A conversa afiada de hoje é diferente. Vou lhes mostrar que nossos sistemas corrompidos têm a ideia de disseminar que há uma ardente disputa entre raças. Porém, o alto escalão é composto só por brancos que ditam regras e sugerem sob censura que não se use outra moldura.
Preocupante é quererem mudar e reescrever a história. Para resolver o racismo existente no passado, simplesmente se aplica o oposto no presente.
Então, vamos lá, hoje, de um jeito diferente!
É de entristecer
Mas é preciso esclarecer
a ideia de empobrecer
Nosso vocabulário
Que não cabe mais mulato
A lista negra
Traz a ovelha negra
E até a estampa étnica
Virou maléfica
O que antes era disputar a negra
Pra trazer o desempate
É tratado como impasse
Nem sequer se faz referência
Porque é tratado como ofensa
Na macumba da oferenda
Não pode mencionar o dono do terreiro
O tal do macumbeiro
E nem ter o berreiro
a cantar que eu sou negro
e se for negro de alma branca
Nem pensar em descer da tamanca
Pra dizer que aqui a magia negra
É pra ressaltar a beleza
Da negra com traços finos
Ou da negra de beleza exótica
E não pode sequer usar meia tigela
É de gritar do fundo da goela
Exótica e autêntica
A dizer volta para o mar, oferenda!
Só ofende
aquele que não entende
Que Iemanjá é nossa mãe
Que atende aos peões
Aos escravos da história e
Aos de agora
Preto de alma branca
Branco de alma preta
Sem causar nenhuma ofensa
Se festeja a matriarca
Que limpa a inhaca
E é festejada
Bem no dia de branco
Exatamente quando
todo mundo leva um barquinho
E até um mimo
Às vezes, de improviso
Mas não diga feito nas coxa
Pois o TSE diz que é coisa de trouxa
O negócio é não denegrir
Mas também dividir
Aquele que tem Cabelo ruim
Como se o louro
Não fosse um incomodo
Porque tem gente a ruir
Que sequer tem cabelo pra ser ruim
Parece uma piada
Mas é uma cilada
Simplesmente aplicada
A ideia da poesia traz, com certa rima e alegria,
a lista de palavras mal vistas, que o TSE
acha que devem ser banidas
A história e vida parece que devem ser esquecidas
A identidade nacional vai sendo derrubada por alguns apóstatas
que só agem pela discórdia
Até parece que o mal só reide em quem se aflige
com tudo aquilo que finge lhes assiste.
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