Empresário e ex-prefeito de Ilhota é preso por golpe em imobiliárias de SC
-
Foto: Polícia Civil, Divulgação - Empresário é preso por suposto envolvimento em golpe que faliu imobiliárias em SC
Prisão de ex-prefeito revela esquema bilionário de seguro-fiança falso que quebrou imobiliárias em vários estados brasileiros.
O que aconteceu na prisão de Daniel Bosi
Nesta sexta-feira, 19 de dezembro de 2025, a Polícia Civil de Navegantes prendeu Daniel Bosi, empresário e ex-prefeito de Ilhota (SC) entre 2013 e 2016. A ação faz parte de uma investigação sobre um suposto golpe que deixou ao menos seis imobiliárias no Litoral Norte de Santa Catarina à beira da falência.
Outras duas pessoas foram detidas, enquanto quatro investigados permanecem foragidos. Os fatos investigados envolvem a atuação empresarial de Bosi, sem relação direta com seu período na prefeitura. A reportagem buscou contato com a defesa do suspeito, mas não obteve retorno até o momento da publicação.
Você já parou para pensar no risco que corre ao alugar um imóvel sem checar o seguro-fiança? Esse caso expõe vulnerabilidades comuns no mercado imobiliário.
Como funcionava o esquema de seguro-fiança falso
As empresas dos investigados ofereciam seguro-fiança de aluguel, um tipo de garantia exigida por muitas imobiliárias. Na prática, quando um inquilino atrasa o aluguel, a seguradora deveria cobrir o pagamento para a imobiliária e depois cobrar do locatário.
Aqui, porém, o golpe era simples e cruel: as empresas recebiam o dinheiro dos clientes, mas não repassavam nada às imobiliárias quando os inquilinos inadimplentes apareciam. Resultado? As imobiliárias arcavam com os prejuízos sozinhas, levando várias à falência.
Leia também: Explosão no Morro dos Cavalos impulsiona novo protocolo de emergência em SC
O delegado Osnei de Oliveira, responsável pela investigação, explica: "Inicialmente, as investigações se concentraram nas vítimas que registraram ocorrência em Navegantes, mas é sabido que o grupo atua em várias regiões de Santa Catarina, bem como no Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Mato Grosso. O golpe pode superar os R$ 15 milhões, pois nestes locais também lesaram economicamente diversas pessoas."
Alcance nacional e falta de registro na Susep
O esquema não se limitava a Santa Catarina. Estados como Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Mato Grosso também registram vítimas. A Justiça autorizou o bloqueio de R$ 1,5 milhão em contas ligadas aos investigados, valor que pode crescer com novas apurações.
Um detalhe crucial: nenhuma das empresas estava registrada na Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão federal que regula o setor de seguros no Brasil. Sem esse registro, as operações eram ilegais desde o início. Na prática, isso significa que corretores e inquilinos confiavam em promessas vazias, sem qualquer respaldo legal.
Os suspeitos usavam marketing agressivo nas redes sociais, exibindo uma vida de luxo para ganhar credibilidade. Postagens com carros caros e viagens pareciam inofensivas, mas serviam para atrair mais vítimas.
Crimes envolvidos e próximos passos da investigação
O grupo deve responder por associação criminosa, estelionato e apropriação indébita, crimes previstos no Código Penal que podem render penas de até 12 anos de prisão cada. A Polícia Civil recolheu documentos durante as prisões para avançar no inquérito.
Para o leitor comum, isso levanta uma questão importante: como evitar cair em armadilhas semelhantes? Uma dica prática é sempre verificar o registro na Susep antes de contratar qualquer seguro-fiança – o site oficial (www.susep.gov.br) permite consulta gratuita em minutos.
Lições para o mercado imobiliário e inquilinos
Casos como esse destacam a fragilidade do setor imobiliário em meio a golpes sofisticados. Imobiliárias menores sofrem mais, mas inquilinos também pagam a conta com aluguéis mais caros no futuro. E se o próximo contrato que você assina esconder um risco assim?
A investigação reforça a importância de fontes confiáveis. Dados da Susep mostram que fraudes em seguros crescem 20% ao ano no Brasil, segundo relatório anual de 2024 da autarquia.
Fonte: NSC Total
Empresário é preso por suposto envolvimento em golpe que faliu imobiliárias em SC
Pai condenado por estupro é preso como suspeito de matar filha de 17 anos em SC
Explosão no Morro dos Cavalos impulsiona novo protocolo de emergência em SC
Deixe seu comentário