A cadeira

Impossível não considerarmos a “dimensão” de alguns objetos ao longo da história e, dado os últimos acontecimentos políticos, exatamente ao meu modo de pensar, li o texto do admirável professor Bruno Garschagen, meu professor de Política, que replico ao meu toque.
Ao longo da história, cadeiras e tronos têm servido como símbolos de poder, autoridade e grandiosidade, especialmente quando estão associados a figuras importantes. E também pode ter um significado afetivo por ter sido a cadeira de algum familiar querido, como a cadeira de balanço da nonna.
Dos grandes símbolos de história e de poder no Brasil, existem até hoje vários tronos que foram usados pelo Imperador D. Pedro II e que são uma lembrança material do Império, que marcou profundamente a história social, cultural, política do país.
Na Basílica de São Pedro, no Vaticano, a Cátedra de São Pedro representa o poder espiritual e a liderança papal no catolicismo. Esse trono monumental de bronze é erguido sobre as estátuas de quatro eminentes doutores da Igreja: Santo Agostinho e Santo Ambrósio representam o Ocidente; São João Crisóstomo e Santo Atanásio simbolizam o Oriente. A magnífica obra de Gian Lorenzo Bernini está situada na Basílica de São Pedro.
A tabacaria James J. Fox, em Londres, mantém até hoje em sua loja a cadeira usada por um de seus assíduos e mais célebres clientes: Winston S. Churchill.
Quando ocupados por reis, imperadores papas e outra figuras importantes da história, os tronos deixam de ser simples cadeiras e tornam-se representações materiais da história e imateriais de cultura e do transcendente.
Assim, a grandeza ou insignificância de uma cadeira ou trono depende não do móvel em si, mas o que representa simbolicamente ou quem o usou num dado contexto histórico. Dependendo do designe é artigo de luxo que impõe alguns mil reais para compra-la.
Desde Luiz XV até sua réplica com estampas de grifes, a cadeira, sem essa dimensão imaterial e sem a presença de figuras poderosas que lhe atribuam valor atemporal, esse tipo de assento não passa de um simples objeto funcional. Simplesmente sentar-se.
E, a depender do momento da história e de seus personagens, uma cadeira pode ser um mero e vulgar instrumento inusitado de ataque contra um adversário, seja num boteco, numa casa de rufianismo ou num debate eleitoral (que historicamente é a fábrica de memes do Brasil).
Não fosse a excelente articulação do “Farçal” um coach que tem treinamento em PNL – programação neurolinguística, uma técnica utilizada especialmente em vendas. Um político se vende (às vezes, literalmente). Marçal é um encantador de serpentes. Datena é péssimo, com muitas provas e louvores de sua incompetência e insanidade, contudo, não se pode deixar de observar que Marçal manipulou e provocou a ‘cena’, fechou os olhos e ergueu os braços esperando o deslinde da cadeira. Sim, a cadeira o torna uma ‘vítima’, mas não inocente. O herói foi agredido, mas não foge à luta. Ambos são desqualificados. Um desequilibrado o outro com traços fortes de psicopatia.
Marçal assim como muitos e muitos e muitos políticos catarinenses estão focados apenas numa data: 2026. Se perder ele ganha, se ganhar, leva tudo! A política polarizada é uma mina de ouro para os políticos. Não se deixem enganar com o papinho mole. Muitas secretarias já estão negociadas, aqui e acolá.
Tudo um teatro. A política brasileira tem sido palco das mais escandalosas corrupções, dos mais baderneiros e ridículos debates, dos mais vulgares e ignorantes políticos. Aliás, como anda o debate político (saudável) em nossas cidades?
Aquela cadeira nos próximos 4 anos pode ser uma dor de cabeça aos cidadãos.
Portanto, cuidado com sua escolha para com quem se sentará na cadeira mais cobiçada do município
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