Na maioria das vezes, crianças com autismo costumam ter atitudes agressivas quando contrariadas. Isso ocorre porque o autismo é um transtorno que leva a intensos e excessivos déficits na comunicação e interação social. Além disso, as crianças tendem a ter comportamentos repetitivos e restritos, o que causa incômodo quando precisam mudar o comportamento devido ao contexto em que estão inseridas. Por conta disso, a criança tem dificuldade de flexibilizar seus interesses.
É importante saber que nem todo autista é agressivo, mas no transtorno de Espectro Autista ( TEA ) pode ocorrer essa manifestação quando estímulos maiores (luz , sons , risadas , gritos , barulhos ) ocorrem.
A Organização Mundial da Saúde estima que o Transtorno do Espectro Autista afete uma em cada 160 crianças no mundo - mas ele pode se manifestar em uma ampla gradação, de graus mais leves aos mais agudos. É importante ressaltar, porém, que nem todos os autistas são agressivos e que não há nenhuma evidência de que sejam mais propensos à violência.
Segundo a OMS, estudos conduzidos nos últimos 50 anos revelam que o número de pessoas diagnosticadas está aumentando no mundo inteiro. As explicações para esse aumento apontam para diagnósticos mais eficientes, mais conscientização e registros mais precisos.
É necessário que haja assistência às famílias, em especial às de crianças que sofrem com crises agressivas mais frequentes, somado com um tratamento multidisciplinar com orientação familiar, intervenções psicoeducacionais e uso de técnicas para desenvolvimento da linguagem e comunicação.
Crises nervosas normalmente acontecem quando há acúmulo de informações sensoriais simultâneas que elevam o nível de estresse do autista. A frequência, contudo, varia de pessoa para pessoa e depende do espectro em que o autista se enquadra. Além disso, elas não se limitam aos diagnosticados com autismo - há outros transtornos que também têm, entre os sintomas, agitação extrema e comportamento agressivo.
A agressividade e a irritabilidade podem derivar do fato de que as crianças com autismo, por não entenderem alguns símbolos sociais, não conseguem encontrar formas de expressar em determinadas situações. Elas também costumam ser hipersensíveis ao barulho, por exemplo. Entre as sugestões para lidar com episódios de agressividade estão levar a criança a ambientes onde se sintam confortáveis e usar jogos ou brinquedos que tenham efeito tranquilizador.
Não é recomendável gritar com a criança. E é importante que ela tenha um acompanhamento profissional interdisciplinar. A propensão do Transtorno do Espectro Autista a desenvolver agressividade é gerada pela sua condição, e não por voluntarismo ou maldade
Uma das maiores preocupações das famílias que têm um autista em casa é a agressividade que pode surgir em determinadas situações. É importante saber que algumas atitudes devem ser encaradas com total tranquilidade e jamais corrigidas com vozes alteradas.
Quando a criança está em um lugar em que os interesses dela não condizem com o padrão de suas preferências, ela pode demonstrar irritabilidade, o que causa a impaciência e a consequente agressividade.
O ambiente é outra coisa que deve ser levada em conta para evitar a agressividade da criança. Para começar, ele deve ser confortável, pois nada melhor que dar à criança condições de ficar sempre tranquila.
Quando a criança demonstra irritabilidade, uma ótima maneira de amenizar a impulsividade dela é utilizar objetos que diminuam o comportamento da criança: algum jogo, equipamento, brinquedo, por exemplo.
O paciente com Transtorno do Espectro Autista deve ser conduzido de forma interdisciplinar, com o uso de medicamentos específicos e, claro, com acompanhamento profissional. A metodologia usada deve acompanhar também a necessidade da criança.
Lembre se que devemos acolher e inserir no contexto social as pessoas com autismo sem menosprezar suas habilidades e emoções.
Um abraço carinho e até breve
Dra. Cristiane Schmitz
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