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CONVERSA AFIADA

Engolidos pela Dor

A conversa afiada vem sempre com alguma questão polêmica, afinal, enquanto ainda pudermos debater assuntos de relevância falaremos das situações que estão levando o mundo a um colapso através da ‘cultura’.

Não sei se vocês acompanharam, mas há pouco dias, no dia 12 de março, aconteceu a cerimônia de premiação do Oscar no EUA onde o filme “A Baleia” levou duas estatuetas: melhor ator e melhor maquiagem.

O filme trata de uma personagem com obesidade em grau severo. Um professor de inglês recluso que vive com obesidade em grau alto e que tenta se reconectar com sua distante filha adolescente para uma última chance de redenção.

Adivinhem o que está acontecendo com o filme. Sim, os ativistas gordos estão taxando o filme como GORDOFÓBICO e ofensivo, pois, além do nome “A Baleia”, ser entendido como pejorativo, por vezes, o filme retrata a visão do protagonista que enxerga sua dimensão e ocupação dos espaços (enxergando por suas lentes), com as dificuldades peculiares de uma pessoa com proporções que levam às dificuldades até da simples circulação.

Além do mais, os ativistas estão reclamando o chamado “Fat Suit” que é a técnica de maquiagem para tornar a personagem nas proporções do papel. Tais ativistas gordos entendem que uma pessoa gorda deveria ter sido chamada para o papel. E não para por aí. Eles compararam a prática ao blackface, que é a técnica que escurece pessoas brancas que fazem papéis de pessoas negras e o yellow e red face para fazer a pessoas (personagens) parecerem asiática ou indígena, respectivamente.

Ou seja, a questão cerne, isto é, a saúde pública, pois a obesidade é causa de inúmeras doenças e agravamento para morte, não pode mais ser anunciada, porque estamos na era da relativização de tudo, a tal desconstrução de conceitos para que as pessoas não se sintam ofendidas atinge até mesmo a saúde (com a ressalva de que no momento da pandemia a obesidade era prioridade na vacinação, é a ciência seletiva...).

E não poderia deixar de mencionar, uma professora da Universidade Federal do Mato Grosso, escritora do livro “Lute como uma gorda”, que criou um grupo sobre Estudos ‘Gordes’ e feminismo ‘gorde’. Uma de suas afirmações é “Saúde é você estar feliz com sua própria ‘corpa’”. Está ganhando seguidores e logo terá a monetização desejada por todos os grandes novos ‘inventores’ dessa era.

Evidentemente há que se ter empatia e até uma preocupação legítima com a forma como pessoas obesas são tratadas, mas não podemos fantasiar a condição médica e as consequências da obesidade. Citando, Danilo Cavalcante, o que se vê:

“É uma tentativa de negar a realidade em nome de uma ideologia, de manipular a linguagem em vez de lidar com os problemas reais que afetam os obesos. Isso não é progresso. É relativismo, é fuga, é regressão.”

Abrindo um parêntese, porque hoje o assunto é gordofobia, essa semana circulou o racismo do café, porque a origem do café é da Etiópia (e olha que a reportagem que li nem falava sobre o Brasil, trazido pelos escravos). Desse jeito teremos que processar até os passarinhos que levam e trazem sementes...

Verdade é que estamos diante de experiências devastadoras de vida aliada ao vitimismo desenfreado. Pessoas com problemas sérios de autoaceitação, engolidos pela dor que reclamam a aceitação dos outros que, na verdade, no mundo de hoje não estão nem aí par o próximo. E com alguma voz firme e alguns diplomas, daqueles de origem bem duvidosa, a pessoa se coloca como autoridade sobre o assunto passando por cima de quaisquer argumentos estudos e até da tão aclamada ciência que só valeu para a criada pandemia. Não são necessários argumentos, só uma voz firme, a cabeça erguida e gosta e gotas de vitimização.

A relativização de assuntos sérios como a obesidade que está se travestindo de preconceito e está criando uma nova etnia ‘gorda’.

Você sabia que o fato de você se cuidar para não engordar já é considerado gordofobia?

Aham, tratada como preconceito estrutural. Percebem como o mundo está caminhando?

E toda essa loucura leva a outras loucuras, como o caso da estudante de 40 anos que ficou abaladíssima por ter sido chamada de velha por outras coleguinhas mais adolescentes. Típico da 5ª série. Logo, logo se juntará com a Fafá de Belém que é ativista etária (pois dizem que tem gente que tem raiva de “velho”).

A patologia humana está avançando em graus galopantes. Essa radicalização ideológica precisa ser combatida. E para isso, você e eu precisamos nos firmar e exigir das autoridades políticas que parem de cair em Projetos de Lei com linguagem neutra disfarçando essas minorias que simplesmente usam o sufixo “-fóbico” em qualquer coisa e passam a ter total respeito.

É hora de parar.

Respeito é bom e todo mundo gosta. Respeito é uma coisa bem diferente dessa histeria coletiva.

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