Sete dicas de como fazer seu dinheiro valer mais na hora das compras

Sabendo que a inflação dos preços derrete o poder de compra de todas as pessoas, podemos dizer que, além da inflação dos alimentos, o que pode evaporar o seu dinheiro são as armadilhas do supermercado e o desconhecimento do consumidor. Como a maioria das famílias brasileiras gastam 25% ou até 50% de seu orçamento no supermercado, elaborei uma lista de sete dicas de como comprar mais e ao mesmo tempo gastar menos no supermercado, a saber:

1- Planeje suas idas ao supermercado com uma lista de compras:

Primeiramente, verifique o que está faltando em casa e tudo o que precisa realmente comprar. Depois estabeleça prioridades daquilo que realmente é essencial por categoria, fazendo compras mensais, pesquisando qual é o melhor dia de cada supermercado para itens não perecíveis, e semanais, nos dias de promoção de hortifrutis. Salve a lista de compras recorrentes e a separe por estabelecimentos após pesquisar qual item é mais barato na comparação de preço e qualidade.

Existem aplicativos de celular que ajudam a montar listas inteligentes por seção de supermercado, com a possibilidade de compartilhar a lista com outras pessoas e de criar alertas para lembrar você de comprar os produtos que estão acabando. Um exemplo de aplicativo que testei foi o SoftList, que, além de categorizar por supermercado, também lê o código de barras dos produtos, compara os preços na internet e ainda faz o histórico de despesas, facilitando a identificação de onde está o maior consumo por categoria, loja e mês. Assim, cria-se a oportunidade de aumentar a disciplina financeira e evitar compras por impulso, dificultando os “passeios” pelas gôndolas supermercado que geram gastos desnecessários e evitando compras supérfluas com o orçamento que não esteja planejado na lista.

2- Compare preços e estabelecimentos:

Existe muita diferença entre produtos similares, seja tanto dentro do supermercado como se comparado com outros estabelecimentos, inclusive aqueles por venda em atacado, assim como os “atacarejos” que estão em evidência, que são uma mistura de atacado com as variedades de produtos do varejo. Entretanto, como você tem a lista de compras e o histórico de preços na sua lista, é muito mais fácil fazer pesquisa de preço e não cair na armadilha do produto isca, que chama atenção do consumidor com apenas um item em promoção, sendo que o restante do mercado pode estar com preços muito acima da média.

3- Teste marcas e compare preços e qualidade:

Quando eu morava em Monte Carlo (SC), conheci marcas de extrato de tomate, creme de leite, e de até batata frita que nunca tinha visto, com preços pela metade dos praticados pelas marcas de referência do mercado. Testei alguns e os utilizei, economizando até 50% nesses itens. Assim, nem sempre os maiores preços significam o melhor custo-benefício. Porém, ao comprar produtos mais baratos, certifique-se de que a qualidade não seja comprometida. E, às vezes, vale a pena investir um pouco mais em algo de mais qualidade e que dure mais tempo.

4- Aproveite descontos e promoções

Como você já tem uma lista de compras e com isso já tem uma noção se os preços estão caros ou não, aproveite as promoções em itens não perecíveis que podem ser estocados. Utilize os programas de fidelidade e de distribuição de cupons de desconto e tome cuidado com as promoções do estilo “pague 2 e leve 3”, fazendo as contas para verificar se vale a pena. E, ainda, cuidado quando o desconto é muito grande, pois tais itens provavelmente estão perto do vencimento.

5- Compre produtos sazonais:

Para cada região do país existe uma fruta, peixe, legume ou verdura que está sendo colhida naquele mês da sua compra, segundo o calendário de safras. Além de estarem mais frescos, com certeza serão mais baratos por serem alimentos da estação. Por exemplo, neste mês de novembro começa a safra de melancia, do melão e o início da venda do pêssego gaúcho.

6- Evite ir ao mercado lotado ou na primeira quinzena do mês

Quando o mercado estiver cheio, provavelmente é o dia após o pagamento do salário, e com certeza antes do dia 10. Nesse período, como tem muita gente comprando, não haverá muitas promoções, pois essas começam apenas depois da primeira quinzena. E, mesmo evitando as prateleiras na altura dos seus olhos e os corredores que levam ao caixa, os produtos no início do mês normalmente são mais caros e os estabelecimentos cheio de tentações fora do orçamento.

7- Vá ao supermercado com estômago saciado

Uma pesquisa da Cornell University revelou que as pessoas que passam cinco horas ou mais sem comer antes de irem às compras tendem a adquirir mais alimentos ricos em calorias do que quando já vão alimentadas. No Brasil, um estudo da Universidade de São Paulo (USP) mostrou que as pessoas que estavam com fome no momento das compras eram mais propensas a ignorar promoções e a comprar produtos mais caros. Provavelmente isso ocorre porque a fome aumenta a impulsividade e a tendência de se concentrar somente nos produtos que estão mais à vista. Desse modo, quando estamos com fome não pensamos conscientemente, e com pouca energia temos vontade de comprar mais alimentos prontos para consumo, normalmente com pouca nutrição, que, além de serem prejudiciais à saúde, devoram seu orçamento.

O assunto de como gastar menos no supermercado e sobrar mais dinheiro para escolher onde usar é extenso, não terminando por aqui. Afinal, depende também da prática de cada pessoa, pesquisando preços, frequentando supermercados diferentes e cogitando opções alternativas, tal como o atacado. De forma de continuar a reduzir as despesas e os gastos do orçamento mensal, no próximo artigo será abordada a viabilidade econômica e os benefícios da energia solar na redução da sua conta de energia elétrica.

Assim, continuamos juntos nesta jornada, praticando e difundindo a todos uma educação financeira simples e de resultado.

Até breve!

Juscelino Gaio