Mal feito

O Estado de Santa Catarina conquistou significante crescimento quando da descentralização do poder e de suas decisões no que se refere às necessidades das populações interioranas. A criação das Secretarias de Estado no Interior deu agilidade às decisões e os prefeitos não mais necessitaram visitar deputados e secretários setoriais com o “pires na mão”. Resultados positivos foram alcançados e mesmo quem discordava acabou por achar como a melhor decisão já tomada por um governante.
Mas, infelizmente os efeitos colaterais desse remédio apareceram. O pior deles é o cabide de empregos. Não aqueles que ocuparam cargos temporários específicos, mas sim aqueles que foram efetivados para nada fazerem e que ainda receberam funções gratificadas, permanecendo até sua aposentadoria. Já o efeito colateral do poder eleitoral regional é o que mais causou repulsa nos opositores, pois a descentralização com resultados para os municípios foi uma grande arma para a manutenção do poder.
Passamos por momentos de transição e a relevância da descentralização já não mais é relevante para alguns e os Prefeitos foram obrigados a voltar a utilizar o pires.
Nessa administração estadual nem o pires foi aceito. Só vemos prefeitos em peregrinação a Brasília buscando apoio dos Deputados Federais por emendas que tragam recursos para manutenção dos municípios.
Obras como a do Ilse, uma ligação asfáltica há muito solicitada pela população da região não está recebendo recursos do Estado para sua conclusão. Será porque a mesma teve início com recursos do Plano 1.000 da gestão anterior?
Rodovias estaduais como a que liga Doutor Pedrinho a Rio Negrinho estão abandonadas. Em Doutor Pedrinho a rodovia teve parte dela arrancada pelas chuvas no final de 2022 e até hoje todos trafegam por um desvio precário.
E o pior está por vir. Com a “reforma” tributária vem junto o fantasma do conselho federal onde apenas 27 membros decidirão para onde os recursos irão. Tem Leis específicas? E desde quando as Leis são obedecidas em nosso país, onde até as emendas impositivas estão suspensas pela suprema corte em decisão monocrática de um “deus” de toga?
Vivemos momentos obscuros com falta de liberdade de expressão e de retirada de nossos direitos definidos em nossa Constituição. Muitos são iludidos a acreditar que os que ocupam o poder estão defendendo nossa nação, mas não, estão destruindo-a com uma rapidez jamais vista, pois controlar os destroços será muito mais fácil.
Vejam, nem mesmo os escândalos que surgiram nos últimos dias, que afetam a suprema corte, foram capazes de mudar a forma de agir da maioria do congresso, pois a maioria só pensa em levar vantagens ou possuem algo a esconder.
Nós catarinenses votamos, em maioria, em candidatos que acreditávamos serem conservadores defensores da família e da moral. Candidatos que navegaram em ondas de Bolsonaro, mas o que vemos são nossos deputados e senadores votando pautas contrárias a tudo que acreditamos.
E assim segue a política catarinense, eleições após eleições, depositamos esperanças de mudança nas urnas e nada acontece. A agora novas eleições para eleger nossos representantes municipais, mas como sempre tudo será diluído na incapacidade.
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