O ‘X’ da questão

Que o Brasil está escancaradamente numa situação bastante perigosa, cuja linha tênue ao autoritarismo já está praticamente inexistente, todos sabem. O problema é a crença em heróis que são mais do mesmo. Sim, há (raras) pessoas que fazem a diferença, contudo, o fazem primeiro pensando em si, depois na consequência geral da 'nação'.
Muitos falam da Nova Ordem Mundial sem entender o que realmente é e como seu mecanismo funciona. Eu também não sei, porém, enxergo as artimanhas e os ensaios de alguns discursos. Retóricas prontas. Esse espírito de observação e crítica precisa ser desenvolvido no povo brasileiro.
A maçonaria, dona de muitas regras da sociedade, perdeu credibilidade, basta observar alguns dos irmãos e suas 'lojas' totalmente desconexos da atitude, ação e falas. Um exemplo político disso foi Carlos Moisés com os 33 milhões que até agora tiveram o bloqueio de 20mi e algumas condenações menos rigorosas que o 8 de janeiro.
A disposição de Elon Musk em libertar o Brasil do autoritarismo vem ao lado da sua necessidade do nióbio. E não há uma crítica nisso, o mundo precisa do progresso. Musk realmente é um herói, ele combate muitos males em todo o mundo. O “X” da questão é saber a verdade e ter consciência que ele (o movimento de ajudar um povo) também tem desejos pessoais, não simplesmente um fazer pelo mundo. Já escrevemos aqui, nesta conversa afiada que o problema maior de Musk com o progressismo foi lhe tomar um filho na transição de gênero. Ou seja, dores pessoais nos movem e, em raros casos, o mundo colhe da justiça feita por um.
Assim também é o caso dos olhares à Amazônia do Brasil, esses olhos têm raízes mais profundas que o simples "cuide da biodiversidade". Aliás, os incêndios de agora não parecem importar. Por fim, também vêm todos os políticos "do bem". Surgiram políticos maravilhosos, bons e justos... até a página dois.
A politização ganhou força com as redes sociais e com essa proximidade aos representantes (no caso, excelentes equipes de marketeiros), o que não necessariamente coloca qualquer celebridade ou qualquer cidadão na possibilidade de debater ou argumentar com coerência assuntos tão importantes.
Aliás, foi nas eleições de 2010 no Brasil, que um novo cenário com a inclusão, pelos políticos, de novas plataformas em suas campanhas, com o objetivo de diminuir o espaço entre candidato e eleitor visando proporcionar uma maior interação entre eles, tomou corpo. Vejam que em 14 anos esse diálogo de maneira mais direta e acessível com os eleitores foi se desenhando e hoje, a assessoria é basicamente voltada em marketing político, você conversa ‘diretamente’ com seu representante.
O candidato famoso tem a sua própria imagem e, muitas vezes, um carisma emocional junto ao público que se aproxima da idolatria. Assim, com uma vasta rede social, ele se torna um grande puxador de votos, pois, para cargos com legenda, um político palhaço, certa vez, levou consigo, na sua primeira eleição, mais cinco deputados.
Pablo Marçal é uma invenção, utilizando a cartilha do, hoje, ovacionado Olavo de Carvalho. Sim, Olavo tem razão, contudo, muitas celebridades políticas utilizam suas frases prontas para tomar um lugar no poder. Articuladores. Bolsonaro fazia suas "lives” com o livro de Olavo sob a mesa por indicação de seu filho, aluno num curso de Carvalho.
E, citando o grande Olavo: "No Brasil, qualquer elogio que se faça a um cidadão é interpretado como adesão ao grupo político dele; qualquer crítica, como aliança com o partido oposto. É um país de idiotas super politizados." Entendam? Enxergar quem é Marçal não é apoiar Boulos, ok? Não tenho bandido preferido!
Nossa intenção é sempre criar reflexões e não convencer a ninguém. Querem relembrar de outras personalidades que prometeram acabar com a esquerda, mas que só ganharam mais fama e seguidores?
Carlos Wizard Martins foi nome cogitado à prefeitura de Campinas. Dr. Rey, candidatou-se a deputado e declarou desejo em ser ministro da saúde na gestão Bolsonaro.
E sabe o que os três têm em comum?
Marçal, Wizard e Dr. Rey, além de serem pessoas midiáticas, que facilmente arrastam multidões, são mórmons (membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos últimos dias). Definitivamente não tenho nada contra a Igreja. Ao contrário, sou bastante religiosa, o que também não me torna perfeita ou digna, só uma alma buscando melhorar. Contudo, é preciso enxergar as coisas sob o crivo da razão e não na fé cega!
A base religiosa sempre caminha ao lado do Estado indicando a existência de alguma virtude nas ações daqueles que pretendem tomar o poder. Na era dos ‘conservadores’ a religião voltou a ser essencial àqueles que se dizem do bem. Todos agora voltaram a frequentar a missa. E a História nos mostra que pessoas de má índole se unem e adentram em Igrejas para conseguir o que pretendem.
Existe uma pedagogia para manipular, gerir e convencer pessoas, e Lula sabia disso desde a década de 80. Não se engane com promessas e falas baseadas no livro ‘Monge e Executivo” ou mesmo nas filosofadas de Platão onde o ‘coach’ de ‘sucesso’ é o novo sacerdote. A nova ordem mundial dá passos precisos com pessoas aparentemente comuns.
Não esqueçam também que estamos na era dos cursos on-line, onde todos compram seus títulos e fingem ser competentes. Coach não é uma profissão e sequer é regulamentada no Brasil. Cuidem com os currículos impecáveis, mas cuidem mais ainda com os ASPONES (assessores de coisa nenhuma) que fingem ter uma profissão regular que é marcada pelo coronelismo a segurar um serviço desnecessário e que o cidadão pode facilmente fazer sozinho.
O ‘X’ da questão é muito mais compleXo.
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