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Adeus, dívidas! Como sair do vermelho em 3 passos

Existem dois tipos de dívidas, a saber:

1) Consumo: tem sua origem no consumo exagerado, sem limites e serve como forma de compensação para quem geralmente não está sendo recompensado em algum outro aspecto. É o mesmo caso de uma pessoa que exagera na dieta. As pessoas buscam pequenas gotas de satisfação no seu cotidiano. Na impossibilidade de desfrutar de experiências positivas sadias durante seu dia, a busca pelo equilíbrio emocional passa pela realização desses prazeres transitórios que podem incluir o consumismo desenfreado, seja comprando uma roupa nova, ou fazendo uma refeição num restaurante requintado, ou então se endividando para adquirir a última versão do melhor celular do mercado.

2) Alavancagem: ocorre, por exemplo, quando a pessoa realiza a compra de uma casa ou carro próprio, antes mesmo de ter o dinheiro para adquirir a maior parte à vista. Assim, em situações de crise a situação se complica e o indivíduo entra no endividamento, pois, além de pagar a prestação do financiamento, precisa satisfazer também as despesas e gastos essenciais.

Quando ocorre alguma crise econômica, principalmente na ausência de uma reserva financeira, ambos os tipos de endividamento se tornam um câncer que precisa parar de crescer, de modo que o sistema de defesa reaja para realinhar o caminho da sanidade financeira.

Partindo do conceito que precisamos fazer o planejamento das dívidas de forma a deixar a vida mais leve e alegre, podemos começar a priorizar as dívidas entre aquelas que têm o maior custo e impacto/consequência do não pagamento. O maior exemplo trata-se da dívida de cartão de crédito, cujos juros são superiores a 15% ao mês. Nesse sentido, caso não haja renegociação, uma dívida de mil reais em seis meses de atraso dobra de valor, tornando-se dois mil reais, sendo que foi usufruída apenas a metade do montante cobrado.

Após a conscientização do endividamento e classificação das dívidas por ordem de valor, podemos começar a nos livrarmos dos débitos, com o objetivo de eliminar ou reduzir o tamanho das contas. Simultaneamente, o ideal é atacar o problema em diversas frentes, que podem ser simplificadas em três passos práticos imediatos, a saber:

1) REDUÇÃO DE GASTOS E DESPESAS:

O primeiro ato nesse aspecto é reunir a família toda para fazer a adequação das despesas e dos custos recorrentes para se adaptar a um padrão de vida temporariamente inferior. Medidas práticas incluem o cancelamento de todas as assinaturas de serviços mensais, da TV por assinatura até a troca da operadora de internet por uma mais em conta. Também é preciso adotar um estilo de vida minimalista, ou seja, cortar despesas com alimentação fora de casa, passeios e baladas, mantendo apenas as despesas básicas de sobrevivência da vida. Assim, toda a família faz um pacto e calcula-se por quanto tempo será necessário fazer esse sacrifício momentâneo, que deve ter dia para acabar. Desse modo, para quando terminar o tempo de vacas magras, pode-se combinar de antemão uma recompensa ainda no início do processo, que pode ser um dia para curtir uma viagem ou um pequeno passeio, com fotos e experiências para recordar que todos unidos conseguiram o sucesso contra o estrangulamento do orçamento. Essas fotos ou filmagens podem ser guardadas para que, toda vez que se voltar ao aperto financeiro, haja a lembrança que conjuntamente pode-se vencer novamente.

2)AUMENTAR E BUSCAR MÚLTIPLAS FONTES DE RENDA:

Para pagar as dívidas é necessário fazer o superávit primário, ou seja, é necessário sobrar Saldo do resultado de Receita menos Gastos (S = R - G), de modo que o resultado primário seja positivo. No passo anterior trabalhamos na redução das Despesas/Gastos, sendo que agora precisamos aumentar a renda para sobrar saldo positivo para conseguirmos pagar as dívidas. Dessa maneira, existem diversas alternativas de fontes de renda complementar, tais como as várias opções ligadas à internet, como a venda produtos de beleza, ou a criação de cursos on-line, ou a produção de produtos personalizados, etc. Todas essas possibilidades passam pelo entendimento do empreendedorismo como alavanca de aumento de renda. Se não houver apetite para se arriscar, pode-se fazer hora extra no seu trabalho, trabalhar sábado e domingo ou ainda conversar com amigos e também no seu círculo de convivência para encontrar um serviço adicional. Em paralelo a esse empenho de olhar fora da caixa, pode-se estudar e fazer cursos profissionalizantes para aumentar as possibilidades de empregabilidade. Veja o exemplo da construção civil, em que alguns pedreiros, além de construírem a estrutura, também pintam e realizam todos os acabamentos, entregando a casa pronta com as chaves na mão.

3)VENDER COISAS SEM UTILIZAÇÃO:

Outro esforço extra para fazer entrar dinheiro no caixa para enxugar as dívidas é vender as coisas que você não está usando. Atualmente podemos vender tais artigos por meio dos diversos marketplaces ou outros sites pela internet, onde se pode vender até roupas usadas. Se o endividamento for muito alto, também podemos pensar em vender o carro e passarmos a utilizar meios de transporte alternativos, tais como ônibus ou aplicativos de transporte coletivos. Se ainda assim não resolver, caso a casa estiver quitada podemos pensar em adquirir um empréstimo de Empréstimo de Garantia de Imóvel (EGI). Essa pode ser a solução para conseguir dinheiro à vista, quitar todas as dívidas e alongar o prazo do rolamento dos pagamentos; abrindo espaço para tomar fôlego e continuar com os passos anteriores de reduzir gastos e aumentar receitas.
Embora essa explicação de como administrar e eliminar as dívidas pode parecer simplista, é a prática básica de toda consultoria financeira pessoal. Para cada caso, de modo que a recuperação seja a mais assertiva e perene possível, o panorama deve ser analisado de forma personalizada, na busca da origem do problema e na proposta de uma solução individualizada planejada por um profissional habilitado no planejamento financeiro pessoal.

Para continuarmos no desenvolvimento do aumento da inteligência financeira, o próximo assunto será as dívidas de alavancagem, tendo como primeiro tópico o consórcio. Desse modo seguimos juntos, praticando e divulgando a todos uma educação financeira simples e de resultado.

Até breve.

Juscelino Gaio

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