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Compras Compulsivas de Final de Ano

O final do ano é marcado por festividades como Natal e Ano Novo, e promoções como a Black Friday, que incentivam o consumo. No Brasil, esse período também é conhecido por ser um momento de aumento significativo no comportamento compulsivo de compras, motivado por fatores emocionais, culturais e econômicos. Apesar da euforia das compras, as consequências podem ser severas para as finanças pessoais, com impactos que podem deixar o próximo ano comprometido com dívidas.

O Natal e as celebrações de fim de ano são carregados de simbolismo, e comprar presentes para familiares e amigos reforça laços sociais e culturais. Para muitos, o ato de presentear é uma forma de demonstrar afeto, o que acaba impulsionando o consumo emocional. As promoções nesta época são mais agressivas, como as da Black Friday, que criam a sensação de urgência. Muitas pessoas acabam comprando produtos que não planejavam, motivadas pelo medo de perder uma “oportunidade imperdível”. E ainda o pagamento do 13º salário no Brasil aumenta o poder de compra temporário, mas pode levar a um descontrole financeiro, especialmente quando usado sem planejamento.

A publicidade digital e o marketing de influência nas redes sociais estimulam o consumo impulsivo, com anúncios personalizados que criam a sensação de necessidade de itens supérfluos. A compulsão por compras é caracterizada por um comportamento repetitivo de aquisição de bens ou serviços, mesmo quando não há necessidade ou capacidade financeira para tal. A expectativa de presentear ou participar de eventos pode levar à compra excessiva. Assim muitas pessoas recorrem às compras como uma forma de aliviar tensões emocionais, especialmente após um ano desafiador, como se fosse uma forma de recompensa.

O consumo descontrolado pode causar sérios problemas financeiros como: o endividamento - com o uso excessivo de cartões de crédito ou empréstimos - podendo gerar dívidas difíceis de serem pagas, favorecendo o comprometimento da renda futura com os gastos que, geralmente são parcelados, reduzindo a capacidade financeira nos meses seguintes. Consequentemente pode haver o esgotamento ou nem deixar formar a reserva financeira, de certo modo, prioriza-se as compras e não à poupança emergências ou metas financeiras, podendo gerar instabilidade física, emocional e financeira.

Para evitar compras compulsivas principalmente no final de ano podemos adotar:

1- PLANEJAMENTO FINANCEIRO: estabeleça um orçamento específico para os gastos de fim de ano, incluindo presentes, viagens e eventos, e mantenha-se dentro desse limite. Logo faça uma LISTA DE COMPRAS e foque apenas neles ao realizar suas compras, evitando compras por impulso. Questione suas necessidades: antes de comprar, pergunte-se: “Eu realmente preciso disso?” ou “Esse gasto está alinhado COM MINHAS PRIORIDADES?”. O que eu quero comprar é um desejo ou uma necessidade, essa resposta é particular de cada pessoa, e o que é escolhido como prioridade vai para lista e pode ser tirado se não tiver orçamento.

2- EVITE GATILHOS DE CONSUMO: reduza o tempo em redes sociais, onde anúncios persuasivos são comuns, e evite navegar em sites ou lojas físicas sem um objetivo claro e pesquise preços com antecedência com ferramentas de comparação de preços para garantir que está pagando um valor justo e evite cair em falsas promoções. Destaque aqui para compras de Black Friday, com ciladas como: METADE DO DOBRO, ou seja, aumenta o preço em duas vezes antes e depois vem a “promoção” de 50% de desconto; PRODUTOS DE QUALIDADE INFERIOR, desconto para itens com qualidade genérica de estoques encalhados e versões antigas.

3- ESCOLHA PAGAMENTOS À VISTA: priorizar o pagamento à vista ajuda a evitar endividamento estimula a compra consciente, evitando assim o comprometimento da renda futura: parcelamento das compras reduzem a capacidade financeira nos meses seguintes. O cartão de crédito é dívida, e pagamentos à vista tendem a ter no mínimo de 5% a 10% de desconto. Os juros do cartão de crédito se não pagos no mês do vencimento da fatura, em 6 meses dobram o valor da compra, se gastou R$2 mil, por exemplo, entrar no rotativo ou no pagamento mínimo, em meio ano estará devendo o dobro.

4- PREFIRA O CONSUMO POR EXPERIÊNCIAS: Considere opções mais significativas e que tenham memórias e histórias para contar depois, como compartilhar momentos especiais com amigos e familiares, em vez de focar na compra de bens materiais. Viagens tem produção de boas recordações mais positivas e prolongadas que podem durar anos de bons sentimentos de prazer e alegria.

5- PRATIQUE O AUTOCUIDADO: encontre outras formas de lidar com emoções, como ansiedade ou estresse, através de hobbies, exercícios físicos ou meditação, em vez de recorrer às compras. Um dia teve um cliente da terceira idade que me fez uma pergunta de diversas respostas possíveis – QUAL SEU MAIOR TESOURO? Respondi prontamente, a família, os amigos, a vida, etc. Ele me respondeu: o seu corpo, pois se não tivesse saúde e vigor físico não poderia aproveitar a vida. Essa foi uma lição muito grande de alguém que com muita sabedoria sabe que estar bem fisicamente, também ajuda a estar bem mentalmente, e consequentemente gastar menos naquilo que não traz equilíbrio e paz.

Portanto, criar um orçamento e priorizar poupança e investimentos pode ajudar a evitar compras impulsivas e trazer mais segurança financeira. A compulsão por compras no final do ano é um reflexo de fatores emocionais e culturais que, se não controlados, podem causar sérios danos às finanças pessoais. Para evitar os impactos negativos, é essencial adotar práticas de consumo consciente, planejamento financeiro e controle emocional. Escolha economizar para metas maiores, como viagens, investimentos ou quitar dívidas, em vez de gastar com itens supérfluos. Com esses cuidados, é possível celebrar as festividades sem comprometer a vitalidade financeira no ano seguinte.

Assim, seguimos juntos nesta jornada, praticando e difundindo a todos uma educação financeira simples e de resultado.

Até breve!

Juscelino Gaio

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