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CONVERSA AFIADA

Então é Natal!

É preciso ordenar a vida

Chega a época da retrospectiva que cada um, normalmente, o faz individualmente. Quais foram os erros e os acertos ao longo de um ano de jornada? E o ano não foi fácil, não foi fácil para ninguém. Isso não se refere a questões financeiras (e as novas taxações e impostos), mas da acirrada disputa de egos existente na seara humana. Estamos cada vez mais odiosos, inescrupulosos e longe da civilidade. A busca pela liberdade tem se tornado inevitavelmente a perda de liberdade (proibição) para outros.

Vivemos num mundo de imposições com falaciosas virtudes. Quem sabe, agora, diante do Natal, que comemora o nascimento de Jesus Cristo, é hora de nascer algum fio de fé, esperança e caridade, de prudência, sabedoria e entendimento. Busquemos ser virtuosos.

Dividimos aqui virtudes: as teologais/cardeais e as éticas/intelectuais. A primeira definida por São Tomás de Aquino com base na segunda, definidas por Aristóteles que vamos desenvolver com base nos estudos do Professor Bruno Garschagen.

As virtudes cardeais e teologais são essenciais para uma vida ética, espiritual e bem-sucedida na vida comunitária e, por consequência, na vida política. Se cultivadas e praticadas, essas virtudes nos permitem viver uma vida feliz e construir uma ordem interior e uma ordem exterior virtuosas. Sem elas, ficamos à deriva e sujeitos às consequências negativas das desordens interior e exterior.

Na concepção de Aristóteles, as virtudes são hábitos adquiridos por meio da prática, que ajudam a alcançar a excelência moral e a agir de acordo com a razão. O filósofo entendia a virtude como um meio-termo entre dois extremos viciosos e que poderia ser alcançada por meio do hábito e da prática.

Aristóteles identificou duas categorias de virtudes: as éticas e as intelectuais. As virtudes éticas são hábitos ou disposições adquiridas por meio da prática e dizem respeito a escolhas e ações morais, como coragem, justiça, temperança e generosidade. As virtudes intelectuais, por outro lado, são habilidades cognitivas que são desenvolvidas por meio da educação e do aprendizado, como sabedoria, entendimento e prudência.

Com base na concepção de Aristóteles, São Tomás de Aquino apresentou o conceito de virtudes cardeais, que ele considerava como as principais virtudes para a vida moral e ética do indivíduo. São virtudes cardeais a prudência, a justiça, a fortaleza e a temperança; e virtudes teologais são a fé, a esperança e a caridade.

A prudência é a virtude que nos permite bem agir, é fazer a escolha certa e virtuosa em determinada situação. O problema é que hoje muitos já não sabem o que é certo e errado, pois o relativismo toma conta por ideologias políticas e vãs que não proporcionam o crescimento do homem.

Para Aristóteles, para que exista a prudência é preciso justiça, mas para ele a justiça é agir com moderação (não como vingança, como se percebe a justiça hoje, como um direito). De fato, não vivemos mais no mundo de Aristóteles.

O mundo perdeu referências, os pilares para se desenvolver. Tornamos o poder político uma referência, porém, ali não se residem as virtudes. Precisamos nos voltar aos costumes, à religiosidade, sim! Então temos São Tomás de Aquino a demonstrar que precisamos de fé, esperança e caridade.

A fé nos faz esperar a prova de algo que não se vê, a esperança nos torna capaz de esperar e a caridade é a soma de todas as virtudes (por isso, ela não existe em sua totalidade neste mundo).

Esse é o desfio para 2024, começar “do começo”. Vamos começas por desenvolver a prudência. Todas as virtudes nos ajudarão a trilhar um caminho de vida ordenado, focado, nutrindo o que é bom. Sem desgastes com o mundo desordenado (inclusive da política).

Que nosso Natal desperte a vontade de melhorar e buscar a virtuosidade. Em 2024 tenhamos muitas “Conversas Afiadas” contra a desordem material e espiritual, pois, sempre, estas linhas tenham aprender e dividir o aprendizado. Avante e muitas bênçãos!

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