Comumente recebo em meu consultório crianças saudáveis com queixas de dores nas pernas e pais preocupados com a chamada dor do crescimento. Geralmente essas dores não apresentam nenhum outro sintoma, sem febre, sem relação alguma com traumas, sem alterações visíveis na região onde a criança se queixa da dor, sem inchaços ou vermelhidões, sem fazer a criança mancar e sem restringir as atividades do dia a dia
Vamos começar com uma determinação importante: Crescer não dói!!!!
Por anos acusou-se o crescimento das crianças como o principal responsável por estas tais dores, mas o que se sabe e se tenta explicar é que ocorrem por ansiedade, falta de vitamina D, transtorno de hiperatividade, falta de nutrientes, alterações genéticas, alterações hormonais, alterações vasculares, fadigas musculares, cansaço e excesso de atividades. Apesar disso, podemos dizer que: “as dores de crescimento são totalmente benignas”.
Por não apresentar uma causa específica, especialistas atribuem esta dor à fadiga muscular, causada pelo excesso de atividade física e brincadeiras ou, ainda, pela má postura da criança ao longo do dia. A dor do crescimento não está diretamente ligada ao crescimento dos ossos, pois eles crescem devagar, e mesmo na fase que as crianças crescem bastante não deveriam causar dor.
Trata-se de dores que não atrapalham o desenvolvimento da criança, não causam nenhuma incapacidade, não provocam dificuldade no dia a dia, não ocorrem durante longos períodos e não atrapalham a rotina da criança. Ocorrem com frequência após um dia ativo da criança, aparecendo predominantemente no entardecer e à noite, podendo até mesmo, por raras vezes, atrapalhar um período de uma noite de sono. Muitooooo raramente a criança vai se queixar durante o dia e se isso ocorrer, devemos pensar em outras causas.
Na maioria dos casos nenhum exame é necessário para fazer o diagnóstico, mas de forma indispensável, todas estas caraterísticas devem estar presentes na criança: ausência de febre, sem inchaço, sem vermelhidão, sem cansaço, sem perda de apetite, sem perda de peso, mobilidade normal do membro, sem dor a palpação de local específico, tolerância normal para apoiar o membro, sem claudicação, períodos curtos de dores por até algumas horas, sem virar o dia com a mesma dor, entre outras características de exclusão com qualquer outra doença relacionada.
Para tratar devemos: acalmar e criança e observar se as dores passarão. Na maioria dos casos as dores vão embora de forma espontânea, sem que se faça nada específico para o cessar dores. Outra opção é massagear o local, seja com pomadas, cremes, óleos de massagem ou somente com as mãos mesmo, o importante é fazer a massagem. Outra possibilidade, é o uso de analgésicos comuns prescrito pelo pediatra.
As dores de crescimento, apesar de causa desconhecida, são dores benignas, que passam com o tempo, tem características, diagnóstico e tratamento determinados e merecem uma boa avaliação sempre quando presentes. O crescimento em si nunca será a causa dessas eventuais dores.
E seu filho já apresentou essas dores?
Se tiver dúvidas em relação aos sintomas sempre converse com seu pediatra de confiança.
Abraço e até breve.
Dra. Cris
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