Dormir melhor é uma necessidade. E não só sua ou dos seus filhos, em média 62% dos brasileiros dizem que dormem bem, mas não conseguem explicar essa resposta. Ou seja, no Brasil existe uma falsa percepção sobre a qualidade do próprio sono.
Às vezes dormir melhor pode parecer uma tarefa dantesca. Afinal, é algo que fazemos instintivamente desde que nascemos, mas pode ser feito da maneira errada.
A Associação Americana de Pediatria orienta que o bebê passe a noite no quarto dos pais durante o primeiro ano de vida, para facilitar a observação. Porém, em camas separadas: berço, carrinho ou moisés. A cama compartilhada não é recomendada, por aumentar os riscos de sufocamento ou quedas.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) aconselha que, assim que possível, a criança tenha seu espaço definido na hora de dormir, seu berço.
Mas também lembra que se deve levar em consideração possíveis agravantes que o bebê tenha apresentado na maternidade (doenças de origem infecciosa ou distúrbios nutricionais), além do clima frio e da frequência de mamadas.
Qual é o problema de a criança não dormir sozinha?
O principal argumento contra a cama compartilhada, quando se trata de bebês, é o maior risco de sufocamento. Especialistas em sono infantil também alegam que dormir sozinho é importante para o aspecto emocional da criança, permitindo maior independência. Outra razão seria a preservação do espaço de intimidade dos pais.
Não existe um consenso quanto à idade com que a criança passa a dormir sozinha em seu quarto. Algumas, já desde os 3 ou 4 anos, podem começar a fazê-lo, se os pais a habituaram a isso. O mais comum, no entanto, é que os pequenos durmam com um adulto do lado, lendo uma história para eles, por exemplo, e somente lá pelos 7 ou 8 anos consigam pegar no sono sozinhos. Depende muito do grau de autoconfiança da criança. Quando pensamos em termos evolutivos, a hora de dormir é a hora mais vulnerável. É normal que as crianças só se sintam protegidas com um adulto por perto.
Diversos fatores podem fazer com que a criança não queira dormir sem ninguém ao seu lado. Algumas questionam o exemplo que têm em casa: se os pais dormem juntos e um faz companhia ao outro, por que ela, que é menor, tem de fazer diferente? O medo de escuro, de monstros e os pesadelos são, ainda, outros motivos que levam os pequenos a pedirem a presença de um adulto no hora de pegar no sono. Se os pais querem que o filho durma sozinho, eles têm de ensiná-lo como fazer isso de forma saudável.
Práticas para ensinar a criança a dormir sozinha:
A rotina. Quem é pai ou mãe certamente já ouviu essa recomendação de manter todas as noites o mesmo ritual com o filho, pois isso o ajuda a entender que é hora de dormir e logo, o momento em que irá se separar dos pais. Chegada a hora do sono, vale seguir sempre a mesma sequência de atividades. Por exemplo: colocar o pijama, escovar os dentes e ler uma história ou cantar uma música. Dessa forma, a criança aprende a diferenciar quando é hora de ficar com os pais e quando é hora de ir para a cama.
O ambiente. Diminuir as luzes e o barulho da casa ajudam a criar um clima mais tranquilo no ambiente. Assim, a criança se acalma e, ao relaxar, tem mais facilidade em pegar no sono.
A naninha. Deixar na cama o bichinho de pelúcia preferido, uma manta, um paninho ou qualquer outro objeto que a criança usa desde quando era bebê é uma forma de confortá-la ao remeter a algo que lhe é muito familiar. O chamado objeto de transição é usado para passar segurança e conforto ao bebê, nos seus primeiros meses de vida, quando a mãe não está por perto. Muitos, porém, seguem usando esse objeto mesmo quando maiores.
A autonomia. Fazer com que as crianças realizem atividades próprias para a sua idade, como vestir as próprias roupas e comer sozinhas, é uma maneira de incentivar sua autonomia – e ajudar também a que confiem mais em si próprias. Ao praticar atividades sem a supervisão de um adulto, elas podem se tornar menos dependentes e aumentarem sua tolerância a ficar sozinhas na hora de dormir.
E seu filho dorme bem? Dorme sozinho? Você dorme bem?
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Abraço carinhoso
Dra. Cristiane Schmitz
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