Visão embaçada

Desde 2018 o brasileiro tornou-se um viciado na política cotidiana. O futuro da política é importante, realmente.
É chegada a hora de revisar nossas próprias ações e omissões, de refletir o que queremos para os próximos anos de comunidade e, como toda escolha, há um custo.
Para fazer algo é preciso coragem, pois sempre chovem críticas. O diferente é ceifado imediatamente. A política é contaminada desde o início da República, ela é usurpadora de personalidades, tanto faz arremessá-lo para dentro e para fora dela, uma cabeça levantada acima dos ‘deuses’ e o descarte é certo (há histórias bem próximas sobre isso).
A mulher na política, lamentavelmente é descartável e a grande maioria figura a cota legal, sem dinamismo, vontade ou ideias. As que emergem são de todo modo destituídas sem qualquer razão que não a ideia de alguns de se perpetuar no poder e não deixar aparecer uma nova luz. Algumas, muito fortes chegaram lá. Outras decidiram, por convicções, afastar-se, por não fugir à própria ideologia, por não aceitar o embaçar da visão com poder, mentiras e dinheiro.
Há um custo para se candidatar, sabia? Sim, querem muitas vezes nos tolher as ideias, os princípios e os valores. Querem que você reaja sem autenticidade e servindo a um sistema maior (aliás, a visão para 2026 está sendo desenhada). Alguns se dobram ao sistema e fingem que não pertencem a ele, mas, nas pré-candidaturas, foram piores que muito mal político profissional.
O sistema tem uma engrenagem tão forte e de tantos anos que parece impossível de quebrá-lo. Por isso, não se enganem. Não se emocionem. O individualismo de alguns é maior que o próprio partido, não há pensamento de equipe. Há conchavos.
Não se enganem com a teoria da aparência, isto é, não se comovam com políticos que se transvestem da aparência do bem, do honesto, mas que dão o tapa e esconde a mão, cuidado com aqueles que, pelo poder, excluem mulheres da vida política, dos machistas que fingem cuidar da família, mas não aceitam um time com mulheres fortes e daqueles que são naturalmente nulos e medíocres. Muito cuidado com os falsos humildes.
Para não sermos manipulados politicamente, especialmente, diante da desordem causada por alguns, é preciso conhecer minimamente fundamentos da política e das principais ideologias que afetam nossa vida. Somente o conhecimento permite esse discernimento. Somente estudando, lendo e não supondo é que se sai das armadilhas. Parem de repetir direita ou esquerda, esses termos já são ultrapassados. O número e a cor não mudam o que as pessoas realmente são.
Parem de fingir que são patriotas quando não conhecem a história do Brasil e hostilizam os portugueses, por exemplo. Alguns não sabem sequer a verdadeira história do próprio município, não fizeram nada enquanto podiam, logo, as promessas de agora, são vãs palavras.
Para encontrar caminhos políticos mais adequados e, sobretudo, para que se desmascare a velha política, é preciso, no mínimo desconfiar, analisar com prudência e sabedoria prática, dos políticos que se forjam em discursos abstratos e genéricos, mas que são totalmente desvinculados da realidade local, dos que fingem fazer algo e dos que realmente fazem/fizeram algo.
Cuidado com a escolha do político mais ameno, aquele que não fala, não briga. Aquele que fica em cima do muro falando o que você quer ouvir, não pode ser representante do povo. Somos (todos) pessoas comuns, ou seja, todos, talvez mais que os comuns, os políticos, são pessoas dotadas de defeitos, porém, alguns mais dissimulados, pois fingem a teoria do bem.
É claro que muitos não se posicionam na comunidade pelo velho discurso da boa vizinhança, notadamente, porque a verdade é um problema humano, ninguém gosta dela. Também não adianta falar a esmo. Pessoas improdutivas querem falar da produção dos outros, com críticas infundadas, para depois ao calçar o mesmo sapato, dizerem que a realidade é diferente. Pessoas que desconhecem engenharia querem falar de construções. Suposições não agregam e não são aproveitáveis. Observem os feitos sem emoções, sim com a razão. Gente nula não pode dirigir nosso patrimônio maior que é o município.
É momento de refletir sobre as verdadeiras atuações e não performances montadas para enganar. Alguns prometem e falam coisas sem pensar, mas são apenas e exatamente como outros. Cuidado com os tratados individuais, com as promessas sem propósitos verdadeiros para falar o que o povo quer ouvir, mas que no final das contas, só servirá para manter a engrenagem ‘sistêmica’ girando até 2026 e até 2028. Mais do mesmo. Tudo igual. Não deixem que mentiras nos unam com o despertar amargo.
Lembrem-se, sempre é preciso se qualificar, fortalecer a própria fé, os pilares que estruturam a honestidade, é preciso filtrar e, assim como identificando os falsos profetas, é preciso reconhecer os falsos políticos. Não se deixem embaçar a visão por encantadores de serpentes.
Bom e consciente voto!
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