Depois de descobrir como estão classificados seus gastos (fixo, variável e investimentos), inserindo-se as receitas ou rendimentos, é possível elaborar o orçamento, e projetá-lo a curto e longo prazo. Agora chegou a hora de decidir qual gasto/compra escolher pelo julgamento pessoal da sustentabilidade. Apresento-lhes o Consumo Responsável, que está ligado a Sustentabilidade do Consumo, e passa pela escolha e motivos que possibilitam a perenidade da vida, mediante a tríade:
1. Socialmente Justo: O bem ou serviço é justo em termos de preço, qualidade e respeito às regras de direitos humanos e de bem estar social?
2. Ambientalmente Correto: As relações de consumo devem estar ligadas à proteção do meio ambiente, da fauna, da flora e do clima, com respeito aos limites de capacidade de geração e regeneração da natureza, de modo a reduzir a degradação do ambiente.
3. Economicamente Viável: precisa gerar lucro pra quem vende com manutenção da geração e renda da sociedade. As relações de compra e venda geram renda, que necessariamente sustentam as empresas, os empregos e movimentam a economia. Estas relações devem ser economicamente viáveis para ambas as partes.
O consumidor responsável deve atender as necessidades das gerações atuais sem comprometer as necessidades das gerações futuras, tornando-se um consumidor consciente em contraposição ao consumidor consumista. A principal diferença é que o consumista compra por desejo/impulso, podendo chegar a oniomania ou vício repetitivo por compras compulsivas. Mas nem toda compra impensada pode ser dita compulsiva, pelo fato das empresas utilizarem gatilhos mentais/emocionais destinados às vendas, habilitando sentimentos que provocam o prazer ou reduzem a dor. No livro: “Rápido e Devagar: duas formas de pensar”, do psicólogo prêmio Nobel de Economia, Daniel Kahneman, é explicado que temos dois sistemas de pensamento:
SISTEMA1: rápido, instintivo, emocional. Exige pouco esforço para resolver problemas. É o que você usa para resolver a equação 2+2=? ou dirigir em uma estrada vazia.
SISTEMA 2: devagar, lógico, calculista. Requer foco e concentração para solucionar questões. É o que você usa para calcular quanto é 17×14 ou estacionar em uma vaga apertada.
As armas de persuasão usadas pela publicidade abusam para ativar o sistema de pensamento rápido das pessoas, pois 95% de tudo que decidimos durante nossa vida, exigem pouco esforço. Para escapar dessa armadilha contra seu planejamento, uma técnica é responder as seguintes perguntas:
1. PRECISO? A compra tem uma utilização real, concreta e necessária ou é para satisfazer desejos que podem ser até de outras pessoas, ou ainda estar escondendo a apatia, falta de propósito, complementar uma satisfação pessoal, ou preencher uma lacuna emocional.
2. ESCOLHI? Esta compra foi uma escolha consciente ou foi provocada por outra pessoa para satisfazer uma necessidade/desejo seu, do vendedor ou dá empresa que quer vender?
3. POSSO? Tenho capacidade de pagamento, posso pagar essa compra sem comprometer meu orçamento?
Resumidamente, na nossa vida em sociedade, todos precisam consumir, seja para atender as necessidades primárias ou secundárias, porém nem todos pensam antes de comprar. Ter consciência de consumo é comprar o que precisamos para viver pela nossa própria escolha e sem desperdício. É deixar para gastar hoje para comprar no futuro com consciência.
Se você pertence ao grupo de pessoas que excedem nas compras, consequentemente, extrapola o orçamento, a dica é, por mais que o produto ou bem tenha lhe agradado muito, não compre na hora ou no dia. Voltar para casa, avaliar se isso é realmente necessário, ou que diferença esse bem/material fará na sua vida, é um caminho para exercer o autocontrole e autoconhecimento. Uma pausa auxiliará você a buscar argumentos, avaliar a real necessidade e se o valor é economicamente justo pelo que o produto lhe entrega. A impulsão muitas vezes faz com que você compre por emoção, ou talvez porque esteja na promoção. Muitas vezes não era de extrema necessidade, como aquele item que você comprou que ainda está guardado no armário ou em um depósito, ou talvez aquela peça que você comprou para usar quando emagrecesse, ou quando o verão/inverno chegar.
Agora, nosso próximo passo será estudar sobre Poupança, como fazer a reserva financeira para investimentos, ou para imprevistos ou fatos não programados.
Ademais, seguimos juntos, praticando e divulgando a todos uma educação financeira simples e de resultado.
Até breve.
Juscelino Gaio
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