Morre o cineasta Silvio Tendler aos 75 anos no Rio de Janeiro

Cineasta Silvio Tendler morre aos 75 anos no Rio de Janeiro. Documentarista premiado deixa legado político e histórico no cinema brasileiro.

O cineasta Silvio Tendler, de 75 anos, morreu na manhã desta sexta-feira (5), no Rio de Janeiro. A confirmação veio por meio das redes sociais da Caliban, produtora fundada por ele. Tendler estava internado no Hospital Copa Star, em Copacabana.

“Silvio deixa uma filha, um neto, mais de cem obras, incontáveis amigos, centenas de ex-alunos, uma legião de fãs e a semente da justiça social plantada em todos nós”, publicou a produtora.

Uma trajetória dedicada ao cinema político e histórico

Reconhecido como um dos maiores documentaristas do país, Tendler construiu uma filmografia que dialoga profundamente com a história política brasileira. Entre suas obras mais conhecidas estão Os Anos JK – Uma trajetória política (1980), Jango (1984) e Tancredo: A travessia (2011), todos retratando ex-presidentes do Brasil em momentos cruciais da democracia.

Sua produção também destacou intelectuais e pensadores brasileiros, como em Josué de Castro – Cidadão do Mundo (1994), Milton Santos – Pensador do Brasil (2001) e Glauber o Filme, Labirinto do Brasil (2003).

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Sucesso de bilheteria e reconhecimento popular

Embora tenha se consagrado no cinema político, Tendler também produziu conteúdos voltados para o público popular. Um exemplo é o documentário O Mundo Mágico dos Trapalhões (1981), que alcançou 1,8 milhão de espectadores e permanece como uma das maiores bilheteiras nacionais no gênero.

Homenagens e legado

Instituições culturais e personalidades prestaram homenagens. A Casa Rui Barbosa destacou que ele teve “uma vida inteira dedicada a contar a história recente do país com coragem, compromisso e denúncia”.

Silvio Tendler foi condecorado duas vezes pelo governo federal: em 2006, recebeu a Ordem de Rio Branco, e em 2023, foi agraciado com a Ordem do Mérito Cultural como comendador.

O enterro está marcado para domingo (7), às 11h, no Cemitério Comunal Israelita do Caju, no Rio de Janeiro. Tendler costumava se descrever como “um utopista” que acreditava que “a vida vai melhorar”.

Fonte: Agência Brasil

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