veto de importação

China suspende veto e reabre importações de produtos avícolas do Brasil após surto de gripe aviária

  • Foto: Banco de imagens - China impôs suspensão em 29 de maio de 2025

Com a China voltando a comprar aves do Brasil, exportadores comemoram abertura após embargo imposto por surto de gripe aviária em maio.

Nesta sexta-feira (7) a Administração Geral de Alfândegas da China anunciou a revogação do embargo às importações de produtos avícolas oriundos do Brasil, que havia sido instituído em 16 de maio de 2025 após a confirmação de um surto de Gripe Aviária (Influenza A H5N1) em uma granja comercial no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul.

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O fim do veto reveste-se de grande importância porque a China é o principal destino das exportações brasileiras de carne de frango — em 2024, o Brasil exportou mais de 560 mil toneladas para aquele país. A volta à normalização das exportações depende, agora, da definição dos produtos específicos liberados, pois a notificação chinesa não listou ainda os cortes ou subprodutos que poderão retornar ao mercado.

O que motivou o embargo e por que o Brasil conseguiu revertê-lo?

Em 8 de maio, o Brasil detectou um foco de gripe aviária em uma granja no Rio Grande do Sul — o primeiro evento desse tipo em granjas comerciais brasileiras — o que levou diversos países a suspenderem as importações brasileiras de aves e seus derivados.
Em resposta, o governo brasileiro informou à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) que o caso havia sido controlado e declarou o país livre da doença em 18 de junho de 2025 após cumprir os protocolos e 28 dias sem novos casos. O Brasil também acolheu auditorias sanitárias internacionais, incluindo uma vinda de comitiva chinesa em setembro para avaliação das medidas adotadas.

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A revogação do veto foi justificada pela autoridade aduaneira chinesa com base em “análise de risco” concluída.
Agora resta confirmar quais plantas de processamento, quais tipos de cortes e subprodutos estão aprovados para exportação à China.

Impactos e desafios para o setor avícola brasileiro

Impactos positivos

  • A liberação abre caminho para que o Brasil recupere volumes de exportação para a China, retomando uma fatia significativa do mercado.
  • Alívio para produtores, frigoríficos e cadeias relacionadas que foram afetados por quedas de demanda e preços.

Desafios persistentes

  • A concorrência chinesa e a produção doméstica aumentada podem limitar a velocidade de recuperação das exportações brasileiras. Um relatório indica que a China já ampliou sua produção interna de aves, o que pode influenciar os preços e volumes importados.
  • O embargo impôs um prazo em que diversos outros compradores também restringiram importações — a reconquista desses mercados (não apenas a China) será parte da recuperação.
  • É necessário que o Brasil mantenha rigorosos controles sanitários e de rastreabilidade para evitar novos surtos e demonstrar confiabilidade aos compradores internacionais.

E agora? O que muda para o setor e para o consumidor?

Para os exportadores brasileiros:

  • Reabrir as vendas para a China implica agilizar autorizações, adequar plantas de processamento às exigências chinesas e retomar logística internacional suspensa.
  • Possível escala de retomada em etapas; nem todos os produtos voltarão ao mercado chinês de imediato.

Para o consumidor brasileiro:

  • Ainda que o impacto principal seja externo, eventual retomada de volume exportado pode reduzir pressão sobre os preços domésticos de frango — embora não seja imediato.

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