A ideia “vendida” pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a democracia inabalada inclusive lançado um “rap da democracia” contra mentira, ódio, golpe e desavença, é, em verdade, uma infâmia das instituições que ao invés de defenderem as liberdades estão reprimindo qualquer respiro fora de seu entendimento ao bel prazer dos supremos que a compõe. Estamos à beira de discursos autorizados, pois vivemos (sim) em tempos de censura. 

Lamentavelmente tal precedente criado pelo Tribunal Superior Eleitoral leva a todas as esferas da vida. Qualquer discussão virou motivo de investigação. O Ministro da Justiça, Flávio Dino, que também se diz “comunistas, graças a Deus” (paradoxo por natureza, pois é impossível servir a Deus e ao Capeta) tem manifestado abertamente que pede instauração de inquéritos para identificar eventuais crimes em discursos de parlamentares da oposição.

O Ministério da Verdade está aí, especulando as falas de todos os opositores e de pensadores, tudo em nome da democracia e do combate à “desinformação”. Até o Doutor Ives Gandra Martins foi alvo de retaliação e este, sim, é um jurista notável, um “dinossauro” constitucionalista de verdade.

Aliás, quem lembra que no período pré-eleitoral o Tribunal Superior Eleitoral censurou a empresa TV Streaming “Brasil Paralelo” em razão da “desordem informacional” que revelava que algumas coisas não podem ser veiculadas porque mesmo sendo verdadeiras levam a uma conclusão falsa. O que realmente não deixa de ser verdade num país em que as taxas de analfabetismo funcional devem ultrapassar 70% da população (ainda que os números do Governo sejam outros, evidente fake news). 

Coincidências não existem. Vivemos em uma “Pathocracia”, ou seja, num sistema político formado por psicopatas e pessoas com transtorno de personalidade. O narcisismo impera. Ao lado desses, há os justiceiros sociais. Ali, aquele “pessoalzinho” que sinaliza virtudes parecendo bom, mas ao lado dos narcisistas para ganhar algum benefício (normalmente, dinheiro e notoriedade).

Isso não ocorre apenas lá com o Ministro da Justiça e com os parlamentares federais, mas bem aqui pertinho também, e nisso tenho que concordar com Alexandre de Morais, a internet deu voz aos imbecis. Muita gente acredita que sabe o que está falando e reveste-se de uma falsa autoridade para tentar declarar sua verdade como se o fosse.

Parece que isso não vai parar tão cedo, e ocorre porque a realidade de hoje é construída por discursos firmes e narrativas consistentes de suas próprias convicções no estilo do “uma mentira falada muitas vezes, torna-se verdade”. Convenhamos que essa hipocrisia não é privilégio da esquerda não. Tem cristão que trai a esposa, tem cristão que se diz comunista, tem gay que se casa para manter aparências sociais, tem vegano que usa carro com combustível fóssil, tem empresa que não faz mais “‘black’ friday”, tem gente que não fala mais a palavra denegrir, tem lacrador para tudo o que é lado.

“É insanidade demais.”

Todos levantam alguma bandeira, mas não conseguem compreender o mínimo da coerência necessária entre o discurso e o “ser”. Esse tipo de pessoa apenas tenta reafirmar sua superioridade moral, como se fosse detentora das “absolutas verdades”, mas não passam de crianças que ganharam alguns biscoitos de alguém maior que as coordena.

Essa é a turminha que está no “poder”, fingindo retidão moral e achando que detém o monopólio da verdade querendo questionar qualquer opinião divergente, não amedronta qualquer pessoa. Não Senhores, pontos de vista divergentes e pequenas discussões acaloradas não são crime e não precisam de investigação, exceto para Flávio Dino. Lembrando que a falsa comunicação de crime também é crime. Parem de ler qualquer porcaria na internet e fazer disso uma “verdade absoluta”, na redundância mesmo para que todos entendam vez por todas, até porque a verdade não possui duas faces.

Novamente, nessa conversa afiada, batemos na mesma tecla: “seja o que você quiser, mas seja coerente e viva da forma que você discursa”. Palavras vãs e fotinhos na rede social é fácil, quero ver aqui comigo, frente a frente, no dia a dia, sem o Google para ajudar! Sua sinalização de virtudes não me engana. A mim vocês não manipulam. E eu viverei a discursar e alertar os que querem ouvir e aprender algo sem se deixar levar pelos desvaneios dos Ministérios da Verdade, não só lá do Dino, mas, especialmente, daqui também.

Só há um ministério da verdade e ele é infalível: a consciência.

*Nesse texto foram muitas redundâncias, mas necessárias.