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EDUCAÇÃO FINANCEIRA

Maior golpe da história do Brasil contra instituições bancárias

  

O meio digital está diretamente ligado à nossas vidas. Já falamos aqui sobre o uso dos smartphones e das suas facilidades. Temos nosso dinheiro no digital, assim como documentos, e outros aplicativos de controle que utilizamos. A tecnologia que muito nos auxilia no dia-dia, também é utilizada para aplicação de golpes financeiros, não só à pessoas físicas, como também empresas e até mesmo ao governo. Também temos conhecimento de algumas artimanhas utilizadas para aplicação de golpes, desde ligações telefônicas ou até o falso pix. A área da Tecnologia de Informação está no seu auge. Vemos diariamente a digitalização de vários processos, desde a casa da gente até processos de automação em empresas e indústrias. 

Quem acompanha as notícias do mercado financeiro certamente viu a notícia de uma ação hacker que aplicou o maior golpe da história contra o sistema financeiro brasileiro, maior inclusive que o famoso assalto ao Banco Central, ocorrido em Fortaleza, em 2005.

A cifra exata do prejuízo sofrido pelo ataque não foi estimada pela polícia, mas uma única instituição perdeu R$541 milhões, estima-se que o golpe ultrapasse 1 bilhão de reais. De forma não oficial e informações de autoridades ligadas ao caso, a Polícia Federal indicava que apenas 2% do valor total desviado havia sido recuperado. Pessoas físicas e jurídicas que possuem contas nos seis bancos atacados não tiveram seus valores afetados nem subtraídos das contas. Isso porque os montantes desviados correspondem às chamadas contas-reserva e pertencem às próprias instituições de crédito.

As contas-reservas são contas que os bancos mantêm diretamente no Banco Central e desempenham um papel essencial para o funcionamento do sistema financeiro brasileiro. Elas funcionam como uma espécie de conta corrente entre as instituições financeiras e o BC, e são utilizadas principalmente para cumprir exigências regulatórias e viabilizar transações entre bancos. Além disso, as contas-reserva são fundamentais para o funcionamento do Sistema de Pagamentos Brasileiro, sendo utilizadas para liquidar operações como transferências, pagamentos de boletos e transações via Pix.

A Polícia Federal está tentando esclarecer como criminosos invadiram os computadores de um sistema de pagamentos que conecta o Banco Central (BC) à empresas financeiras privadas, a polícia tenta agora rastrear ao menos 140 contas bancárias que podem ter sido usadas na fraude.

A vulnerabilidade teria ocorrido em uma das empresas de tecnologia que faz a ligação entre os bancos vítimas da fraude e o sistema do Banco Central para a transferência de recursos financeiros, especialmente via Pix. O fato é que, sistemas de segurança são muito caros, grandes bancos e instituições maiores possuem seus próprios sistemas de tecnologia para o gerenciamento e transações, já instituições menores contratam serviços terceirizados para a efetivação das operações junto ao Banco Central. A empresa, que é prestadora dos serviços, é vinculada ao Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), e oferece os serviços para pelo menos 22 instituições financeiras, mas, a princípio, apenas parte dos clientes teriam tido suas operações invadidas.

Até o momento, um homem, identificado como João Nazareno Roque, 48 anos, foi preso suspeito de envolvimento.  Trata-se de um insider, indivíduo que atua dentro de uma estrutura, e dá acesso para que outros possam invadir o sistema. Por ter credenciais como funcionário à uma empresa que presta serviços à 22 instituições financeiras, ele permitiu que os hackers atuassem sem levantar suspeitas no momento da fraude. As investigações apontam que João Roque forneceu login e senha para que os criminosos realizassem as transferências eletrônicas em massa, para outras instituições financeiras.

Na ação realizada na madrugada do dia 30 de junho, hackers realizaram transferências em massa de valores milionários, através de transferências e compra de criptomoedas. Parte dessas transações foi rastreada, são 29 empresas, que agora são alvo da polícia. O objetivo é identificar se essas empresas atuaram como laranjas no esquema ou se foram usadas sem conhecimento prévio.

A Polícia Federal quer entender como os fraudadores do sistema operaram sem levantar suspeitas operacionais diante da movimentação de valores tão vultosos. As transações suspeitas não foram derrubadas pelo sistema ou alertadas pelo Banco Central, como deveria ocorrer.

Outra frente de investigação, dentro do mesmo inquérito, quer apurar se as contas usadas para a fraude foram abertas sem levantar suspeitas do Banco Central, se pertencem a pessoas físicas e jurídicas legítimas, se são de laranjas ou se foram abertas em nome de terceiros com informações fraudadas, sem que os supostos titulares tivessem conhecimento delas. A PF também quer saber se as contas são recentes e se há indícios de serem usadas em outros golpes envolvendo o sistema financeiro.

Fato é que, no nosso sistema financeiro não há fábrica de dinheiro. O dinheiro foi roubado, e de algum lugar esse prejuízo terá que ser pago, esperamos sinceramente que não seja dos nossos bolsos.

Embora o cidadão tenha sido preso e as investigações avancem para identificar de onde partiu a origem do golpe cibernético, dentro ou fora do país. Dentro do nosso Código Civil, envolvidos poderão responder por crimes de organização criminosa, furto mediante fraude, invasão de dispositivo de informática e eletrônico e lavagem de dinheiro.

Mais uma vez reforça-se que, sistemas de segurança para meios digitais nos dias de hoje são indispensáveis, sendo uma das atividades mais importantes para quem os utiliza. A atenção também se estende ao uso pessoal de celulares e computadores. Os hackers utilizam-se da vulnerabilidade do momento. Em algum momento “abre-se uma porta”, que pode ser ao clicar em um ícone indevido, baixar um documento com vírus, liberar acessos de privacidade, fazer o login em um falso aplicativo, entre outros, isso é constantemente percebido em golpes, especialmente financeiros. Fique atento!

Ademais, seguimos juntos, praticando e divulgando a todos uma educação financeira simples e de resultado.

Até breve.

Juscelino Gaio

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