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Crianças são tão imaturas nos seus sentimentos e não conseguem compreender e associar o que sentem com algo normal ou não.
Toda semana ao pensar em algum assunto para trazer e expor aqui na coluna saúde, uso a vivência dos atendimentos, das principais queixas e dúvidas para isso. Mas, essa semana tinha tanto assunto que não sabia nem por onde começar. Isso me causou ANSIEDADE.
Percebam, que algo tão simples, me deixou algumas vezes pensativa e com medo de não conseguir fazer o que deveria no tempo de que deveria. E eu ... SOU ADULTA!
Então, imagine crianças que ainda são tão imaturas nos seus sentimentos, como conseguirão compreender e associar o que sentem com algo normal ou não.
Medo de ficar sozinho, de falar em público, de ir à escola nova, de expor o que sente aos pais; os sintomas de ansiedade em crianças podem até parecer normais - mas não podem ser ignorados.
Quem não conhece uma criança que parece birrenta em distintas situações ou quando exposta a algo fora do cotidiano? Ou ainda que segue dormindo na cama dos pais depois de grande? Ou que frente a provas e avaliações TRAVA?
A ansiedade em crianças precisa ser debatida e entendida como algo que precisa de atenção. Vejo e vivencio dia a dia no consultório pais ansiosos que querem ter filhos calmos. Realmente isso normalmente não é possível: CRIANÇAS SÃO REFLEXO DAQUILO QUE VIVEM; DA SUA CASA; DOS SEUS PAIS; DOS SEUS CONVIVENTES!
Aproximadamente 10% das crianças sofre com algum transtorno da ansiedade, ou seja , é a patologia psiquiátrica mais encontrada nos pequenos, sendo seguida pelo Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
Com a pandemia isso se intensificou muito. Crianças em casa, pais estressados e ansiosos, poucas atividades na rua, sem brincadeiras reais e corporais, sem rotina no sono, excesso de telas (celular, tablet, tv) proveniente da tentativa dos pais de silenciar e distrair os pequenos o mais rápido possível, por mais tempo.
Mas como saber se a ansiedade é algo passageiro e normal ou é patológico e precisa de atenção médica e psicológica?
Alguns transtornos de ansiedade se manifestam de acordo com a idade da criança, naturais ao desenvolvimento e ao mundo que habita: medo de tempestades, animais de estimação, escuro, insetos, fogo, se perder dos pais, monstros, desastres naturais, medo de situações sociais, como o dia a dia na escola, interações com colegas e professores.
Mas a ansiedade em crianças se mostra preocupante quando elas apresentam comportamentos muito diferentes dos habituais: isolamento (mesmo dentro de casa), birras constantes , crises de choros incontroláveis , irritabilidade intensa, falta de concentração na escola ou diminuição da interação social. Cabe aos pais ficarem atentos às condutas fora do normal de seus filhos.
A criança demora mais que um adulto para processar um acontecimento ou uma mudança, ela não tem a capacidade de compreender realmente algo que nos parece tão simples. Por isso, a ansiedade pode se manifestar "do nada", dias ou meses depois do ocorrido. O mostro que apareceu em alguém tão calmo, feliz, risonho e compenetrado.
Normalmente a criança:
- Muda os hábitos alimentares: podendo comer muito ou menos que o habitual;
- Apresenta pesadelos recorrentes; distúrbios do sono: dormindo muito ou pouco;
- Isolamento social;
- Medos inexplicáveis;
- Perda de vontade de fazer atividades e brincadeiras as quais gostava;
- Destruição de brinquedos ou objetos pessoais; abuso de telas, como TV, celular ou jogos mais violentos.
- Problemas digestivos: diarreia ou constipação, aftas bucais, dor de estomago.
- Sensação de "ciúmes" exagerado, entre outros.
Se existir dúvida sobre quais são patológicos ou quais são ligados à manha infantil, o melhor a se fazer é procurar o pediatra e um psicólogo. Além de diagnosticar a ansiedade, a avaliação médica e a terapia previnem que as crianças interpretem mensagens errôneas dos adultos e que traumas de infância se formem.
Quando a criança entra em crise, os pais ou tutores têm o importante papel de estabilizá-la emocionalmente. Como se trata de uma situação complicada, porém, é comum os pais cometerem alguns erros independentemente de terem as melhores intenções. O principal é manter a calma. Escutar toda angústia que a criança manifesta. VALIDAR as suas emoções e tornar real a sua manifestação.
Pergunte à criança como ela se sente e demonstre empatia antes de aconselhá-la. Dizer "Eu sei que é complicado/difícil. Está tudo bem se sentir triste/bravo" é uma maneira de validar a sua experiência e suas emoções. Só então, forneça um conselho para lidar com isso. Coloque -se no lugar dessas emoções alteradas e lembre se que na sua frente está o serzinho mais importante da sua vida!
Dra. Cristiane S. Schmitz
CRM 19236SC
Especialista em Medicina da família RQE 20506
Especialista em Pediatria RQE 21169.
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