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Ressaca que destruiu casas em SC não tem relação com “engorda” da praia, diz especialista

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Foto: NDmais - Imagens mostram dimensão dos estragos provocados pela força do mar em Florianópolis
Oceanógrafo da UFSC afirma que ressaca nos Ingleses foi causada por ondulação de Leste e agravada pela falta de dunas, sem relação com a engorda da praia.
A forte ressaca que atingiu a Praia dos Ingleses, em Florianópolis, nesta segunda-feira (6), destruiu 12 casas e cinco postes de iluminação no Canto Sul, causando medo e prejuízos aos moradores do Norte da Ilha. Apesar das especulações nas redes sociais, especialistas afirmam que o fenômeno não tem relação com a “engorda” da faixa de areia realizada em 2023.
Falta de barreiras naturais agravou os estragos
De acordo com o oceanógrafo Pedro de Souza Pereira, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Oceanografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), os danos foram potencializados pela ausência de barreiras naturais, como dunas e restingas, que funcionam como escudos de proteção contra a força do mar.
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“Nos Ingleses, foi feita a engorda, mas não foram colocadas dunas nem restituída a restinga. Então, qualquer aumento de nível do mar atinge diretamente as estruturas urbanas. Onde há restinga, o impacto é menor”, explicou o pesquisador em entrevista ao portal ND Mais.
Entenda por que a ressaca foi tão intensa
Segundo o especialista, o episódio ocorreu devido à combinação da maré meteorológica com a ondulação de Leste, fenômeno conhecido como “lestada”. Essa formação de ondas é comum nesta época do ano e costuma afetar mais intensamente as praias do Norte da Ilha, como Ingleses, Canasvieiras e Daniela.
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“Estamos próximos da lua cheia, e isso aumenta o nível da maré. Quando a ondulação vem do Leste, o somatório da maré, do vento e da pressão atmosférica eleva o nível da água, provocando ressacas mais fortes nessas regiões”, explicou o oceanógrafo.
O que é a “engorda” da faixa de areia
A chamada engorda de praia — ou alargamento da faixa de areia — é um processo de recomposição natural e proteção ambiental. Ela consiste em adicionar sedimentos retirados de áreas marinhas profundas para reconstruir o ecossistema costeiro e reduzir os impactos da erosão.
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Segundo Pereira, o método vem sendo utilizado em várias regiões do país, como Balneário Camboriú e Florianópolis, e deve ser entendido como uma forma de restauração ecossistêmica, não de especulação imobiliária. “Finalmente, chegamos a um ponto em que a engorda é vista como uma ferramenta ambiental, substituindo o uso de rochas e enrocamentos que desequilibram o ambiente praial”, destacou.
Como evitar novos prejuízos
Para o oceanógrafo, soluções sustentáveis devem ser adotadas nas áreas mais vulneráveis da Ilha. Entre as alternativas, estão:
- Construção de dunas artificiais, que funcionam como barreiras naturais contra o avanço do mar;
- Aumento do perfil da praia, tornando-a mais alta e resistente às marés de tempestade;
- Reflorestamento de restingas e controle de construções em áreas de risco.
“É possível fazer a engorda considerando o histórico das ressacas e tratando-a como um método de engenharia aliado à natureza. Dunas e restingas são essenciais para manter o equilíbrio entre o mar e a urbanização”, concluiu Pereira.
Fonte: NDmais

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