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Dra. Cris

Pais ansiosos, filhos inseguros!

Pais ansiosos geram filhos inseguros e ansiosos; isso é fato apesar de não ser tão matemático assim. Normalmente as crianças absorvem tudo como se fossem "esponjas", a atmosfera emotiva que os cerca, as ansiedades geradas na família, as emoções afetivas e as sensações dos pais em relação à própria convivência.

Se o clima familiar é frequentemente invadido por ansiedade e insegurança, o risco é que os nossos filhos cresçam por sua vez inseguros, pouco confiantes do mundo que os espera e cheios de medos paralisantes. Medos que podem se manifestar muitas vezes também com sintomas físicos. Vejo muitas crianças com quadros incessantes de irritabilidade, dor de cabeça, desatenção, entediadas quando não estão super estimuladas, com crises de alergias de pele entre outros sintomas.

Por que falar nesse assunto?! Na verdade, esse tema me chamou a atenção nas últimas semanas, onde crianças começaram a associar partidarismo e influência política de suas famílias ou pais com as conversas, convivências, discussões e algumas vezes brigas com outras crianças.

Ah Doutora!!! Não começa a falar sobre política também.

Na verdade, nem era esse o assunto em questão, mas não devemos menosprezar o que isso tudo causou e influenciou o pensamento de nossos filhos nos últimos dias.

Sobre a insegurança gerada tanto no meio escolar, em casa ou em atividades públicas, podemos dizer que elas geralmente são ocasionadas porque essas crianças presenciaram discussões de conteúdo pouco seguro, ou pela nossa falta de calmaria e serenidade, ou ainda pela dureza com que intervimos em alguma situação com eles. Quando os repreendemos devemos fazer com que se sintam amados, já que um carinho não demonstra moleza em relação ao que propomos.  Devemos pensar em ensinar, antes mesmo de pensar em punir.

Além disso, é muito importante reduzir a superproteção e mostrar confiança, senão crescerão sem autoestima necessária para tornarem-se independentes. Devemos ainda, gratificar pelos resultados atingidos com dedicação, mesmo quando não são do "primeiro aluno da classe" e sugerir novas metas sem, porém, sobrecarregá-los de muitas expectativas.

Mas não fomos criados assim! Os pais falavam: as crianças escutavam. Mas pense bem, quanta insegurança hoje você sente em educar seu filho, ensinar algumas lições, chamar a atenção deles ou ainda oferecer um carinho ou abraço mesmo quando errados.

O que não fazer com os filhos:

- Compará-lo com outras pessoas – sejam elas amiguinhos, familiares ou artistas;

-  Focar apenas nos erros do seu pequeno, gerando o medo de tentar novamente.

- Sempre proteger os filhos, deixando-os inseguros sobre suas próprias habilidades e capacidades.

- Não valorizar os pequenos passos executados durante as tarefas. Não que tudo precise virar uma chuva de elogios e recompensas, mas um “Parabéns!”, um “Fico feliz que tenha chegado até aí!” ou um “Você está no caminho certo, muito bem!”, podem fazer toda a diferença na autoestima e autoconfiança do seu filho!

- Cobrar excessivamente sem considerar os limites e a individualidade da criança.

- Prometer e não cumprir, ser ausente e displicente com a rotina e os compromissos familiares são atitudes que impactam diretamente no desenvolvimento dos pequenos, deixando-os ansiosos, desconfiados e inseguros. Caso não consiga comparecer a algum momento/evento do seu filho ou com ele, seja sincero e explique o que aconteceu. É melhor ele aprender a lidar com a verdade do que se frustrar com promessas vazias.

- Expor e discutir frustrações e problemas “de adulto” na frente do seu filho pode deixá-lo ansioso, culpado e inseguro. Claro que, conforme ele fica maior, alguns assuntos já podem (e devem) ser abordados com ele, afinal ele também é um membro da família. Mas sempre respeitando seu tempo e sua idade, e falando da forma mais adequada para que ele compreenda o que está acontecendo.

Não somos fracos! Somos pais que criam seus filhos com a boa conversa, o diálogo, e a certeza de que a ansiedade não é o melhor sentimento para criar nossos filhos.

Um abraço carinhoso!

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