Saúde

Método contraceptivo que pode custar até R$ 4 mil chega no SUS de SC a partir de outubro

  • (Foto: Rogério Capela, PMC) - Método contraceptivo que pode custar até R$ 4 mil chega no SUS de SC a partir de outubro

Santa Catarina vai oferecer gratuitamente, pelo SUS, o implante contraceptivo Implanon, antes restrito à rede privada. A medida busca ampliar o acesso à saúde reprodutiva e prevenir gestações não planejadas entre adolescentes e mulheres em vulnerabilidade.

A partir de outubro, o Sistema Único de Saúde (SUS) de Santa Catarina passará a oferecer o implante contraceptivo subdérmico, conhecido comercialmente como Implanon. O método, que pode custar entre R$ 2 mil e R$ 4 mil na rede privada, será disponibilizado gratuitamente para mulheres entre 14 e 49 anos.

A iniciativa já vinha sendo testada em Biguaçu, na Grande Florianópolis, onde mais de 2,1 mil mulheres foram beneficiadas desde 2023. Agora, a experiência será expandida para todo o Estado, em um movimento que coloca Santa Catarina na vanguarda das políticas públicas de planejamento familiar no Brasil.

Como funciona o Implanon?

O implante é um bastonete pequeno, com apenas 4 cm de comprimento e 2 mm de diâmetro, inserido sob a pele do braço por profissionais de saúde. Ele libera continuamente hormônio progestagênio, impedindo a ovulação e oferecendo proteção por até três anos.

Sua eficácia é superior a 99%, sendo considerado mais seguro do que a laqueadura tubária e o DIU hormonal. Além disso, o método é reversível: após a remoção, a fertilidade da mulher retorna de forma imediata.

Capacitação de profissionais e implementação

Para garantir a aplicação correta, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) realizará, em 23 de outubro, uma oficina prática de qualificação. O treinamento será voltado inicialmente para 35 municípios catarinenses com mais de 50 mil habitantes, incluindo médicos, enfermeiros e coordenadores de saúde da mulher.

Esses profissionais atuarão como multiplicadores, preparando a rede de atenção primária para expandir o acesso ao método de forma segura e uniforme.

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Público-alvo e impacto social

Segundo a SES, o público prioritário inclui adolescentes e mulheres em situação de vulnerabilidade social, com foco na prevenção da gravidez precoce. Estudos indicam que os contraceptivos de longa duração (LARC), como o Implanon e o DIU de cobre, são fundamentais para reduzir a taxa de gestações não planejadas, especialmente em faixas etárias mais jovens.

Além disso, o método pode ajudar a reduzir desigualdades no acesso à saúde reprodutiva, já que o alto custo na rede privada limitava seu uso a uma pequena parcela da população.

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Incorporação nacional ao SUS

A decisão de incorporar o implante foi aprovada em julho de 2025 pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). Desde então, o Ministério da Saúde adquiriu 100 mil unidades do insumo, que serão distribuídas entre Santa Catarina e outros cinco estados: Amazonas, Bahia, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Roraima.

Esse movimento integra as diretrizes de fortalecimento do planejamento reprodutivo, ampliando a oferta de métodos contraceptivos e garantindo autonomia às mulheres sobre suas escolhas.

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Métodos já disponíveis no SUS

Além do novo implante, a rede pública continuará oferecendo:

  • Preservativos interno e externo (únicos que protegem contra ISTs);
  • DIU de cobre (já classificado como LARC);
  • Anticoncepcionais orais (combinados e de progestagênio);
  • Injetáveis hormonais (mensal e trimestral);
  • Laqueadura tubária bilateral;
  • Vasectomia.
Fonte: NSC Total

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