do Estado). Lembrem-se que nenhum, mas nenhum mesmo, representante eleito ou um indicado político para qualquer cargo ou repartição (notadamente os supremos) é mais que eu ou você. Nenhum deles merece sequer nosso olhar de desprezo. São apenas homens comuns que ganharam uma capa e pensam ser superiores. E nossos parlamentares, lembremos que já tivemos, literalmente, um palhaço (Tiririca) e um ator pornô (Frota). Mas, logo, o “perdeu mané, não amola” virara contra seu supremo feiticeiro cuja arrogância os fará tropeçar na própria torpeza. A nós, nos cabe foco, estudo e direcionamento dos filhos para restaurar um novo Brasil. Esperança! 

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