EDUCAÇÃO FINANCEIRA

PIB (Produto Interno Bruto)

  

 O Produto Interno Bruto (PIB) é a medida mais utilizada para avaliar a atividade econômica de um país. Ele representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos em determinado período e funciona como um grande termômetro da economia. Quando cresce, indica aumento de produção, consumo e investimentos; quando retrai, sinaliza dificuldades como queda no emprego e redução da renda. No Brasil, quem calcula o PIB é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que publica resultados trimestrais a partir de dados coletados em diversos setores da economia.

O cálculo pode ser feito por três óticas complementares: a ótica da demanda, que considera o consumo das famílias, os investimentos das empresas, os gastos do governo e as exportações líquidas; a ótica da produção, que soma a riqueza gerada pelos setores de agropecuária, indústria e serviços; e a ótica da renda, que inclui salários, lucros, aluguéis, juros e impostos, descontados os subsídios. Essas metodologias oferecem um retrato confiável de como a economia está se movimentando e quais áreas estão liderando o crescimento.

Em 2025, o Brasil mostra crescimento moderado, mas consistente. No segundo trimestre, o PIB avançou 0,4% em relação ao trimestre anterior, acumulando alta de 3,5% nos últimos 12 meses. Apesar dos juros elevados, que encarecem o crédito, a economia tem sido sustentada principalmente pelo setor de serviços, enquanto a indústria busca espaço para retomar investimentos.

Setores que mais contribuem para o PIB

·         Serviços: representam cerca de 70% do PIB e cresceram 0,6% no segundo trimestre. O comércio sozinho responde por aproximadamente 12% do PIB total e, junto com atividades como transporte, tecnologia da informação, turismo, saúde e finanças, tem sido o motor da expansão.

·         Indústria: corresponde a aproximadamente 20% do PIB e registrou alta de 0,5% no período. O destaque é a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que representa os investimentos da economia em máquinas, equipamentos, tecnologia e construção civil. Em 2025, a FBCF ainda mostra sinais de fraqueza: no segundo trimestre caiu 2,2%, refletindo o impacto da Selic em 15% e o custo elevado do crédito. Isso significa que, embora a indústria esteja se recuperando, os investimentos produtivos ainda não deslancham como poderiam.

·         Agropecuária: responsável por cerca de 6% do PIB, teve desempenho mais fraco no segundo trimestre, após forte alta no início do ano. Essa volatilidade é típica do setor, sujeito ao clima e às cotações internacionais de commodities.

·         Gastos do governo (ótica da demanda): equivalem a aproximadamente 20% do PIB e foram determinantes em 2025. O aumento dos investimentos públicos em infraestrutura, programas sociais e incentivos a determinados setores ajudou a sustentar o crescimento num contexto de retração nos investimentos privados.

A leitura dos dados mostra que o Brasil, em 2025, depende fortemente do dinamismo do setor de serviços para crescer. A indústria, embora tenha mostrado leve recuperação, sofre com a queda da FBCF, um sinal de que os investimentos produtivos ainda estão represados. Sem a retomada consistente da FBCF, que cria capacidade produtiva e melhora a infraestrutura, o país tende a crescer em ritmo moderado, sustentado pelo consumo, mas limitado em inovação e competitividade global.

Esse dinamismo coloca os serviços como protagonistas do crescimento nacional, algo que também se observa em outras regiões do mundo. Na União Europeia, os serviços representam mais de 70% do PIB, mas crescem em ritmo mais lento, com previsão de 1% a 1,5% em 2025. Já a Índia, que deve crescer acima de 6% neste ano, tem nos serviços digitais e de tecnologia da informação uma das suas principais forças. A China, por sua vez, além da indústria e das exportações, vem fortalecendo os serviços ligados ao consumo interno e ao setor financeiro, como forma de sustentar a economia em um momento de desaceleração.

Em 2023, o PIB nominal somou cerca de R$ 10,9 trilhões, e em 2025 deve ultrapassar R$ 12 trilhões, e o PIB per capita ficará em torno de R$ 57 mil (cerca de US$ 11 mil). Esses números mostram a relevância da economia nacional no cenário global, embora ainda haja desafios em relação à distribuição de renda. Esse valor é inferior ao de países europeus, como Alemanha ou França, onde a média supera US$ 50 mil, mas ainda está acima de economias emergentes mais pobres da Ásia e da África. A Índia, por exemplo, apesar de crescer muito rápido, tem um PIB per capita de pouco mais de US$ 3 mil, o que mostra que crescimento acelerado nem sempre significa distribuição imediata de riqueza. Afinal, o PIB indica quanto a economia gera de riqueza, mas não mostra como essa riqueza é repartida entre a população.

As projeções para os próximos anos sugerem crescimento em torno de 2,1% a 2,4% em 2025, desacelerando para algo próximo de 1,8% em 2026 e estabilizando em cerca de 2% em 2027. Esse ritmo é superior ao da Europa, mas menor do que o da Índia e da China, colocando o Brasil em uma posição intermediária no cenário internacional. Para crescer mais, seria necessário aumentar os investimentos em infraestrutura, educação e inovação, além de tornar o ambiente de negócios mais competitivo.

Para analisar e tomar conclusão sob qual tendência ou crescimento ou queda, ou seja, qual setor está mais produtivo, o quanto que o governo está contribuindo, o quanto as empresas estão tendendo a investir, e outras análises, inclusive com gráficos, a melhor fonte de pesquisa para aprofundar o assunto é na fonte original, quer dizer o site oficial de divulgação que é o site do IBGE ou melhor ainda a biblioteca de divulgação, através do site:  https://www.ibge.gov.br/

Assim, seguimos juntos nesta jornada, praticando e difundindo a todos uma educação financeira simples e de resultado.

Até breve!

Juscelino Gaio

Consultor Especialista em Administração Financeira