Isso significa que temperaturas abaixo de 35,4ºC podem indicar hipotermia, enquanto temperaturas acima de 37,4ºC podem indicar o início de uma febre ou febrícula. Tudo isso depende na verdade do contexto e ambiente em que a criança está. Óbvio que se formos comparar nossa temperatura corporal em um dia de calor intenso com um dia de frio, ela sofre pequenas variações.
A temperatura a ser medicada com antitérmicos na infância é acima de 37,8ºc. Abaixo desses valores é preciso acompanhar e se necessário oferecer métodos físicos, como panos frios ou banho morno para controle da temperatura.
A febre é uma elevação normal da temperatura do organismo que ocorre como fator de proteção contra uma infecção. A infecção gera a liberação de células inflamatórias que agem no hipotálamo, levando ao aumento da temperatura.
A temperatura elevada aumenta o metabolismo do organismo, o que teoricamente é uma reação que favoreceria a eliminação da infecção. No entanto, nem sempre a febre é suficiente para acabar com a infecção, e em crianças a febre gera muito mal-estar, fraqueza (prostração), falta de apetite e dor de cabeça (cefaleia).
A elevação aguda da temperatura pode causar convulsão febril, que pode ser potencialmente grave, em crianças predispostas, por isso a recomendação de tratar com antitérmicos a febre acima de 37,8ºC.
O tema é bastante complexo, pois atendo muitas e muitas crianças encaminhadas de creches e escolas com “febre “sem realmente terem a temperatura alterada.
A febre é o principal sintoma de, aproximadamente, 20% a 30% das consultas pediátricas em ambulatórios e emergências hospitalares e normalmente cursam com quadros inespecíficos. A grande maioria de origem viral.
O quadro clínico característico de febre cursa com: extremidades frias; ausência de sudorese, sensação de frio e eventualmente tremores; taquicardia (aumento dos batimentos do coração) e taquipneia (aumento da frequência respiratória).
É preciso cautela ao avaliar a temperatura corporal do paciente e analisar o contexto, como horário e circunstância.
Para o tratamento do sintoma, o uso dos fármacos deve ser feito quando a febre está associada a desconforto evidente (criança com choro intenso, irritabilidade, redução da atividade, redução do apetite e distúrbio do sono), e não basear o uso em um número predeterminado. É destacado ainda que os antitérmicos – paracetamol, ibuprofeno e dipirona – estão entre os fármacos mais utilizados em crianças febris, com ou sem prescrição médica.
Apesar de seguros e eficazes, esses medicamentos são frequentemente causa de intoxicações, seja por erro na administração de dose ou intervalo, ou por interação medicamentosa. Por esse motivo, é necessário que seu uso seja criterioso, dentro da faixa terapêutica e de modo isolado.
Na ânsia do controle da febre, muitas vezes pais e cuidadores erram dosagens e aumentam os riscos de intoxicações. Além disso, a febre é um sinal, não uma doença. Nesse sentido, é preciso calma para buscar a forma mais segura e eficaz de tratar as crianças e investigar a causa deste sintoma.
Lembre-se que a alteração da temperatura deve ser verificada e acompanhada com o restante dos sintomas e sempre em caso de dúvidas consultar com pediatra para avaliação do quadro.
Nos vemos em breve em nosso próximo encontro aqui na Coluna Saúde.
Abraço Dra. Cristiane Schmitz
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