Na política tudo é circunstancial. No caso do brasileiro isso fica ainda mais evidente, especialmente porque se agrada a massa, ela te ovaciona. No dia seguinte, oscila e logo, por uma simples negativa, trucida-te.

E o mais intrigante é a ênfase para pessoas que sequer estão voltadas ao âmbito político. Discutir ideologias, critérios e ver quem bem possa representá-lo é um excelente caminho. Mas, evidentemente, é melhor ficar fazendo fofocas e estar totalmente distraído com a vida alheia do que prestar atenção ao que interessa, para na oportunidade seguinte seguir com o falatório sem ter a coragem de fazer alguma mudança no que realmente urge de transformação.

Aliás, a vitimização brasileira é histórica, decorre desde que o Brasil era reino unido à Portugal e Algarves. Parece que herdamos os problemas e ficamos lamuriando sem cessar e sem fazer absolutamente nada.

Mas o objetivo desta coluna semanal, sempre foi alertar sobre algumas verdades difíceis de engolir. Todos, TODOS os nossos problemas presentes são de nossa inteira responsabilidade. Isso vale para quem nos representa nos municípios também. Todos falam a esmo da esquerda e da direita, termos que nem sequer devem mais ser usados pois são genéricos demais, mas não são capazes de propor efetividade em situações concretas. Os tais bocudos falam, falam e ludibriam os mais ingênuos. Ter eloquência (se é que tem) não confere verdade ao que se diz.

Basicamente o ser humano possui um duplo padrão moral. O que se observa é que se espera uma conduta de determinados agentes políticos e de outros, aqueles a quem nos afeiçoamos, não se exige nada. Um peso, pseudo moral, duas medidas, a depender de quem estou avaliando e de quanto isso me traz de benefícios.

Então é preciso, primeiro, mudar esse hábito de não assumir as próprias responsabilidades. Segundo resolver problemas que nos impedem de prosperar. Ou seja, a mudança começa individualmente.

É bom começar a ser honesto consigo mesmo. Pois sim, a mentira é deliciosa, mas é pecaminosa e nos leva a um fosso sombrio. O charlatanismo humano não é novo, muitos falam com propriedade sobre coisas e assuntos que não detém qualquer conhecimento e sob o argumento do ‘ouvi dizer’ ou do ‘só tenho uma dúvida’ e fazem fofoca de coisas inúteis e de inverdades. E o pior é que a mente equivocada do ser humano que não se desenvolve e nem busca desenvolver virtudes, tem tornado aceitável a mentira como um estado de verdade.

Tem gente que está conseguindo me fazer admirar algumas falas do Ministro Alexandre de Moraes, realmente a internet deu voz aos idiotas, porque é fato que o WhatsApp rendeu força aos fofoqueiros.

Pior ainda é ver alguns dos mais altos cargos dos nossos municípios, falo seguramente tanto de Ascurra quanto de Rodeio e Apiúna, que deveriam ser pessoas sensatas, se rendendo às especulações e fofocas para garantir um voto que, certamente, será ainda disputado no “santinho batizado”, pois esse nível de eleitor que não tem o menor caráter de optar pelo correto e coeso, promete para todos, se beneficia de todos e não vota em nenhum.

Mentir pode parecer sempre menos grave do que furtar. Isto até é verdade do ponto de vista individual, contudo, pela mentira se danificam reputações, trabalho, esmero, famílias. Ou seja, a monstruosidade é até maior. Ou seja, um ladrão ou uma prostituta são menos perigosos que os mentirosos e fofoqueiros contumazes.

Há esferas da vida pessoal que estão sob o nosso controle direto e cujos resultados positivos dependem das nossas decisões e atos. Parem de falar da vida alheia no achismo mais irrelevante possível. A fórmula para a vivência mais edificante é cuidar do ‘próprio umbigo’. Vamos tirar as próprias máscaras e viver na nossa realidade, sem cuidar da vida do outro.

Há anos me exponho com opiniões e com pronunciamentos baseados em estudos, argumentos e vivência e não tenho medo de qualquer gente pusilânime e nem fofoqueira. Cuidado minha gente, com a forma como a mensagem lhes é apresentada. Cuidado com gente que manipula no jeitinho da fofoquinha amiga, cuidado com as circunstâncias que estão postas. Cuidado com o telefone sem fio que fomentam o ‘stupid phone’ (literalmente, o celular sem fio e estupido). Às vezes, a única informação verdadeira é o nome da pessoa, porque nas cidades pequenas já sabemos quem é quem. Contudo, é sabido que não existe conforto em um mundo caído.

Sigamos.