logo RCN
CONVERSA AFIADA

O princípio do mal

Domingo é o início de uma semana. O domingo é eleito o dia fatídico em muitas partes do mundo. Domingo é dia de protesto. Quem gosta da banda irlandesa U2 conhece a música “Sunday Bloody Sunday”, cuja letra conta um episódio real e marcante na história da Irlanda e Irlanda do Norte: o Domingo Sangrento (“Bloody Sunday”).

O ato ocorreu em 30 de janeiro de 1972, organizado pelo Northern Ireland Civil Rights Association, associação dos direitos civis da Irlanda do Norte. O motivo da manifestação pacífica, que levou cerca de 10 mil às ruas da cidade, em sua maioria jovens católicos republicanos, era justamente o novo sistema tribunal do país.

O 08 de janeiro de 2023, 50 anos depois, não foi diferente. Um domingo. Um triste domingo. Um domingo que promoveu mortes. O Clezão preso injustamente, com pedido da própria procuradoria para soltura. Outra delas, e de grande significado, a morte da Justiça. Penas desproporcionais, verdadeiros vândalos soltos e gente do bem presa e condenada enquanto traficantes são soltos e rebem os produtos do crime de volta ao seu patrimônio, vídeos destruídos com a verdade, GSI sem cumprir sua função e muitas outras situações questionáveis (que não se pode questionar na atual democracia brasileira).

Mesmo quem não gosta do Bolsonaro não vê nada de antidemocrático nele. O discurso do golpe está sendo exaustivamente apresentado pela mídia paga que está em descrédito.

Domingo, 25 de fevereiro. Um domingo para entrar na história do mundo. O inelegível fenômeno ignorado mostrou seu tamanho. Aquele considerado grosseiro, machista e desprezado no meio político simplesmente mudou o Brasil.  Esse foi o start.

E você não precisa gostar dele, fato é que ele promove mobilização popular e não há no mundo algum líder político que detenha tamanha capacidade. A presença de autoridades políticas, especialmente os Governadores de SP e Minas, além de nosso Jorginho Melo e também o Governador de Goiás, trazem um peso e um recado grande.

Bolsonaro começou a ganhar forma e notoriedade em 2015 nos protestos contra a então presidente Dilma Vana Rousseff. Ali ninguém imaginaria que estava o próximo Presidente eleito. Do lado de Bolsonaro a simploriedade e a verdade. Derrubou grandes esquemas de corrupção e deu força ao povo.  

Parece mesmo que o gigante acordou. Mesmo diante de muitas ameaças – num Estado democrático de Direito – o povo se juntou a ele, o inelegível que irá eleger muitos. O gigante engatinha, mas logo, andará e correrá rumo ao seu devido lugar.

Ainda é preciso que o gigante observe suas potencialidades sem a dependência vital do Estado. Sempre reafirmamos que os Governos devem cuidar de assuntos coletivos e genéricos da vida comum e sair da esfera privada. A economia com o livre mercado, a liberdade de empreender. O povo ainda precisa deixar de buscar e acreditar nos super heróis como um dia, logo ali nas manifestações para o impeachment de Dilma, gritamos pela independência da Policia Federal crendo nela como salvadora. Hoje a polícia federal é alvo de chacotas e desonra. Outro dia gritamos em prol dos militares, que jamais na história do país fizeram algo sem benefício próprio. Aliás, foram eles os golpistas da república em 1889. Um dia acreditamos nos magistrados, um dia no Ministério Público e também em muitos políticos. Nenhum deles irá nos salvar.  

Jean Baudrillard diz que o mal está tão disseminado, tão enraizado, tão generalizado que ele está transparente. Não enxergamos mais onde o mal está. Daí o Congresso nos afirma isso em todas as suas práticas. A liberação de verbas para emendas que são distribuídas para adentrar nas próprias empresas dos filhos e das esposas dos congressistas (o dinheiro dá uma volta e cai nas mesmas mãos e, por isso, a adesão ao impeachment do Lula estagnou em assinaturas). Tudo pelo poder e pelo dinheiro. Os Poderes da República estão assim, transparentes em maldade. Mas essa não é a essência da República.

O domingo, 25 de fevereiro de 2024, marca a reafirmação da direita no país. O povo intimidado pelo 08 de janeiro (dos quais a imensa e massificante maioria não concorda) ressurgiu forte e demonstrando a vontade de ser livre, de prosperar, de não aceitar o antissemitismo de um Presidente incapaz de gerir a própria ignorância.

Dia após dia vão se escrevendo novos capítulos. Essa semana começam a se direcionar os posicionamentos políticos para as eleições municipais coma força política, popular e eleitoral de um grande e reconhecido líder da direita. Sim, o cabo eleitoral dos municípios será ele!

A imprensa nacional pode omitir o grande Domingo pela democracia, mas o mundo nos deu holofotes. E nem era preciso grandes discursos. A PF – Polícia Federal – aquela que um dia foi vista como salvadora, tem ajudado a difundir o autoritarismo velado no país quando detém, por 4 horas, um jornalista português que veio cobrir o evento do grande domingo.

O princípio do mal não é moral, é de desequilíbrio, de extravagancia, de sedução pela matéria (leia-se dinheiro) e pelo poder que morre e fica. Os cargos são disputados pelo poder. Conheça a verdadeira jornada do país. Conhecimento jamais pode ser tirado. Avante! Que nossos domingos sejam cada vez mais reveladores.  Que o trigo seja separado do joio.

Selecione Anterior

Selecione

Um pouco mais para baixo Próximo

Um pouco mais para baixo

Deixe seu comentário