Era uma vez, uma ave

Passarinho que chega primeiro, bebe a água limpa. Esse dito popular não está falando apenas dos passarinhos.
Tem gente que não consegue assimilar, nem mesmo se organizar e, sobretudo, compreender didáticas fáceis. Ao esforço para aprender e deter conhecimento ou simplesmente se posicionaram contrários à massa. Preferem ficar no muro observando tendências para se jogar para o lado ‘vencedor’ ainda que seja o lado da Alemanha Oriental (para quem não sabe, socialista).
Aquele pão com mortadela ou aquele curso fácil, migalhas, arrastam a virtuosidade das pessoas para o lixo. Quem se contenta com migalhas nunca terá uma refeição completa, ou seja, passarinho que chega atrasado, bebe a água suja, o resto da água.
Ter um propósito inspirador e alinhado com valores é um passo que requer caráter e profissionalismo. Também faz diferença ter uma mentalidade empresarial que significa ter procedimentos, processos, hierarquia, avaliação de desempenho. Quem tem empresa vai identificar bem essa dinâmica. Uma boa empresa reúne pessoas com habilidades diferentes, engajadas e que, necessariamente, precisam se encaixar no pensamento e personalidade do que representam. Somente assim a engrenagem funcionará.
Trazendo isso para a política é possível pincelar, e não encher os dedos de uma mão, de pessoas que compreendam o cenário político, que detém comunicação e estratégia necessárias para afastar o mal – ou seja, todo político de esquerda e sem caráter. O problema é que eles tomaram conta. Estão espalhados em todos os partidos e fingem entender quando, na verdade, apenas consomem tempo e paciência de quem quer fazer, para arranjar para si mesmo uma secretaria, um título, fingindo servir ao povo. Esses servem somente a um ‘deus’: o interesse próprio transfigurado no resultado dinheiro.
O que você sabe sobre política pode não ser o que realmente importa porque até o divisor de águas, Bolsonaro, tinha-se que somente os corruptos ficariam na linha de frente. O mito provou o contrário. Quando vamos à igreja, não vamos (ou pelo menos não devemos ir) dispostos a ter o caráter massageado, mas sim, o caráter confrontado. Mas o confronto diante de Deus é sublime e necessário.
É interessante que há acusações e falácias de falsos moralistas que enquanto estiveram ou serviram ao poder público cometeram ilícitos como o uso de veículos em horário incompatível com a função, que aceitaram pagamentos indevidos, que votaram ou negociaram projetos de lei em troca de interesses próprios. Esses conchavos não acontecem apenas no Governo Federal. A moralidade não pode ser seletiva!
O problema é que os maus estão cansando os bons. Existem lutas que realmente não valem a pena serem enfrentadas. Então, algumas estratégias devem ser repensadas e utilizadas para direções opostas.
O grande problema do brasileiro é a relativização do erro e, pior, dos crimes. O ser humano está leniente com o crime e com os transgressores porque, na verdade, defende-se dos próprios equívocos. É como se justificássemos os próprios erros com o erro do outro. Um avalizando o outro e ninguém promovendo o bem, o reparo, a elevação, a busca (como sempre dizemos nesta coluna) de promover valores e melhorar como cidadão e ser humano.
É mais fácil puxar os outros para baixo e igualar-se na miséria do que fazer as pessoas subirem. Entretanto, parece que muitas vezes o ser humano vive num total paradoxo, fala uma coisa e faz outra. Vivemos um primarismo defluente do egotismo.
Continuando com o ensinamento das aves e num vídeo recebido de um leitor desta coluna, observemos a metáfora da águia criada como uma galinha.
Uma águia que, tendo sido capturada por um camponês, era criada junto às galinhas. Com o passar dos anos ela se acostumou a essa condição e passa a acreditar que era uma galinha de verdade. Até o dia que aparece um alpinista e diz que ela era uma águia. O camponês ri e afirma: - ela é uma galinha. Come que nem galinha, cisca que nem galinha, dorme que nem galinha. É uma galinha. Por sua vez, o alpinista diz que conhece as águias, e colocou ela em um galho alto e ela tremeu de medo, voltou ao chão e começou a ciscar. Não satisfeito, o alpinista, na manhã seguinte, pegou a águia e a levou para uma montanha para que ela voltasse ao seu habitat. Chegando lá, o alpinista arremessou a águia de lá de cima. A águia começou a voar.
Nós somos criados como galinhas, acostumados a comer como galinhas, a ciscar como galinhas, a dormir como galinhas. Fomos induzidos a ter medo das alturas, a crer que é perigoso. É mais seguro ciscar e pegar a comida que nos dão facilmente. A águia criou a própria gaiola, assim como nós. Queremos a facilidade. O medo do desconhecido nos coloca em gaiolas, embora amemos as asas.
Queridos leitores, fomos feitos para voar!
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