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O fenômeno Jeniffer

A superficialidade humana encontra explicação na psicologia e na filosofia, ou na falta desta. Isto é facilmente verificado na manipulação das massas e nos heróis populares criados de hora em hora. O pão e circo nunca deixou de existir.

O fenômeno ‘Jeniffer Castro’ é absolutamente algo que me deixa estarrecida. A moça, ganhou o rol da fama simplesmente por não discutir com alguém evidentemente desequilibrado e na busca da vitimização ou até mesmo de algum valor indenizatório reverso dentro de um avião. Jeniffer inclusive falou que ficou quieta por medo. O vídeo rendeu desde entrevista na CNN até matéria especial no Fantástico.

Essa pequena reflexão quer trazer uma profundidade maior sobre o verdadeiro fenômeno, a bestialização da espécie humana, notadamente no povo brasileiro de tornar ídolo qualquer um que aja com o mínimo de decoro e dignidade. A moça que ganhou notoriedade e fama em poucos dias é uma nova heroína, uma nova tiktoker, uma nova pseudo celebridade? Qual a verdadeira atuação dela para a sociedade? Exemplo? Caros leitores, nosso exemplo e código de moralidade deriva de uma única celebridade: Jesus Cristo e na sequência seus Apóstolos e Santos.

Aliás, vamos pontuar as condutas da nova famosa.

Primeiro, a passividade de Jeniffer também é algo a ser estudado; psicólogos aproveitem!

Quando você está num voo e tem algum problema existem protocolos da companhia aérea e o piloto é a autoridade que pode até decretar prisão ou retirar o problema da aeronave, simples assim. No mínimo a moça poderia apertar o botãozinho e chamar um comissário de bordo para conter a pessoa exaltada que filmava e gritava (e sem razão, claro).

Segundo, o fato de você não discutir com alguém que você realmente enxerga não existir razão não te dá qualquer mérito virtuoso, pois as virtudes são a soma de atitudes, não uma única situação, especialmente porque a própria Jeniffer falou que estava com medo.

Aliás, fui ver o perfil social no Instagram da nossa nova heroína, e ela tem mais de 2,4 milhões de seguidores, nas postagens, nenhum conteúdo relevante para que as pessoas sigam e queiram aprender algo com ela. É um perfil pessoal. Mas, ainda assim, investiguei um pouco mais e lamentavelmente vi que a moça não é tão virtuosa assim, está fazendo posts ‘criando prova’ de que está muito, muito abalada com o vexame que é evidente do vídeo para ingressar com ação própria. Não é necessário criar esse tipo de conteúdo não... seu caso renderá uma boa indenização.

Não bastasse essas observações rápidas e superficiais, vi que no meu pequeno e seleto rol de seguidores, 3% resolveram seguir a moça, para minha decepção.
Eu realmente não entendo como queremos ter gestores, leia-se políticos, virtuosos se não começamos em casa e pela própria formação. Somos nós que estamos construindo esse mundo caótico e parece voltando à idade das trevas, porém, com recursos virtuais e digitais. Somos nós que estamos nos condenando a esse tipo de gestão mentirosa e autoritária.

E enquanto acontecem decisões cruciais que afetam nossa vida cotidiana, o povo brasileiro está com foco na superficialidade de uma bela moça que nada fez além do dever de civilidade que se espera de pessoas com um pouco de discernimento e maturidade.

Politizando essa conversa afiada, nenhuma mudança profunda e positiva pode ficar refém de ‘boas notícias’ da internet. Estamos depositando nossa esperança de mundo em pessoas completamente estranhas e que viralizam na internet por coisas muito, muito, muito singelas. É por isso que a Internet se tornou uma ferramenta perigosa, entretanto, não apenas para crianças e adolescentes que simpatizam com esses ídolos efêmeros, mas adultos e idosos que estão iludidos numa busca desenfreada de buscar semelhante a justificar as próprias falhas.

Não há como admirar pessoas estranhas, porque é preciso primeiro vencer a si mesmo, seus próprios problemas (não fingir que eles não existem), e a partir da própria experiência é que nasce o sentimento de dignidade e, portanto, de respeito ao próximo.

A miséria social está totalmente ligada à nossa superficialidade da existência e a busca de ídolos que não acresce nada, apenas a fama momentânea e a busca de aceitação sendo pessoa comum, sem qualquer busca de aperfeiçoamento moral e intelectual.

Lembrem-se que fenômenos como Jeniffer são efêmeros.

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