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EDUCAÇÃO FINANCEIRA

Enchentes: os impactos financeiro-econômicos para as cidades

Desde nosso tempo de escola, nas aulas de Geografia e História, vimos que o princípio de toda civilização no mundo ocorreu às margens dos rios. Ora, a água é o nosso principal combustível. Nosso corpo é constituído por aproximadamente 70% de água. Precisamos dela para viver, alimentar e produzir. Mas, tudo que for em excesso faz mal e acarreta inúmeros problemas, é o que acontece com as chuvas excessivas nas cidades, que ocasionalmente provocam enchentes e inundações, fato que está bem eminente e tornando-se rotina na nossa região.

As perdas relacionadas as áreas atingidas comprometem todo um ciclo econômico.  Os prejuízos são grandes, acometem as residências particulares, as empresas, as indústrias, os bens de uso comum do povo, os bens públicos e a agricultura. São perdas de objetos, máquinas, equipamentos, alimentos, medicamentos, lembranças e memórias. Aqui na nossa região, o excesso de chuvas já comprometeu parte ou totalmente da safra de arroz, fumo, milho e piscicultura.

Estes fenômenos climáticos que provocam as enchentes e inundações estão cada vez mais frequentes e potencializados. Fenômenos climáticos como El Niño e La Niña surgiram em decorrência do aquecimento global e das mudanças climáticas que vem ocorrendo. Estas provocam eventos extremos, como chuvas intensas e volumosas em um curto espaço de tempo. Hoje, como os recursos tecnológicos estão mais avançados, é possível, na maioria das vezes, emitir boletins de previsões meteorológicas, como os da defesa civil ou de outros órgãos competentes.

O impacto econômico das enchentes e alagamentos para uma região é uma preocupação séria, provocam estragos e perdas de grandes proporções. A força e o volume das águas inundaram e destruíram casas, gerando um alto número de desabrigados e desalojados. Muitos comércios e indústrias tiveram grandes perdas, o que pode acarretar atrasos em pagamentos, dificuldades de caixa, dificuldade de obtenção de crédito, e possíveis demissões.

Estes eventos, além de trazerem como conseqüência perdas materiais, acarretam prejuízos financeiros pessoais e empresariais, e prejuízos à saúde das pessoas, não só pelas doenças provocadas pelas condições sanitárias disponíveis, ou através das doenças que se propagam através da água suja que invade as residências, mas os impactos psicológicos e na vida de quem perdeu e precisa retomar e reconstruir.

Conforme mencionado anteriormente, as civilizações mais antigas foram sendo estabelecidas as margens do leito dos rios. Um dos principais motivos decorrente das enchentes foi o modo como foi desenvolvido o processo de urbanização e expansão das cidades. Com o crescimento do êxodo rural, provocado pela industrialização e urbanização, houve um grande crescimento das cidades. A falta de planejamento, as intervenções no meio, a ocupação em áreas muito próximas de rios, a falta de atenção do Poder Público na relação das pessoas e o meio ambiente, somam-se a vários outros motivos, que provocam alagamentos, inundações e enchentes nas cidades.  Podemos citar ainda: a impermeabilização dos solos decorrentes aos processos de asfaltamento; a canalização irregular de rios; falha nos sistemas de drenagem para escoamento pluvial; desmatamento e remoção da mata ciliar; descarte inadequado do lixo, e o principal, ocupação de áreas suscetíveis às inundações, como as margens de rios.

 Sim, mas o que pode ser feito em relação as enchentes, inundações e alagamentos? Com todos os problemas ou falhas nos sistemas mencionados não podemos simplesmente apagar a existência de uma cidade ou transferir, na sua totalidade, uma cidade de grande porte para outro lugar. 

Algumas medidas já tomadas em algumas grandes cidades e países, podem servir de referência, como alternativas para evitar enchentes ou minimizar seus efeitos. Um exemplo é o efetivo desassoreamento/dragagem dos rios, ou seja, realizar remoção do excesso de sedimentos do fundo do leito do rio, aumentando sua profundidade, consequentemente, aumentando a capacidade na contenção de um maior volume de água. Outros exemplos são a construção ou reforço das barragens já existentes, construção de piscinões – grandes reservatórios para contenção de água, investimentos nos sistemas de drenagens pluviais, e o controle das construções e urbanização liberadas hoje nas cidades, ou seja, planejamento urbano adequado e educação ambiental.

Mas, o que eu quero lhes dizer com isso tudo? Quero dizer que moramos na região, fazemos parte das cidades. Há quem possa ajudar financeiramente, ótimo! Neste momento toda ajuda é bem vinda, seja material, financeira, física ou psicológica. Mas, o que eu quero lhes dizer é que, todo este processo enfraquece a economia, por todos os motivos já mencionados, e o maior neste momento: o financeiro. Como sempre e, mais do que nunca, precisamos fazer girar a roda da economia. Valorize o comércio e a prestação de serviço local. Valorize os trabalhadores autônomos. Este dinheiro que é “depositado” nos serviços e nas compras realizadas, são utilizados para as despesas de outras pessoas e empresas, que logo fazem crescer o consumo, pois a sua despesa é o rendimento de outra pessoa.  O consumo faz as empresas produzirem mais. Em toda essa relação, desde do autônomo, do mercado do seu bairro, até as grandes fábricas e empresas, estes geram tributos, que são recolhidos aos governos: Federal, Estadual e Municipal. Arrecadando mais, é possível oferecer mais serviços públicos ou investimentos às cidades, como escolas, postos de saúde, áreas de lazer, iluminação pública, programas sociais, entre outros. Dinheiro em circulação gera riquezas à muitas pessoas. Essa roda da economia precisa girar. Se você tiver condições, crie oportunidades de trabalho, prestigie o comércio, utilize os serviços disponíveis. E mais uma vez, valorize o comércio local. Nessa roda, você ajudará a si, aos outros e à toda região.

Assim, seguimos juntos nesta jornada, praticando e difundindo à todos uma educação financeira simples e de resultado.

Até breve!

Juscelino Gaio

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