POLÍTICA

Falando de Política com Dionei Dalfovo

Uma análise criteriosa sobre a situação de Lula e do PT nos momentos que antecedem o julgamento do mandatário

Será condenado?

Luiz Inácio Lula da Silva estará novamente sob os holofotes da mídia em seu segundo julgamento no caso 'Triplex do Guarujá' no dia 24, próxima quarta-feira, momento em que será feita a análise do recurso impetrado pelos advogados de Lula no TRF-4, Vara de Segunda Instância Judicial na cidade gaúcha de Porto Alegre.

Após condenação de 9 anos e 6 meses de prisão em regime fechado lavrada pela "República de Curitiba" (13° Vara de Justiça Federal que possui o Juiz Sérgio Moro como principal membro da Operação Lava-Jato), o ex-Presidente enfrentará uma batalha pontual em seu caso. Graças a um entendimento consensual do STF, por sete votos a quatro em fevereiro de 2016 e mantido em uma nova decisão na corte no mês de outubro de 2016, por seis votos a cinco, a prisão em segunda instância é uma realidade; anteriormente os casos seriam considera-dos transitados em julgado findo a última instância da hierarquia de recursos para o cumprimento da pena.

Caso os juízes não aceitem o recurso do ex-presidente por lavagem de dinheiro e corrupção passiva na próxima semana, ele não será preso imediatamente, cabendo a ele outros recursos em Segunda Instância. Há dois tipos de recurso possíveis nesse momento: os embargos de declaração, utilizados pela defesa para esclarecer algum ponto da decisão, e os embargos infringentes. Estes são apre-sentados quando não há unanimidade e os advogados tentam fazer prevalecer o voto vencido mais favorável ao réu - três desembargadores votam.

Uma eventual condenação do ex-Presidente irá desestabilizar as estruturas do Partido dos Trabalhadores em nível nacional, pois o partido vai enfrentar a pior crise moral da sua história, já que o PT não possui nomes de peso à altura do ex-Presidente para disputar a candidatura da vaga de chefe do executivo no governo federal.

O PT e o seu domínio em SC

No estado de Santa Catarina apenas 20 municípios são governados por Petistas, 55% menos em relação as eleições municipais de 2012, que obteve 45 gabinetes executivos.

Esta diminuição na quantidade de municípios representados pelo partido de esquerda, no nosso estado e por todo o Brasil, ocorreu devido ao desgaste moral do PT no Processo de Impeachment de Dilma Rousseff, que foi deposta da sua função de Presidente da República a pouco menos de 2 meses das eleições em 2016. Seu processo para análise e validação da deposição foi longo e em função disto, se tornou desgastante para o partido.

O PT sofreu na ocasião com o desconforto do eleitor ao votar em seus representantes. Em São Paulo, reduto tucano no país, o número de prefeituras sob representação petista caiu de 72, em 2012, para 8, em 2016. Desde então o PT vem travando batalhas para se manter como referência nacional do regime comunista.

 Vários grupos sociais que o partido defende, como MST, MTST, Sindicatos entre outros, já tiveram que rediscutir seu apoio ao partido, com várias citações na internet sobre essa situação: uma delas é o caso de um comentário que Guilherme Boulos teria feito sobre 'o fim do ciclo PT'. Boulos, que é um dos membros da Coordenação Nacional do MTST, desmentiu o comentário, porém uma máxima diz que "onde há fumaça há fogo".

 Atualmente o PCdoB está reivindicando seu protagonismo na esquerda, cogitando a possibilidade de lançamento da Deputada Estadual no Rio Grande do Sul, Manuela D'Avila, como candidata a Presidente.

 Ao passo que o processo avança, mais o partido sofre com o desgaste da imagem de Luiz Inácio Lula da Silva, e também devido a tantas outras situações em que o partido esteve envolvido (Petrolão, Mensalão, Impeachment, etc). Sendo considerado um guru comunista no Brasil, Lula tem ligação com governos bolivarianos e é um dos coordenadores do Foro de São Paulo, instituição desenvolvida para reunir lideranças comunistas da América Latina com o objetivo de formar uma composição geopolítica sólida nas Américas, a pátria grande, inclinada a esquerda.

A extrema esquerda e o poder

Uma referência do Economista Álvaro Bandeira: O economista Álvaro Bandeira lembrou os motivos pelos quais o merca-do deve festejar essa possível condenação: "Se o placar no TRF-4 for de 3 a 0, aí o processo fica mais limpo. Depois, virá a discussão de quem é candidato e quais serão seus programas econômicos".

Bandeira foi até bonzinho em sua análise.

O fato é que uma chance de vitória de Lula, significa um governo ainda mais voltado à extrema esquerda, muito além dos governos anteriores de Lula e Dilma.

Com isso, o Brasil passaria a ser um país que poderia estatizar mais empresas, afugentar empregos e criar colapsos econômicos intencionalmente. Tudo porque o Estado serviria basicamente como fonte de recursos para projetos totalitários.

Já uma saída de Lula da disputa significa praticamente o fim das chances de a extrema esquerda vencer em 2018.

O AUTOR É ?BACHAREL EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS, BLOGGER E CIENTISTA POLÍTICO