Ômega-3 pode retardar o envelhecimento biológico? Veja o que diz a ciência

O dinheiro, cada vez mais escasso no bolso dos brasileiros, tem sido motivo de decisões rápidas, muitas vezes impulsivas. Entre investir de forma estruturada no mercado de ações ou apostar em jogos esportivos online, milhões de pessoas escolhem o caminho mais fácil, mas também o mais arriscado: as famosas “bets”. A realidade, no entanto, mostra um contraste alarmante. Enquanto poucos brasileiros investem na bolsa de valores, milhões arriscam seus rendimentos em palpites que raramente geram retorno. A pergunta que fica é: por que ainda apostamos tanto e investimos tão pouco?
Segundo dados da B3, a bolsa de valores brasileira, o país encerrou 2024 com 5,3 milhões de pessoas investindo em renda variável, categoria que inclui ações, fundos imobiliários, BDRs e ETFs. Já no segundo trimestre de 2025, esse número subiu para 5,4 milhões, com um volume aplicado que saltou de R$ 552 bilhões para R$ 588 bilhões, um crescimento de 7%. Considerando todos os tipos de aplicações, inclusive renda fixa, o Brasil conta hoje com 19,4 milhões de pessoas físicas investindo em produtos financeiros. O avanço é expressivo, mas ainda representa uma parcela pequena da população.
Quando olhamos para o universo das apostas, o contraste é gritante. Em 2024, cerca de 23 milhões de brasileiros, ou 15% da população acima de 16 anos, declararam ter feito alguma aposta esportiva num mercado de R$160 bilhões em 2024. A pesquisa revelou ainda que quase metade dos apostadores estão endividados e, pior, 16% acreditam que apostar é uma forma de investimento. A confusão conceitual é evidente. Apostar é depender da sorte, sem nenhuma lógica de construção de patrimônio. Investir é aplicar em ativos que podem gerar retorno real ao longo do tempo, mesmo com oscilações no curto prazo.
O histórico do Ibovespa, principal índice da bolsa, entre 1999 e 2020, teve retorno médio de 9,6% ao ano em termos nominais. Quando descontamos a inflação, esse resultado cai para cerca de 3,3% reais ao ano. Isso significa que, ao longo do tempo, investir em ações manteve o poder de compra do dinheiro e ainda trouxe valorização acima da inflação. Não se trata de um enriquecimento rápido, mas sim de uma construção de patrimônio sólida, especialmente para quem reinveste dividendos e mantém os aportes de forma disciplinada.
Os números internacionais reforçam essa ideia. O índice S&P 500, que reúne as 500 maiores empresas dos Estados Unidos, acumulou ao longo do último século uma média histórica de 9,9% ao ano nominal. Após descontar a inflação, os ganhos reais giraram em torno de 6%. Em escala global, estudos apontam para retornos médios reais de 5,3% ao ano. É um número menor do que muitas pessoas imaginam quando pensam em “ganhar na bolsa”, mas consistente e poderoso no longo prazo. Afinal, com juros compostos, um retorno real de 5% ao ano pode multiplicar o patrimônio por mais de 4 vezes em 30 anos.
No Brasil, porém, a realidade é marcada por maior alta e baixas. O país enfrenta ciclos de instabilidade política e econômica que se refletem diretamente nos preços das ações. É comum que, em determinados anos, a renda fixa supere a variável. Em 2022, por exemplo, enquanto o CDI rendeu 10,8%, o Ibovespa caiu quase 10% e o índice de Small Caps recuou 25%. Esse tipo de oscilação exige paciência e resiliência do investidor, características que faltam à maioria das pessoas que desejam ganhos imediatos. É necessário ter paciência e comprar boas ações de boas empresas todo mês.
E talvez esteja justamente aí o grande desafio cultural do Brasil. Milhões de pessoas apostam diariamente em sites de jogos, buscando multiplicar dinheiro de forma instantânea, mas ignoram que, na imensa maioria das vezes, as apostas levam a perdas financeiras. Investir em ações, por outro lado, pode parecer lento demais para quem está acostumado com a emoção da aposta. No entanto, a diferença de resultado entre esses dois caminhos é enorme. Enquanto o apostador depende do acaso e geralmente termina endividado, o investidor consciente constrói riqueza real, ainda que de forma gradual.
O contraste estatístico não deixa dúvidas: há quatro vezes mais apostadores do que investidores em ações no Brasil. Essa diferença expõe não apenas uma escolha financeira equivocada, mas também uma questão educacional. Falta informação acessível sobre como funciona o mercado acionário, seus riscos e seus potenciais ganhos. E, sem esse conhecimento, as pessoas acabam escolhendo a ilusão da sorte em vez da racionalidade do investimento.
Investir em ações não é garantia de lucro. O risco existe e não pode ser ignorado. O investidor pode enfrentar anos de queda ou até mesmo perder parte do capital se vender em momentos ruins. Mas, historicamente, quem permaneceu investido no longo prazo conseguiu retornos reais positivos. O mercado acionário recompensa a paciência, não a pressa. Por isso, o mais importante não é buscar o próximo “tiro certeiro”, mas construir uma estratégia diversificada, reinvestir dividendos e manter disciplina.
O cenário atual do Brasil, com crescimento do número de investidores e da própria bolsa, mostra que há espaço para evolução. Mas ainda estamos longe de uma cultura financeira sólida. Enquanto países desenvolvidos têm boa parte da população investindo em ações como forma de poupança para aposentadoria, aqui ainda vemos a maioria destinando dinheiro a apostas ou consumo imediato. O desafio das próximas décadas será inverter essa lógica e fazer da bolsa não um espaço de poucos, mas um caminho acessível para muitos.
Em última análise, a pergunta central permanece: você prefere apostar e depender da sorte, ou investir e construir patrimônio de forma consistente? O mercado de ações brasileiro já mostrou que, apesar da volatilidade e dos riscos, pode entregar ganhos reais no longo prazo. A decisão entre a emoção passageira da aposta e a segurança crescente do investimento está nas mãos de cada brasileiro. Mas os números mostram, sem espaço para dúvida, onde o dinheiro realmente pode crescer.
Ademais, seguimos juntos, praticando e divulgando a todos uma educação financeira simples e de resultado.
Até breve.
Juscelino Gaio

Bolsa X Apostas: Descubra onde o dinheiro realmente pode crescer
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