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CONVERSA AFIADA

Recomeço

A conversa afiada tem esse nome porque a ideia da coluna (e do editor) é exatamente trazer reflexões. Reclamamos demais de nossa situação enquanto sociedade, bairro, cidade, Estado, país. E qual a nossa responsabilidade sobre isso?

Passamos por dilemas de ordem nacional e até internacional e há uma evidente manobra que alguns chamam de nova ordem mundial (e eu realmente acredito nisso), mas há algo mais ‘simples’ (entre aspas) e mais próximo que tem provocado todo esse caos. 

Ontem, num grupo de estudos respeitadíssimo – do Instituto de Livre Mercado –  um dos temas em discussão era sobre a necessidade do Estado. Dentre todos os vieses da discussão doutrinária, definitivamente, me parece que a hierarquização é necessária porque, assim como crianças, todos seguem um exemplo, um ‘mentor’, um modelo e em sua grande maioria querem tudo pronto sem qualquer esforço. Naturalmente há líderes e há pessoas com capacidades diversas e em áreas diferentes. Esse é o mundo. Logo, tudo precisa de uma organização e a essa ordem pressupõe diretrizes com alguém no comando.

Mas boa parte do que vislumbramos no Estado (aqui entendido como governos em geral) é uma dependência estarrecedora do cidadão. Sim, nossa política criou essa ordem de pai e filho, político e cidadão. Uma simbiose que o cidadão brasileiro acredita fielmente que precisa do Estado para absolutamente tudo.

Cobra-se muito do setor público, entretanto, ninguém puxa ou carrega a própria responsabilidade. O ‘povo’ quer usufruir do Estado ao comando do ‘eu pago impostos’. Sim, imposto é roubo, dizem todos os libertários. Porém, o pensamento que diverge é o argumento dos defensores dos impostos que se trata exatamente sobre a necessidade de manutenção da infraestrutura exigida pelo próprio cidadão, pois o SUS não é grátis, a escola não é grátis, a pavimentação não é grátis. Então, o grande desafio da sociedade é a ‘educação’ do cidadão. Simples assim.

Aqui uma observação sobre Ascurra. Há uma equipe da prefeitura fazendo a limpeza de todas as não calçadas que tem mato/capim tomando conta e chegando à rua. Realmente, você acredita que esse serviço é da prefeitura?

Estamos errando na fonte. E você pensa: qual é essa fonte? E a resposta é simplíssima. A família. A família vem sendo degradada desde a década de 80 (no Brasil, no exterior muito antes).  Algumas mentes desenvolveram o sistema do ‘então deixa que eu faço’. Quem não quer responsabilidade fica fadado a ser dirigido e governado por quem assume a responsabilidade.

Nossa missão para salvar o Brasão não é levar Bolsonaro de volta ao Planalto (ainda que exista essa possibilidade, e que sou muito, muito favorável), mas é desenvolver e educar os nossos filhos com valores. Como é difícil a função parental. O percurso na formação do caráter de uma pessoa se dá desde tenra idade até a adolescência.

Parece que na busca de encher o próprio vazio, muitos pais têm se esquecido dos filhos. Muitos pais e, mais ainda, nós mães deixamos nossa grande, necessária e talvez única e primordial função que é estar presente na infância dos filhos para viver uma superficialidade de vida. Aliás, muitos pais não tiveram uma base formadora e dão simplesmente o que tem: nada.

O futuro depende das crianças de hoje. Não temos como remanejar o caráter da geração Z. Como diria Nelson Rodrigues: “O grande acontecimento do século foi a ascensão espantosa e fulminante do idiota”. Isso se deve (literalmente) à falta de educação, à falta de responsabilidade, à falta de dedicação. Vivemos numa geração de bunda moles que se ofendem por qualquer coisa.

O segredo do progresso? Vamos investir nas crianças de nova geração, para que, em 20 anos, tenhamos a real renovação. É um processo longo, mas necessário. É o recomeço! Isso inclui uma grande avaliação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que promove mais e mais incapazes para o mundo.

A criança é regida pela vontade de brincar, de fazer, de aprender. O processo de aprendizagem é natural (inclusive sobre gênero), mas onde está o problema? Na falta de valores. Não dá mais pra colocar a realidade debaixo do tapete. É preciso trabalhar a moralidade e lembrar dos deveres. Chega de falar em direitos. É preciso assumir a responsabilidade e deixar de ser fraco.

Ser pai e mãe é exercer autoridade. Não temos que negociar com filhos. A proposta esquerdista sempre foi acabar com a família e dar a tal liberdade de meu corpo, minhas regras. E essa deformidade está alcançando os altos postos de governança do país. Que enxerguem os olhos que queiram ver. Temos governantes empenhados em manter tudo exatamente igual porque é mais fácil governar para dependentes psicológicos.

Reflita e cuide de seus filhos e seus netos.

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