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Psicologia Financeira:03 Lições

Há muito conteúdo na internet e nas mídias sociais sobre finanças pessoais, desde assuntos sobre planejamento financeiro, empréstimos, cartão de crédito, investimentos e até análise sobre moedas e juros, mas o que objetivamente nos faz aprendermos é ler um bom livro sobre finanças. Pensando nessa estratégia de recomendação e um convite à pensar e aprimorar seu “Re-skiling”, ou seja, refazer suas habilidades, apresento 03 lições do livro: Psicologia Financeira: Lições Atemporais sobre fortuna, ganância e felicidade, de Morgan Housel. Esta obra foi lançada em 2020 e traduzido em mais de 53 idiomas em 2021, em plena época de pandemia mundial do COVID-19, com mais de 3 milhões de livros físicos vendidos, fora as plataformas de livros digitais, com 20 capítulos de pura sabedoria sobre como ter consciência das suas emoções e comportamentos. Morgan Housel foi colunista do jornal de Wall Street Journal, e está entre as 50 pessoas mais influentes no mundo de finanças pessoais. O livro tem 304 páginas rico em exemplos reais de vida e as seguintes lições:

1. O sucesso financeiro é uma habilidade pessoal:

Riqueza é comportamento em relação ao dinheiro, é atitude, pessoas com pouco ou nenhuma formação na área financeira podem se tornar mais ricos que médico, advogado ou físico de foguete. Para ilustrar essa afirmação é citado o caso do Sr. Ronald James Read, que morreu aos 92 anos de idade em 2014. Ele era frentista, faxineiro, investidor e filantropo com uma fortuna de 8 milhões de dólares. Aos 38 anos comprou uma casa e aos 50 ficou viúvo. No testamento, Ronald deixou 2 milhões aos enteados e 6 milhões para a biblioteca e hospital onde viveu. O que ele fez foi poupar e investir em boas empresas na bolsa de valores, passou por várias crises, onde comprou mais ações com mercado em queda, e sempre com paciência. Contrapondo com outro exemplo da vida real, o autor cita o inverso, Sr. Richard Fuscone, com muita habilidade técnica, executivo que trabalhou na área financeira, formado em Harvard e com pouca ou nenhuma habilidade pessoal de conservar seu patrimônio pessoal. Fuscone teve uma carreira meteórica, fez mais de 10 milhões na sua vida, e se aposentou precocemente aos 40 anos, e em 2008 com a crise acabou quebrando porque antes da crise ele contraiu empréstimos de hipoteca, ou seja, deu sua mansão em garantia para reformar sua casa em 2000, e em 2008 todas as casas perderam valor, e veio a falir. Assim o autor mostra que o mercado financeiro é democrático no sentido que não é seu conhecimento em finanças que vai determinar que você ficará rico, mas sim o seu comportamento. Ele compara o mercado financeiro com outras profissões, nunca irá encontrar um faxineiro que vai operar um coração melhor que um especialista, nem um faxineiro que entenda mais de bomba nuclear que um físico, entretanto dentro do mundo financeiro, existem faxineiros que tem uma performance de investimento e sejam mais ricos que um médico, cientista ou arquiteto de renome. A principal habilidade pessoal do Ronald foi a perseverança de esperar o tempo passar.

2. Poupar é igual a sua renda, menos o seu ego:

Ele escreveu uma carta para seu filho ler quando tivesse a idade de obter a sua primeira renda: “Você pode achar que deseja ter um carro caro, um relógio chique e uma casa enorme. Mas, escute o que eu digo, você não quer. O que você quer é o respeito e a admiração dos outros, e você acha que ter coisas caras trará isso. Quase nunca traz, principalmente das pessoas que você deseja que o respeitem e o admirem.” É atenção, respeito e admiração que as pessoas querem provocar quando compra algum item caro, se sentir que está pertencendo a um “grupo seleto”, é o EGO, o orgulho que gasta o seu dinheiro em coisas que você não precisa. E quanto maior a renda, mas grande se torna o EGO, quando mais se ganha mais vontade de ostentar o grupo que pertence, já vi donos de empresa com dificuldades, mas viajando, fazendo festa e comprando carro novo todo ano. E quanto antes você perceber que não precisa gastar com seu “ego”, maior será seu resultado financeiro. Se repararmos na fórmula matemática que calcula a soma que obteremos se deixarmos aplicado uma quantia de capital à determinada taxa que é escolhida pelo mercado e risco, a única variável que podemos escolher é o tempo, e a única que é exponencial. Vamos colocar isso num exemplo numérico: duas pessoas decidem guardar para se aposentar aos 65 anos. O Investidor “A” começa aos 20 anos com 300 reais por mês, por 10 anos, e aos 30 anos decide não mexer nesse dinheiro até 65 anos. Outro investidor “B”, gasta tudo dos 20 aos 30 anos, e começa a fazer aplicações mensais a partir dos 30 anos. Para recuperar o tempo perdido, ele se esforça um pouco mais e aplica R$400 reais por mês até os 65 anos, ou seja, por 35 anos. Ambos conseguiram a mesma rentabilidade de juros de 1% ao mês. Fazendo as contas, quem terá maior capital para se aposentar aos 65 anos? Será investidor A, que começou 10 anos mais cedo, e deixou mais 35 anos sem sacar nada da aplicação e aos 30 anos ele já tinha R$70 mil reais. O investidor que começou mais cedo terá R$4,5 milhões e o outro terá apenas 2,5 milhões. O resultado financeiro não paga pelo seu esforço, ele paga pelo seu início cedo, o tempo é que transforma quantias pequenas em fortunas.

3. Saiba o quanto é suficiente:

Tem um capítulo no livro chamado: Nada é suficiente, em que o autor cita várias pessoas que não foram muito bem sucedidas e não souberam a hora de parar, e não sabem o quanto de dinheiro é suficiente e necessário para obter uma vida de experiência e prosperidade, e colocam os pés pelas mãos. Um dos exemplos foi Bernard L. Madoff, que quando já tinha uma fortuna de mais de 100 milhões de dólares, foi um dos fundadores da bolsa de valores que lida com empresas de tecnologia americana, chamada NASDAQ. Por um bom tempo foi presidente dessa bolsa, e mesmo assim aplicou uma fraude no sistema financeiro. Ele foi referência no mercado financeiro, tinha uma corretora de valores que movimentava 9% do volume de transações da bolsa de Nova York, rendendo de 25 a 50 milhões por ano de lucro. Entretanto, essa riqueza para ele não foi o suficiente, e ele há décadas estava aplicando um golpe insustentável, prometendo ganhos de 1% ao mês em dólares americanos, quando os juros sem risco na época não pagavam isso ao ano. Apesar de denúncias à SEC, órgão regulador dos Estados Unidos, somente foi descoberto a crise pós 2008. Madoff tinha uma espécie de pirâmide ou esquema de PONZI, onde para pagar os juros prometidos precisa ter entrada de novos investidores. Foi condenado a 150 anos de prisão e morreu na prisão pobre. Nada justifica arriscar algo que você já tem e do qual precisa por algo que você não tem e do qual não precisa.

Este livro foi um marco divisor no mundo das finanças ao colocar o comportamento e atitude para diferenciar pessoas que prosperam na vida, de pessoas que têm todo conhecimento e não sabem aplicar usando o comportamento como chave para independência financeira. Se pudesse resumir em uma frase: “Inicie a investir o quanto antes e tenha paciência, o que você não gasta hoje será a sua fortuna amanhã”.

Assim, seguimos juntos nesta jornada, praticando e difundindo a todos uma educação financeira simples e de resultado.

Até breve!

Juscelino Gaio

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