Casos de coqueluche

Casos de coqueluche aumentam 13 vezes no Brasil em um ano, alerta Fiocruz

  • Foto: Freepik - Casos de coqueluche aumentam 13 vezes no Brasil em um ano, alerta Fiocruz

A alta expressiva de notificações em crianças menores de 5 anos acende alerta para a importância da vacinação e da imunização de gestantes

O Brasil registrou em 2024 um aumento alarmante nos casos de coqueluche — também conhecida como “tosse comprida” — especialmente entre crianças menores de 5 anos. Segundo dados do Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), da Fiocruz e da Unifase, foram 2.152 notificações no país, número 13,5 vezes maior em relação a 2023, quando houve apenas 159 registros.

Até agosto de 2025, já foram confirmados 1.148 diagnósticos nessa faixa etária. As hospitalizações também triplicaram: 1.330 internações em 2024, contra 420 no ano anterior.

Estados do Sul e Centro-Oeste têm maiores índices

Os dados da Fiocruz apontam que as maiores taxas de incidência da doença em 2024 ocorreram no Paraná (443,9 casos por 100 mil crianças), seguido pelo Distrito Federal (247,1) e Santa Catarina (175,9) — números muito acima da média nacional, de 95 casos por 100 mil crianças.

Apenas Acre, Espírito Santo e Amapá não notificaram nenhum caso no período.

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Cobertura vacinal ainda insuficiente

Embora a vacinação DTP (tríplice bacteriana, que protege contra difteria, tétano e coqueluche) tenha subido de 87,6% em 2023 para 90,2% em 2024, a meta nacional de 95% ainda não foi atingida. Para os especialistas, essa diferença é suficiente para permitir a reintrodução e circulação da bactéria Bordetella pertussis, causadora da doença.

A infectologista Emy Akiyama Gouveia, do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que o aumento dos casos é resultado de múltiplos fatores, como falhas na vacinação, atrasos nos reforços e baixa adesão à vacina dTpa em gestantes.

“A coqueluche tem tratamento e é prevenível com vacinas. Mas se não tratada, pode causar complicações e até a morte, especialmente em bebês sem esquema vacinal completo”, afirma a médica.

Importância da imunização na gestação

A vacinação das gestantes é uma das principais formas de proteger os bebês nos primeiros meses de vida. Uma dose aplicada a partir da 20ª semana de gestação garante imunidade passiva de cerca de 87% ao recém-nascido, segundo Gouveia.

Caso a gestante não seja vacinada durante a gravidez, a recomendação é que receba a dose até 45 dias após o parto. Também é fundamental vacinar profissionais de saúde e familiares próximos ao bebê.

Como prevenir a transmissão da doença

Além da vacinação, especialistas reforçam medidas simples para evitar a disseminação da coqueluche:

  • Evitar contato próximo com pessoas com sintomas respiratórios;
  • Utilizar máscara cirúrgica em ambientes fechados ou com risco de exposição;
  • Lavar as mãos regularmente;
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar.
  • O diagnóstico precoce é essencial. Um paciente não tratado pode transmitir a doença para até 17 pessoas, segundo a Fiocruz.

Vacina continua sendo a principal barreira

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) recomenda três doses da vacina nos primeiros seis meses de vida (aos 2, 4 e 6 meses), com reforços aos 15 meses e aos 4 anos. Adultos também devem receber reforço a cada 10 anos.

Para os especialistas, o monitoramento contínuo e a ampla divulgação de dados sobre doenças preveníveis são fundamentais para orientar políticas públicas. “Proteger os bebês nos primeiros meses de vida deve continuar sendo prioridade”, conclui o Observa Infância.


Conteúdo replicado por Cabeço Negro

Escrito originalmente por: CNN 

Conteúdo replicado por: Mayara Leite - REDE CATARINENSE DE NOTÍCIAS


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