Ascurra é contemplada com 12 casas pelo programa Casa Catarina

Quem já sonhou em ter uma casa própria? Ou melhor, quem já conseguiu realizar este sonho? Comprar um imóvel é um importante passo na vida das famílias. Não representa apenas sair do aluguel, simboliza estabilidade financeira, conforto e segurança, poder fazer pequenos investimentos que agregam no Lar e no valor do imóvel.
É difícil um imóvel desvalorizar. Nos últimos anos vimos um “boom” da valorização da construção civil, não só nas cidades litorâneas, mas também em pequenas cidades. O mercado da construção civil aquece e movimenta uma grande cadeia produtiva. Produção de insumos e materiais de construção, prestações dos mais variados serviços, geração de emprego direta e indireta, crédito imobiliário, mão de obra especializada, estímulo em outros setores, são exemplos das atividades que movimentam este mercado. A construção civil está em constante evolução, hoje são apresentadas às obras tecnologias sustentáveis, novas técnicas de construção e soluções inovadoras, de gasto, consumo e rendimento.
O comprador ao ter a intenção de investir em um imóvel, que dispõe de parte ou do valor integral para aquisição, deve ficar atento ao fator chamado liquidez. E isso vale para qualquer investimento. Dizer que a sua casa valha R$ 500.000,00 é uma coisa, mas transformá-la em dinheiro em um momento de necessidade é outra. Imóveis com alta liquidez são aqueles que podem ser vendidos rapidamente. Quando se investe em um imóvel, por exemplo, a pessoa não pode ter a intenção de venda imediata, salvo casos de transações exclusivas para estas finalidades. Imóveis podem sofrer valorizações, dependendo da localização, tipo de imóvel, estado de conservação, investimentos de expansão comercial e industrial nas proximidades, etc. Atualmente, imóveis menores ou apartamentos possuem maior liquidez do que casas grandes. Imóveis com preço abaixo do mercado também possuem maior liquidez, mas ninguém compra um imóvel para perder dinheiro na venda, certo? Então esteja bem certo das suas necessidades, e normalmente, o investimento em imóveis é para médio e longo prazo.
Entrando nesta seara, essa semana fui procurando por uma pessoa, que me perguntou sobre a sua intenção de compra de um apartamento, se era um bom negócio? Ao ser questionado, preciso primeiramente saber algumas informações importantes. A compra de um imóvel sempre é um investimento, mas qual o seu objetivo, comercial, residencial ou construção? Para uso próprio ou para locação? Só aqui temos muitas variáveis e algumas questões bem relevantes. Cada negócio é bem específico, bem como as disponibilidades financeiras para viabilizá-lo. Percebo, na grande maioria, quem compra possui um valor de entrada, e o saldo, muitas vezes é obtido através de empréstimos pessoais, de crédito imobiliário ou da parcela autorizada no FGTS.
Definida a utilização e o objetivo do imóvel, além do preço, alguns pontos relevantes devem ser observados, como a localização, a estrutura do imóvel, posição solar, conservação, segurança do local, infraestrutura básica do logradouro, possível potencial de crescimento e expansão urbana, se o imóvel possui registro no cartório de imóveis, incluindo escritura e matrícula, garantindo a regularidade, e se podem existir custos adicionais posteriores a compra, como taxas mensais, mensalidades, condomínio, etc.
Obviamente, umas das partes mais importante é como fazer para pagar, então, se o comprador não tiver todo valor disponível, deverá definir se o valor da parcela, de um financiamento por exemplo, cabe no seu orçamento. Se o comprador não possui nenhum imóvel, e de acordo com a renda, pode enquadrar-se no programa habitacional do governo Minha Casa Minha Vida, e ainda pode fazer a utilização de parte do valor do fundo do FGTS, para abatimento das prestações, se assim tiver. Há também a opção de utilização de carta de crédito de consórcio, que tenha lance fixo ou lance baixo, com pouco prazo de prestação. Também é possível utilizar o próprio FGTS, utilizando-o como entrada.
Comprar a casa própria e sair do aluguel pode ser um bom negócio, desde que o orçamento inicialmente já esteja adequado. Torna-se um mau negócio se a família não fizer a lição de casa, se a vontade de comprar for maior que as possibilidades de pagamento, pois vontade não paga conta. Uma parcela que não cabe no orçamento ou que comprometa muito a renda da família, poderá levar ao atraso das parcelas, consequentemente levará ao crédito pessoal ou empréstimos consignados para manutenção das despesas básicas do Lar. Entrar em rotativo de cartão de crédito ou limite do cheque especial, também não é um bom caminho. O bom negócio é o que mantém a sua saúde FÍSICA, MENTAL e FINANCEIRA. É pela falta dessa habilidade de gestão financeira, que o sonho da casa própria se desfaz, o comprador não consegue honrar a dívida, e o imóvel retorna ao credor, ou muitas vezes à leilão.
Outra questão é comprar para investir. Presenciei alguns casos da pessoa já possuir um imóvel familiar, com a intenção de comprar outro para investir, destinado para locação. Para verificar a viabilidade desse tipo de investimento, que aumenta o patrimônio, há de se levar em conta como será o pagamento. Financiamento? Só a parcela do aluguel paga em quase sua totalidade o valor da parcela do financiamento imobiliário, claro que isso não se aplica se o imóvel for comprado à vista. Deve-se considerar também as condições da atual economia, em uma possível vacância na locação, existem despesas com água, luz, manutenção e impostos, e o fato de não se pode contar com esse imóvel para transformar em dinheiro rapidamente. Assim a compra do segundo imóvel pode ser o primeiro passo para aumentar o patrimônio consistentemente ou pode ser a ruína até das reservas financeiras, se não tiver renda para pagar o financiamento ou manutenção do orçamento familiar, até a perda máxima do imóvel financiado.
Se a compra de um imóvel é um bom negócio? Ora, sempre é um bom negócio, não só para um lado, mas deve ser um bom negócio para ambos, uma transação comercial é isso. Quem investe tem sempre uma motivação extra para “acordar e ir à luta”, seja para realização dos seus sonhos ou para trabalhar para pagar as prestações (risos).
Ademais, seguimos juntos, praticando e divulgando a todos uma educação financeira simples e de resultado.
Até breve.
Juscelino Gaio
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