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CONVERSA AFIADA

Conhece-te a ti mesmo

Realmente essa estória de dar opinião sobre todos os assuntos é algo que contorna o perigo, notadamente, quando quem fala é alguém influente.
Não é a primeira pessoa, nem a primeira vez que se vê pessoas opinando sobre o quão diabólico, pecador e incompatível com o cristianismo são as chamadas constelações sistêmicas.
O pior de tudo é que os grandes culpados são os constatadores coachings e levianos que foram criando e incrementando a terapia com outras práticas e com misticismo, apenas para vender. Ou seja, no Brasil, tudo vira samba.
É incrível o tanto de especialistas de fim de semana. E como eu sei disso? Estudo as constelações desde 2015 e fiz um curso com o próprio precursor das constelações sistêmicas na Alemanha.
Então tem Padre dizendo que é coisa do demônio e psicólogo dizendo que psicólogo que se preste não usa essa técnica porque o Conselho Federal de Psicologia não admite a prática, como se as decisões dos conselhos profissionais não fosse decisão de cunho político.
Mas, de toda forma a constelação sistêmica não tem a ver nem com um e em com outro, são as traduções e, especialmente, o que falta no brasileiro, a interpretação de texto que gera confusão. Talvez o pró Une também seja culpado já que emite diplomas para analfabetos no intuito de elevar as estatísticas.
A constelação sistêmica é simplesmente cuidar de não repetir padrões familiares e por mais que o capeta nos instigue a culpa não é desta prática dita fenomenológica porque uma vez que se muda a sintonia, a estação de rádio toca outra música.
Aliás, os pró vidas sim deveriam defender as constelações, pois o sábio alemão Bert Hellinger, na rispidez peculiar da raça germânica, sempre foi enfático ao estabelecer que cabe a cada um ser grato pela vida. Ora, olhe-se no espelho. Você nasceu. Não foi abortado. Siga em frente e não se vitimize.
Outro ponto relevante é que a constelação cuida das lealdades familiares que são passadas de geração em geração ainda que no silêncio. Lealdade é sentimento, não é coisa do capeta, não há nada de místico nisso.
O grande problema, como dito no início desta conversa afiada é a interpretação de texto. Quando Bert Hellinger diz que toda família forma uma grande alma, tem gente que já pensa na alma que habita (ou deveria habitar) cada ser humano. Para Hellinger a alma é uma energia que envolve grupos, sendo o primeiro grupo de nossa vida, a família.
Lealdade é ser fiel com a família numa dimensão além da razão, do tipo que era estudada por Freud, o inconsciente. Até agora não há nada que envolva a religião, em que pese, eu também acredite que não podemos nos separar de nossas convicções e princípios religiosos. Somos seres únicos e integrais. Ou seja, não existe como o ser humano que pensa profissionalmente de uma forma e na sua vida particular de outro. É a lealdade... somos fiéis ao que aprendemos. E aprendemos ou apreendemos dados e informações familiares desde a gestação. Alô? É do pró vida? O nascituro, aquele que defendemos ser sujeito de direitos desde a concepção já ouve e sente a mamãe, absorve tudo e reflete na vida adulta. Não sou psicóloga, mas parece que nossos problemas revelados na idade adulta, em sua grandeee maioria, é fruto de traumas infantis.
Continuo sem entender o porquê do medo e do apelo sobre constelações sistêmicas ser do capeta.
Vamos lá, novamente, a constelação sistêmica nada mais é que trabalhar a forma de enxergar esses medos, dores e traumas de maneira nova, ressignificando e deixando de ser vitimista. Onde está o erro que o tal Padre influenciador tece tantas críticas? Mas eu sei...
Nascido na Alemanha na década de 20, Bert Hellinger, depois de vinte e cinco anos de sacerdócio com várias influências e contributos teóricos: da tribo africana ‘Zulu’, da psicologia, da psicanálise, da neurolinguística, da física quântica e da própria teologia, criou a Hellinger Sciencia como uma ciência das ordens do comportamento humano a qual chama de ‘ciência do amor’. Através de compreensões, observações e experiências vivenciais ao longo de quase quarenta anos, Bert Hellinger, catalogou ordens que regem as relações humanas, e as denominou: ordens do amor, ordens da ajuda e ordens do sucesso.
Cada uma dessas ordens possui leis, sendo estas, naturais e que agem indistintamente sobre todas as relações humanas. A constelação sistêmica, dessa forma, pode ser definida como uma terapia breve que visa a acessar uma parte da história da pessoa, no espaço-tempo, de maneira que ela possa ‘visualizar’ os padrões inconscientes de experiências e comportamentos de várias gerações, com base nas leis sistêmicas, em sintonia profunda com a própria consciência, restabelecendo fluxos de vida interrompidos. Busca-se uma reversão de aspectos negativos para positivos propiciando um novo olhar sobre si mesmo. Realmente o mais difícil é olhar ara si mesmo, talvez aqui consista no grande medo. O mais importante é a busca de cada um, no sentido de ser melhor. O despertar! Avante!

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