Fazer a reserva de emergência é um dos pilares de todo planejamento financeiro de sucesso. A primeira idéia que vem à mente do brasileiro quando se fala em guardar dinheiro é poupança. Quando não se estuda nada sobre investimento a poupança é o inicio para começar a guardar sem nenhum conhecimento, além do objetivo de guardar. Para um perfil de investidor conservador, a renda fixa é indicada como base de manutenção de pagamentos de despesas e gastos para quem já tem uma folga de viver apenas de juros. Renda fixa é a evolução do ato de poupar, modalidade de investimento esta, que tem a capacidade de alcançar a sua reserva mais rápida e ainda com segurança e disponibilidade para incertezas da vida, e atingir seus sonhos e metas de forma mais inteligente e com riscos controlados.
Há mais de 140 anos, com um telegrama de Dom Pedro II, foi criada a poupança em 1880, como forma de incentivar a inclusão de todas as classes sociais na economia e recursos para fazer reserva para grandes investimentos de infra-estrutura. Após a criação do primeiro banco do Brasil, durante o período Imperial, a garantia de rendimentos sob aplicações era de 6% ao ano. Nos idos 2012, a poupança teve uma mudança considerável, foi fixado a rentabilidade em 70% da SELIC (taxa de juros básica da economia) + TR (taxa de referência) quando a SELIC estiver abaixo de 8,5% ao ano, e quando a SELIC estiver acima de 8,5%, rende 6% mais correção da TR. Essa condição tornou a poupança menos atrativa que outras oportunidades de renda fixa. Mesmo sendo considerado um produto seguro, não é um dos melhores investimentos disponíveis no mercado. A famosa caderneta de poupança não é vista com um investimento perfeito, devido ao seu baixo rendimento. O principal defeito da poupança é que seu pagamento de juros ocorre somente na data de aniversário, após 30 dias do depósito. Se o depositário sacar antes do “mesversário” perde o rendimento do mês inteiro. As emergências e urgências não têm dia para acontecer, assim, ao fazer o resgate da poupança antes do aniversário, perde-se o mês inteiro. Isso não acontece com outras modalidades de aplicação, o nome disso é rendimento diário.
Aplicar em renda fixa é continuar com a segurança da poupança, com os juros pagos diariamente, aumentando sua rentabilidade de forma diária. Investimentos de Renda Fixa são aqueles que têm rentabilidade definida no momento da contratação, à uma taxa fixa pré ou pós-fixada ou híbrida, que possui misto de renda fixa mais uma pós fixada. Os prefixados seguem a mesma taxa do início ao fim da aplicação e o pós-fixado, pode seguir algum índice como o IPCA (inflação oficial métrica governo para definir a SELIC) ou ainda híbridos como o Tesouro IPCA+ de 2029 que paga o IPCA + 5,23% ao ano. É possível entender qualquer título de Renda Fixa da seguinte maneira: você empresta seu dinheiro para alguém e, depois de determinado tempo, quem está devendo te retorna um valor maior.
Muitos títulos de Renda Fixa têm a mesma garantia de segurança que a poupança: o FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que é uma instituição privada sem fins lucrativos que existe para proteger correntistas, poupadores e investidores. Esse órgão garante a recuperação de prejuízos acarretados pela falência, liquidação ou intervenção de bancos brasileiros. Caso o banco emissor do seu título deixe de existir antes do fim do seu investimento. O FGC te paga o valor que você aplicou somado aos juros que renderam no período, garante um reembolso de até R$1 milhão por pessoa (CPF) ou empresa (CNPJ), a cada intervalo de 4 anos. São garantidos por este fundo: Depósitos à vista; Depósitos de poupança; CDB (Certificado de Depósito Bancário); RDBs (Recibos de Depósitos Bancários); LCI e LCA (Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio); LC (Letras de Câmbio); LH (Letras Hipotecárias).
A tributação em renda fixa pode ser isenta ou regressiva. Dentre as modalidades de renda fixa há a cobrança ou isenção de imposto de renda. De forma geral, tudo que serve para compor o fundo ao crescimento do agronegócio e expansão do crédito imobiliário é isento de imposto, respectivos principais LCA e LCI. As LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) são emitidas pelos bancos, tem como base as dívidas que impulsionam o agro brasileiro. Quem compra títulos de LCA está fazendo um empréstimo ao banco e, no fim, recebe uma remuneração por isso. Da mesma forma, o banco empresta dinheiro aos produtores rurais com objetivo de financiar atividades vinculadas à produção, comercialização, industrialização de produtos ou insumos agropecuários (máquinas e implementos) usados em atividades do agronegócio. Portanto, é um título vinculado a direitos creditórios originários de negócios realizados entre produtores rurais ou suas cooperativas, e terceiros, incluindo financiamentos ou empréstimos. As principais vantagens do LCA são: isenção de imposto de renda e IOF, garantidos pelo FGC, emitido por instituições financeiras e devemos observar que o prazo de carência para resgate é de 90 dias e pode chegar até 720 dias, com rendimento fixo anual igual ou superior a SELIC. As LCI (Letra de Crédito Imobiliário) são títulos de renda fixa que são emitidos por bancos com o objetivo de captar recursos, são repassados a empréstimos e financiamentos ligados ao desenvolvimento do setor imobiliário: como construções, renovações, loteamentos, etc. Têm características semelhantes as LCA, como isenção de imposto e prazos, diferem apenas no setor incentivado, aqui o escolhido é a cadeia produtiva ao crédito imobiliário.
O CDB(Certificado de Depósito Bancário) é emitido pelo Banco com objetivos de captar recursos para empréstimos diversos, ao fim do prazo combinado você receberá os juros combinados e capital. Tem rendimento diário e tem modalidades com resgate automático ou com resgate total apenas no fim do prazo contratado. Tem incidência de imposto de renda regressivo de 22,5% a 15%, acima 720 dias segundo tabela regressiva do imposto de renda.
Quase todos esses tipos de aplicações possuem valor mínimo de aplicação de R$500 a R$ 10.000 reais de valor inicial. Assim, antes de saber onde aplicar seu dinheiro, seja para preservar o patrimônio ou aumentar seus recursos, precisa se livrar das dívidas, que será nosso próximo assunto. Assim seguimos juntos, praticando e divulgando a todos uma educação financeira simples e de resultado.
Até a próxima semana!
Juscelino Gaio
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