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ndiscutivelmente o marco da falácia de que vivemos uma plana democracia caiu por terra com o avanço da internet e, evidentemente, celulares e redes sociais.
Com a comunicação na era digital, todos nós podemos falar, expressar e divulgar acontecimentos e opiniões imediatamente, ainda que vãs opiniões. O controle do discurso por parte, especialmente do Estado e de seus ‘intelectuais’, restou fragilizado.
Portanto, há um desespero para retomar a narrativa. Antes apenas ouvíamos a TV Globo e os jornais de grande circulação. Hoje temos acesso ao mundo todo na palma da mão com blogs diversos, com perfis em redes sociais, com diversas plataformas que possibilitam o estudo e o alcance a novas narrativas.
Os que ousam levantar a cabeça sob o muro e questionar, viraram inimigos. Essa levantada de cabeça com a simples pergunta: por quê? tem sido motivo de processos e prisões no Brasil ao argumento de serem informações falsas e desordem informacional.
Não aceitar a ordem constituída é contrariar o Estado, e contrariar o Estado é ser antidemocrático nesse novo período que estamos vivenciando.
Alguém fez crer que o Estado é bom. E pode ser, aliás, é necessário. E, realmente o é quando ele (o Estado) se preocupa em prover segurança, liberdade econômica e proteção à liberdade individual. Porém, o Estado hoje vulgariza meios de coerção e muita punição para quem o desafia ainda que seja para fazer refletir e não para aniquilá-lo.
O Estado realmente surgiu para proteger. Mas não do ponto de vista que cremos. O Estado é o bandido estacionário, segundo a ciência política. Em épocas mais primitivas havia muitos grupos, clãs, etnias, e os vilarejos começam a se digladiar. Grupos de saqueadores invadiam e elvavam a produção e muitas vidas. Saquear ficou muito custoso tanto para quem saqueava como para quem era saqueado. No intuito de sobreviver vieram as negociações do tipo ‘não vou resistir, você pode pegar os recursos, mas me proteja dos demais saqueadores’. Assim, no afã de ser protegido, os bandidos nômades viram bandido estacionários, ficando perto dos povos saqueados, protegendo e tomando uma parte de sua produção. Logo, saqueadores e saqueados foram se misturando e, na sequência, veio o desenvolvimento da agricultura, artesanato, etc. até chegar no Estado como conhecemos.
Ali surge o Estado, claro que de maneira mais complexa. Mas, pagamos impostos para receber proteção. Hoje, porém, essa proteção é deficiente. Há novos acordos e pactos que não mais é a proteção da população.
Não se pode resistir ao que o Estado impõe, não com relação a sua ordem, mas para não questionar as atitudes dos governantes. Ou seja, o Estado, formado para proteger seus indivíduos é aquele que mais fere a individualidade para manter seus altos postos. A elite é o alto escalão do governo, tanto é que nos últimos anos vimos a olhos nus o poder do Estado em “descondensar”, em proteger e em promover “as elites” de volta ao comando.
Chegamos ao cumulo de ter a determinação da proibição da desordem informacional, onde a corte maior deste país, onde ‘fatos verdadeiros, podem levar a uma conclusão falsa, portanto, não podem ser veiculados’. Em verdade, quem mais fomenta a desordem informacional hoje é o ESTADO!
Por isso a liberdade custa tanto, a retórica é simples: para manter-se livre tem um custo; há pessoas que agirão contra sua liberdade; e a liberdade é frágil a ponto de depender dessa vigilância, porque a vigilância consiste em cuidar do Estado que, em tese, representa nossos interesses.
Leis como o marco civil da internet, a lei geral de proteção de dados, leis sobre racismo, leis sobre liberdade de expressão, tudo contido na Constituição Federal, estão sendo relativizados para o controle estatal.
O Estado está comprando o silencio dos intelectuais com leis que permitem apoio à cultura (Lei Rouanet), lei da transparência com a divulgação de suas atividades, tudo disfarçado para repassem financeiros simplesmente para divulgar o que convém e convencer as massas. Não há permissão para produção filosófica, aquela que pensa e divaga sobre assuntos complexos. Os textos de hoje saem um lixo, mas com o proposito único de trazer as ‘verdades’ pré estabelecidas pela elite governamental a manter os arreios puxados. Lembrado que o arreio só protege quem monta o cavalo, não o cavalo em si.
Veja-se que não se fala em acabar com o Estado, não somos anarquistas e muito menos antidemocráticos, mas a democracia liberal. Um modelo político no qual a população possui maior liberdade para expressar suas ideias e opiniões para participar do ambiente no qual está inserida de verdade, porque nas milhares de leis que temos hoje no Brasil, há disfarçadamente o apoio e opinião popular. Me diga você, cidadão de Ascurra, Rodeio e Apiúna, em qual conselho da cidade você participa? Você realmente expõe as necessidades de seu bairro? Co algumas exceções empresários que participam da rotatividade das licitações podem opinar.  Há uma necessidade urgente de se readequar às reais necessidades e verdadeiramente à uma democracia com liberdade. Verdade, é que a Humanidade anda em círculos, isso já foi vivenciado por outras populações na Europa do pós guerra. Abram os olhos quem tem olhos para ver. Essa é a vigilância necessária. Só teremos liberdade, se a merecermos. Avante, sempre!

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