A dengue na criança pode ser assintomática ou apresentar-se como uma síndrome febril clássica viral, ou com sinais e sintomas inespecíficos: adinamia, sonolência, recusa da alimentação e de líquidos, vômitos, diarréia ou fezes amolecidas.
Nos menores de dois anos de idade, especialmente em menores de seis meses, sintomas como cefaléia, dor retro-orbitária, mialgias e artralgias podem manifestar-se por choro persistente e irritabilidade, geralmente com ausência de manifestações respiratórias, podendo-se confundir com outros quadros infecciosos febris, próprios dessa faixa etária.
Na criança, o início da doença pode passar despercebido e o quadro grave ser identificado como a primeira manifestação clínica. O agravamento, em geral, é súbito, diferente do que ocorre no adulto, que é gradual, em que os sinais de alarme de gravidade são mais facilmente detectados. O exantema, quando presente, é máculo-papular, podendo apresentar-se sob todas as formas (pleo-morfismo), com ou sem prurido, precoce ou tardiamente.
Entre o terceiro e o sétimo dia do início da doença, quando ocorre a defervescência da febre, podem surgir sinais e sintomas como vômitos importantes e frequentes, dor abdominal intensa e contínua, hepatomegalia dolorosa, desconforto respiratório, sonolência ou irritabilidade excessiva, hipotermia e derrames .Esses sinais e sintomas alertam para a possibilidade de evolução para formas graves da doença .
O sucesso do tratamento do paciente com dengue está no conhecimento de sua fisiopatologia e no reconhecimento precoce dos sinais de alarme.
A Dengue em criança tem um amplo espectro clínico, podendo manifestar variados sinais e sintomas, além de ser uma doença dinâmica, podendo expressar, em determinado, momento sinais de gravidade e choque. Devido a essas características, pode-se destacar seu diagnóstico diferencial com outras doenças como:
a) influenza, outras viroses respiratórias, hepatites virais, Zika vírus , covid;
b) rubéola, sarampo, escarlatina, eritema infeccioso, exantema súbito, enteroviroses, mononucleose infecciosa, parvovirose, citomegalovirose;
c) febre amarela, leptospirose, púrpuras;
d) apendicite, obstrução intestinal, abscesso hepático, abdome agudo, pneumonia, infecção urinária, etc.;
e) meningite.
O manejo adequado dos pacientes depende do reconhecimento precoce dos sinais de alarme, do contínuo monitoramento, do reestadiamento dos casos e da pronta reposição hídrica.
A confirmação de um caso de dengue, assim como de outras doenças , tem importância individual, pois o doente e o médico têm direito ao diagnóstico. Mas possui também importância coletiva, em função das medidas de controle e de prevenção realizadas por causa do perfil epidemiológico dessas doenças.
Lembre se que ao sentir algum dos sintomas anteriores você deve procurar orientações médicas para ser diagnosticado e tratado. Proteja sua família, não deixando água parada ou locais com desenvolvimento do mosquito e preocupe se em EVITAR a doença com responsabilidade.
Em caso de dúvidas, procure o seu médico de confiança.
Abraço e até breve
Dra Cristiane Schmitz
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