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Mentiras sinceras me interessam

Nada pesa mais que a culpa de um passado mal resolvido. Ignorar reais problemas faz com que eles nos sigam indefinidamente. Isso vale para a vida pessoal e para a vida comunitária, política, social.

O pesadelo das eleições nos mostra o quanto o passado sombrio brasileiro o segue mesmo passados mais de 130 anos da instauração da República por um golpe. É tanto pano passado, é tanta sujeira debaixo do tapete que é difícil limpar o caos que segue até hoje.

Mas o brasileiro vem, a gerações, promovendo o mal pelo mal, tapando o sol com a peneira. Sendo um demagogo que reclama, mas não muda a si mesmo, sempre validando seus erros com erros ‘mais’ graves dos outros.

A política brasileira é o antro do desnível da moral, com o maior conjunto de trapaças da face da Terra. A estratégia é sinônimo de esquema, em combinações com intuito de validar posicionamentos que afetam a todos, mas que beneficiam alguns num constante e infinito promover de nada.

Os movimentos do Judiciário, amparado pelas mídias sociais, por empresas como a Mind8 e pela mídia tradicional que recebe verba governamental, vem manipulando o tabuleiro como um jogo. O entretenimento político ganhou um imenso espaço nas casas brasileiras, mas não por opiniões e argumentos próprios, a massa de manobra continua. Com um marketing impecável, os políticos viraram os novos ‘influenciadores digitais’ e todos parecem perfeitos com discursos montados, com uma imagem agradável que chega a dar inveja aos concorrentes do Oscar, categoria melhor imagem, roteiro e foto.

O brasileiro é puramente emocional, ou seja, é irracional. Não pensa, não pondera, não reflete, faz o que ‘dá na telha’ naquele momento esquecendo o ontem e o resultado no amanhã. Então, o ‘rosto’ na rede social facilita o amor e o voto reduzindo as objeções, gerando uma ‘amizade’ ou pertencimento e até criando uma fidelidade por ideais nem sempre tão fiéis e condizentes com as posturas reais. Tem gente que acredita em alguns discursos mesmo quando as ações são totalmente contrárias.

E a cada notícia na mídia, parece que se cria mais uma cortina de fumaça sobre algo mais grave. Uma enorme teoria da conspiração. O fogo na Amazônia perdeu espaço para Pablo Marçal que perdeu espaço para o “X” e Alexandre de Moraes e tudo isso encobre a realidade econômica do país afundado em dívidas. Preparem-se para o próximo ano.

Há evidências substanciais de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) manipulou as eleições de 2022 e, ao que tudo indica, vem fabricando alguns políticos em 2024. De todas as bizarrices da política brasileira, acreditar que Pablo Marçal possa ser bom para São Paulo apenas para deter o ladrãozinho Boulos é tão doentio quanto quem votou em Lula porque Bolsonaro era grosseiro ou quem votou em branco/nulo para ficar em cima do muro e não se responsabilizar por tamanha as ‘fezes’ em que vivemos neste momento.

Pablo Marçal é uma produção com aquele discurso retórico de que ele é contra o sistema e agradando a massa com falas mentirosas, mas que convencem os ‘conservadores’ brasileiros. O Brasil é uma eterna máquina de memes. Na verdade, ele (Marçal) já faz parte do sistema. Ele é coach, é treinado para discursos convincentes, tem o poder de persuasão. Mentiras sinceras me interessam, diria Cazuza, e parece que tal afirmação contenta o povo brasileiro, neste caso, São Paulo. A proliferação dos ‘influencers’ é a desgraça do mundo moderno, eles são os novos déspotas esclarecidos na mistura do influenciador acessível e que cresceu na vida sendo muito bom no que faz contradizendo o sistema político antigo que precisa ser modernizado (mas mantendo o poder dos velhos políticos).

O influenciador é visto como uma forma de punição aos candidatos do sistema, representa uma forma de revolta e desconfiança nas instituições e, por fim, busca uma forma de dizer que o povo não quer que a política vire (ou continue) um balcão de negócios com emendas e envios que revertem em apoios irrestritos, tudo na busca pelo poder.

O Brasil vive um tormento e dias piores virão. A mim, mentiras sinceras, não interessam. Sigamos.

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