SC registrou 3 mortes por ingestão de metanol nos últimos 9 anos
SC registrou 3 mortes por ingestão de metanol nos últimos 9 anos

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(Foto: Biodiesel Brasil) - SC registrou 3 mortes por ingestão de metanol nos últimos 9 anos
Três mortes em SC por ingestão de metanol acendem alerta, enquanto casos recentes em outros estados envolvem bebidas alcoólicas adulteradas.
Santa Catarina registrou três mortes por ingestão de metanol nos últimos nove anos, segundo dados do Centro de Informações e Assistência Toxicológica (Ciatox/SC). Os casos aconteceram em 2016 e em 2022, todos envolvendo etilistas crônicos que consumiram a substância de forma direta e em grande quantidade, sem relação com bebidas alcoólicas adulteradas.
A divulgação desses números ocorre em meio às recentes mortes em São Paulo, onde cinco pessoas faleceram após consumir bebidas contaminadas por metanol. Outros 17 casos seguem em investigação pela Polícia Civil paulista, e em Pernambuco também há registros suspeitos — três deles com dois óbitos e um caso de perda de visão.
O que acontece com o corpo após a ingestão de metanol
De acordo com a gerente do Ciatox/SC, Danielle Bibas Legat Albino, o metanol é altamente tóxico e sua absorção é rápida. Os primeiros sintomas lembram os efeitos do álcool comum (etanol), como tontura, fala arrastada e raciocínio lento. Porém, horas depois, começam as manifestações mais graves: náuseas, vômitos, alteração visual e respiração acelerada.
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O grande perigo está na metabolização: o fígado transforma o metanol em formaldeído e ácido fórmico, substâncias responsáveis por lesões graves, incluindo cegueira, acidose metabólica, insuficiência pulmonar e até falência renal.
Segundo o professor de toxicologia ambiental Alastair Hay, da Universidade de Leeds (Reino Unido), o tratamento pode, em alguns casos, ser feito com álcool (etanol), que compete com o metanol no processo de metabolização, diminuindo a velocidade da intoxicação. Isso, porém, deve ser feito rapidamente em ambiente hospitalar.
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Como identificar bebidas adulteradas
Apesar de os três casos catarinenses não estarem ligados a bebidas falsificadas, órgãos de fiscalização reforçam a atenção. O Procon/SC lembra que consumidores devem desconfiar de preços muito abaixo do mercado e observar atentamente rótulos e embalagens. Entre os sinais de alerta estão:
- rótulos com erros de português ou impressão torta
- ausência de CNPJ, lote ou data de validade
- lacres violados
- embalagens com vidro irregular ou rebarbas
- alteração de cor em bebidas transparentes, como vodka ou gin
O que dizem os órgãos de saúde
A Secretaria de Estado da Saúde (SES/SC) recomenda que, diante de qualquer suspeita, o consumidor procure imediatamente um hospital ou pronto-socorro e informe sobre possível ingestão de bebida adulterada. O Ciatox/SC mantém atendimento 24 horas pelo número 0800 643 5252, e a Anvisa disponibiliza o Disque Intoxicação pelo 0800 722 6001.
O Procon/SC reforça que denúncias de produtos suspeitos também devem ser encaminhadas ao órgão para investigação.

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